 |
COM ACORDO
NUCLEAR, GOVERNO LULA VAI NA CONTRAMÃO
DA TENDÊNCIA MUNDIAL E DESPREZA A
OPINIÃO PÚBLICA
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2004
|
 |
O Brasil anunciou
um acordo de cooperação para fomentar
a indústria nuclear nacional às vésperas
da participação da Ministra Dilma
Roussef no encontro internacional sobre energias
limpas e renováveis – “Renováveis
2004”, que ocorrerá de 1 a 4 de junho na
cidade alemã de Bonn. “Quando o mundo todo
está avançando nas discussões
sobre formas de implementação das
fontes renováveis de energia como eólica,
solar, biomassa e pequenas hidroelétricas,
o Brasil mostra estar na contramão da tendência
global, assinando contrato de financiamento para
uma usina a carvão mineral (em Cachoeira
do Sul - RS) e acenando com uma discutível
parceria para promover a área nuclear”, disse
Sérgio Dialetachi, coordenador da Campanha
de Energia do Greenpeace Brasil.
O planeta vive um momento único. A preocupação
com a mudança climática e a desigualdade
econômica está levando países
tradicionalmente envolvidos com os negócios
do carvão e nuclear a deixar esse tipo de
atividade e optar pela geração da
energia que precisam de maneira sustentável,
limpa e segura. Os mais diferentes fóruns
econômicos mundiais discutem maneiras de fazer
comércio de maneira mais justa e menos predatória,
promovendo o desenvolvimento de todos os parceiros
envolvidos, transferindo tecnologia para os mais
necessitados, garantindo a produção
descentralizada e sustentável.
Sem consulta à sociedade, ao Congresso Nacional
ou a ninguém mais, o governo brasileiro tem
contribuído para projetos ambiental e socialmente
desastrosos em outros países, quando deveria
estar financiando bons projetos de infra-estrutura
dentro do nosso próprio país.
“Os anúncios feitos pelo Lula na China nos
surpreenderam. A Ministra Dilma Rousseff convocou
líderes ambientalistas brasileiros para estarem
em seu gabinete no último dia 17 e, taxativamente,
afirmou que o governo federal não priorizaria
em sua política energética uma atividade
‘cara e suja como é a do carvão’.
O secretário-executivo do Ministério
de Minas e Energia, Maurício Tolmasquin,
em um seminário público sobre energias
renováveis ocorrido em São Paulo,
na última segunda-feira, disse categoricamente
que ‘nenhuma nova usina a carvão ou nuclear
iria ser construída neste governo’. O anúncio
feito na China não condiz com a mensagem
que recebemos do Ministério de Minas e Energia”,
disse Rubens Born, do Vitae Civilis.
Este anúncio põe em questionamento
o compromisso brasileiro com as energias renováveis.
O Brasil abriu mão de continuar na vanguarda
das discussões internacionais e apresentar
uma proposta arrojada de implementação
e financiamento do desenvolvimento das energias
renováveis, como fez na Conferência
de Johannesburgo, em 2002, propondo uma meta global
de 10% da matriz de energia renovável na
matriz energética mundial até 2010.
O Greenpeace e o Vitae Civilis esperam que o Brasil
reveja esta iniciativa e proponha à China
um acordo de cooperação em áreas
de interesse comum, como a da energia renovável
por biomassa, eólica e outras fontes sustentáveis
que possam, a curto e médio prazos, suprir
as necessidades das populações isoladas
e do desenvolvimento sustentável de ambos
países.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa