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MULHERES
E FILHOS DE VAQUEIROS CRIAM BIJUTERIAS COM
SEMENTES
Panorama
Ambiental
Cuiabá (MT) – Brasil
Março de 2004
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Jovens e mulheres
de vaqueiros de Tangará da Serra, em Mato
Grosso, estão tendo a oportunidade de aprender
um novo ofício completamente diferente do
universo do rural. Eles transformam as sementes
da região em bijuterias, acessórios
e objetos decorativos. Algumas dessas peças
farão parte da Exposição Brasileira
de Artesanato e Flores Tropicais, no Palácio
do Planalto, nesta sexta-feira (19).
Os artesãos formaram o Núcleo de Sementes
Pacová. Eles vendem as peças - pulseiras,
colares, anéis, cintos, tiaras, brincos,
coletes, bolsas e jogos americanos para as lojas
do Pão de Açúcar, no Rio de
Janeiro, e do MAM (Museu de Arte Moderna de São
Paulo) e da grife carioca Osklen.
À frente do negócio estão a
designer de jóias Fernanda Ribeiro, Lúcia
Garcia e Ângela Carvalho, a dona da fazenda
Arca Agropecuária - onde funciona o núcleo,
numa antiga baia de cavalos que foi transformada
em ateliê. A iniciativa de formar o núcleo
de produção de sementes Pacová
- nome de uma espécie de bananeira muito
comum na região - surgiu a partir da abundância
de matéria-prima e dos muitos contatos de
Ângela no Rio e São Paulo.
Neste primeiro ano de funcionamento, elas procuraram
o Sebrae para a organização do próprio
Núcleo e aprimoramento da qualidade dos produtos.
Aspectos como o armazenamento das sementes em local
adequado e com dedetização periódica,
padrão das sementes utilizadas, bem como
dos furos para a confecção das peças,
organização do grupo e administração
do negócio têm sido trabalhados pelos
técnicos do Sebrae.
As sementes de jatobá, tamarino, leocena,
timbori, pino cuiabano, pimenta de macaco, saboneteira,
feijão guandu, labe-labe, piri, são
fundidas à prata, que também é
usada nos acabamentos e para compor detalhes, feitos
ainda em chifre e couro de boi. Materiais como o
cristal e o murano italiano são utilizados
na confecção de algumas peças
agregando valor e dando a elas um aspecto diferenciado.
O Núcleo produz uma média de 500 peças
por mês e, além das mulheres da fazenda
e da região, vários adolescentes estão
inseridos na produção. Eles começaram
na coleta das sementes, passaram pelo processo de
furar e, agora, muitos já manipulam a prata,
iniciando no ofício de ourives.
Para as mulheres, o Núcleo também
está representando uma revolução.
De donas de casa ou domésticas elas passaram
a ter uma atividade nova. Muitas delas trabalham
em suas próprias casas, conciliando os cuidados
com o lar à produção.
Fonte: Amazônia Org (www.amazonia.org.br)
Sebrae (www.sebrae.org.br)
Assessoria de imprensa