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PAÍSES
EM DESENVOLVIMENTO SERÃO BENEFICIADOS
NO MERCADO DE COMPRA DE CARBONO
Panorama
Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Maio de 2004
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A implantação
do mecanismo de redução de emissões
de gases do efeito estufa pelos países europeus
a partir de 2005, criando um mercado para comercialização
de crédito de carbono, abre também,
oportunidades de negócios para as empresas
de países em desenvolvimento, como o Brasil.
A avaliação foi feita pelo diretor
de Meio Ambiente do Banco Mundial, Werner Kornexl,
no workshop sobre o Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL) promovido nesta capital para jornalistas
pela empresa norueguesa DNV (Det Norske Veritas),
primeira a ser credenciada pela Organização
das Nações Unidas (ONU) para validação
de projetos de MDL.
Segundo o diretor do Banco Mundial (Bird), a estimativa
é de que em 2008 já estejam sendo
comercializados em créditos de carbono cerca
de US$2 bilhões. Dependendo dos projetos
que forem apresentados, Índia, Brasil e China
poderão responder por 80% desse mercado,
disse Kornexl. Hoje, a Índia lidera o ranking
dos países com projetos de economia antipoluidora
previstos pelo MDL, com 30% do total de projetos,
seguida do Brasil, com 18%. A China não começou
ainda esse processo, disse o diretor do Bird.
Kornexl revelou que o Bird dispõe hoje de
US$ 500 milhões em recursos de investidores
para apoiar projetos de MDL em todo o mundo, visando
a redução das emissões na atmosfera.
A intenção do banco, segundo revelou,
é ir reduzindo gradualmente sua participação
nesses investimentos, para permitir a entrada de
outros agentes no mercado.
O Bird é hoje o maior comprador de créditos
de carbono, obtidos a partir da diminuição
das emissões. O objetivo da instituição,
disse Kornexl, era estabelecer os bench market,
isto é, os primeiros projetos, com a finalidade
de capacitar o mercado e estimular as primeiras
transações, para que ele possa realmente
funcionar. O Bird não quer ser monopolizador
do mercado. Ao contrário, quer que os agentes
privados sejam seu principal motor, garantiu.
Isso já está ocorrendo, afirmou Kornxel.
A importância do Bird está diminuindo
gradativamente, mas ficará no mercado ainda
por um bom tempo. Para atrair mais investidores
privados para o comércio de créditos
de carbono, o Banco realiza de 9 a 11 de junho,
um mega evento na Alemanha, para o qual está
convidado cerca de mil investidores de todo o mundo,
informou.
O Bird apoiou os dois projetos pioneiros do Brasil
(Vega e Nova Gerar) que serão anunciados
pelo governo na próxima semana e estudam
apoio a outros 10 nas áreas de aterros sanitários,
em razão do seu impacto social; pequenos
produtores de energia eólica; eletrificação
rural; eficiência energética; co-geração;
redução de emissões de gases
em unidades de petróleo; e outros projetos
industriais.
Os critérios do Bird para investimento nos
projetos priorizam os impactos sociais, destacou
Kornexl. Nos dois projetos já aprovados pelo
governo brasileiro, o aporte do Bird é de
US$ 15 milhões. A decisão para investimento
nos projetos novos depende dos fundos que forem
constituídos e do que os investidores querem
aplicar no Brasil, porque não se trata de
dinheiro do Bird mas de terceiros, esclareceu.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Alana Gandra