EXPEDIÇÃO ESTUDA UMA DAS ÁREAS MAIS REMOTAS
DO PAÍS

Panorama Ambiental
Macapá (AP) – Brasil
Janeiro de 2005

(07/01) – Começou a segunda Expedição Científica ao Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (AP), que tem por objetivo estudar a diversidade biológica do maior parque em floresta tropical do planeta. A área estudada está em uma das regiões mais remotas da unidade, no extremo oeste do parque, próximo à tríplice fronteira entre Brasil, Suriname e Guiana Francesa. A topografia é acidentada, com presença de afloramentos graníticos entre florestas de terra firme. Integra a região das cabeceiras do rio Jarí e está próxima a um importante divisor de águas - entre a Bacia Amazônica e região do Caribe.

A iniciativa integra a série de expedições científicas ao corredor de biodiversidade do Amapá, que vem sendo executada pela parceria interinstitucional envolvendo o Ibama, a organização não-governamental Conservação Internacional (CI-Brasil), o Instituto de Pesquisas Científicas do Amapá (Iepa) e Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). A expedição conta ainda com o apoio do 1º Comando Militar da Aeronáutica (Comar), do Comando Militar da Amazônia (CMA) e do Exército Brasileiro, com apoio do 2º e 3º Batalhões de Infantaria de Selva (BIS).

O alto grau de dificuldade e complexidade da operação demandou um planejamento minucioso, especialmente em relação ao transporte. O local de pesquisa está a 450 quilômetros de Macapá, a noroeste da capital. Como o acesso à área só é possível por meio de helicóptero, a Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama buscou a parceria da Força Aérea Brasileira (FAB) e do CMA, em Manaus (AM). A base aérea de Missão Tiriyós, localizada no extremo norte do estado do Pará, a 600 quilômetros de Macapá, funcionará como ponto de apoio. Cerca de 1,5 tonelada de carga, entre equipamentos, materiais e alimentos não perecíveis que serão utilizados na expedição, já foram levados à base aérea com o apoio de uma aeronave cedida pelo 1º Comar, de Belém (PA). Para o assessor da Dipro, Kleber Alves, a ação representa uma das maiores expedições já realizadas no país, pelo grau de importância, ineditismo e grandiosidade da empreitada.

De acordo com o chefe do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, Christoph Jaster, o translado da equipe será efetuado em etapas: um grupo de mateiros deixou Macapá na terça-feira (4), com destino a Tiriyós. De lá, foram transportados pelo helicóptero do Ibama até o ponto de amostragem, situado a aproximadamente 140 quilômetros da base aérea e, neste momento, realizam a abertura das trilhas e a instalação do acampamento. Os demais membros da equipe começaram a ser transportados na quarta-feira, dia 5, em duas aeronaves do Ibama. Até sábado, todo o grupo deve chegar à área de estudo, em um helicóptero de grande porte do CMA, dando início, na semana que vem, às atividades de campo. O retorno está previsto a partir de 22 de janeiro.

Equipe

Composta por 31 pessoas, a equipe reúne analistas ambientais do Ibama e pesquisadores do IEPA e CI-Brasil. Como na primeira expedição à unidade, são sete os grupos estudados: mamíferos (incluindo morcegos), aves, répteis e anfíbios, crustáceos, peixes e plantas. Uma especialista em geoprocessamento e mapeamento, auxiliares de campo e de laboratório, além de soldados do 3º BIS, que atuam na operação de rádio, cozinha e em situações de resgate, completam a equipe.

Durante dezesseis dias, o grupo pretende coletar informações científicas que subsidiarão o Plano de Manejo da unidade, atualmente em processo de elaboração. Em razão do estado de conservação da área e pelas características geográficas que dificultam o acesso e a interferência humana no local, os pesquisadores esperam encontrar dados inéditos de fauna e flora. “Em três expedições realizadas até agora no Corredor de Biodiversidade do Amapá, nós conseguimos aumentar em mais de 50% o número de espécies de morcegos registradas no Estado, passando de 45 para 69. Se esse ritmo continuar, podemos duplicar e, quem sabe até triplicar, o conhecimento sobre a diversidade de alguns grupos biológicos. Esta região de Tumucumaque é muito promissora, pois nunca foi explorada pela ciência”, diz Enrico Bernard, coordenador de projetos da CI-Brasil e especialista em morcegos.

Pela primeira vez, a atividade contará com uma ampla cobertura da mídia nacional. Repórteres da Rede Globo de Televisão e do jornal O Estado de São Paulo acompanham os pesquisadores nessa jornada. O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e a Expedição Científica serão tema de um Globo Repórter. Nesse momento, a equipe está percorrendo vários pontos da unidade, inclusive a comunidade de Vila Brasil, no médio Oiapoque e a região do Rio Amapari.

Para o gerente executivo do Ibama, Edivan Barros de Andrade, a ação representa um estágio importante no processo de implantação do parque. “A expedição permitirá aos amapaenses conhecer melhor uma região da qual se tem pouca informação científica”. Para o gestor, a participação dos jornalistas em campo representa uma oportunidade para mostrar a todo o país o trabalho que o Ibama desenvolve no Parque Nacional e nas demais unidades de conservação. “É uma divulgação positiva do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, e, por conseguinte, do estado do Amapá. E isso só pôde ocorrer pelo apoio decisivo que recebemos da alta direção do Ibama”, ressalta.

Além da importância científica dos dados a serem coletados, a iniciativa representa um marco nas atividades desenvolvidas pelo Ibama no processo de implantação e gestão do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque - maior unidade de conservação do país, com 3,867 milhões de hectares, ou seja, 0,7% do bioma amazônico. A unidade integra o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), uma iniciativa do Governo Federal coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Ibama, em parceria com estados e municípios da Amazônia Legal brasileira e doadores internacionais.

A primeira expedição foi realizada em setembro de 2004 e concentrou-se na porção sudeste do Parque Nacional, em uma área próxima à confluência dos rios Anacui e Amapari, nos municípios de Serra do Navio e Pedra Branca do Amapari. Outras três expedições científicas devem ocorrer ainda este ano, integrando o projeto de Inventário Biológico do Corredor de Biodiversidade do Amapá.

Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa (Patrícia Sullivan)

 
 
 
 

 

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