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PARTICIPANTES DO FÓRUM
SOCIAL MUNDIAL 2005 PROTESTAM CONTRA TRANSGÊNICOS
DA MONSANTO
Panorama
Ambiental
Porto Alegre (RS) – Brasil
Janeiro de 2005
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28.01.2005
- O Greenpeace, em parceria com a Campanha
por Um Brasil Livre de Transgênicos,
protestou na manhã de hoje (28) contra
a tentativa de controle corporativo da alimentação
mundial praticado pela Monsanto e outras empresas
de biotecnologia. O objetivo é denunciar
a República da Soja, que consiste em
imensas áreas contínuas de plantios
do grão no Brasil, Argentina, Uruguai,
Paraguai com projetos de expansão para
a Bolívia.
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Essas
áreas são objeto de um plano
de domínio de um pequeno grupo de indústrias
de biotecnologia agrícola, com a intenção
de aumentar o número de áreas
com plantio de culturas transgênicas.
Entre essas empresas, a mais agressiva é
a Monsanto, cujas sementes têm o domínio
absoluto do mercado de transgênicos.
O protesto do Greenpeace e das outras entidades,
que contou com a participação
de cerca de 200 pessoas, consistiu na fixação
de uma placa de ferro no chão, em frente
ao prédio da Monsanto em Porto Alegre,
que a partir de agora passa a ser conhecido
como Consulado da República da Soja.
Ao término do protesto, representantes
das entidades tentaram, em vão, entregar
uma carta com as demandas do grupo a representantes
da Monsanto. Porém, a empresa encontrava-se
vazia há três dias, de acordo
com informações prestadas pelos
funcionários do edifício. “Na
terceira edição do FSM, também
tentamos entregar à empresa nossas
reivindicações e não
fomos recebidos pelos funcionários,
que escaparam pela garagem. Trata-se de total
descaso para com a sociedade civil e parte
significativa da população,
que quer ver seus direitos respeitados”,
afirma Gabriela Couto, da campanha de engenharia
genética do Greenpeace.
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Quando o grupo estava
de saída do local, um advogado da Monsanto
apareceu e se comprometeu a entregar a carta à
companhia. O Greenpeace considera o plantio de transgênicos
um atentado contra a biodiversidade e a soberania
alimentar, com o objetivo de obter o controle corporativo
das atividades agrícolas. “Essa prática
é repudiada pelas organizações
participantes do Fórum presentes ao protesto,
que seguirão resistindo aos transgênicos
e à tentativa de monopólio da produção
agrícola por parte das grandes empresas de
biotecnologia”, diz Gabriela Couto.
Além disso, a organização pede
o fim da promoção de sementes geneticamente
modificadas e a interrupção imediata
do desmatamento para plantio de soja. Este fenômeno
já é visível na Argentina e
na Amazônia Brasileira, onde a soja está
substituindo áreas de florestas nativas.
“Na Argentina muitos produtores já se deram
conta de que a produção de transgênicos
é um beco sem saída”, afirma Emiliano
Ezcurra do Greenpeace Argentina.
Greenpeace
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O
Greenpeace Argentina também lançou,
hoje, durante o FSM, o relatório
de Charles Benbroock, “A Expansão
da Fronteira da Soja – A perigosa confiança
da Argentina na soja geneticamente modificada”
(1). O estudo demonstra os impactos ambientais
das plantações de transgênicos
do país. “A reflexão sobre
as evidências reveladas nesse estudo
indica que a forte aposta da Argentina,
há oito anos, sobre os transgênicos,
trouxe terríveis consequências
ambientais, sem as vantagens sociais e ambientais
antes prometidas”, acrescentou Ezcurra.
As organizações da sociedade
civil também exigem que a Monsanto
assuma a responsabilidade pela contaminação
por sementes transgênicas nos campos
e seus impactos socioambientais. |
“Os produtores devem ter respeitado o seu direito
de seguir plantando variedades convencionais, não
modificadas, sem ter suas plantações
contaminadas por transgênicos”, afirma Gabriela
Couto. Além disso, os consumidores devem
continuar tendo o direito de acesso a produtos transgênicos.
Além do Greenpeace participam da campanha
cerca de 80 organizações da sociedade
civil.
Ao mesmo tempo, o Greenpeace e outras organizações
francesas contrárias aos transgênicos
convocaram uma manifestação pacífica
no porto de Lorient, para aguardar a chegada de
um carregamento de 30 mil toneladas de soja geneticamente
modificada. No início desta semana, o barco
Esperanza, do Greenpeace, interceptou este carregamento
de transgênicos e o seguiu até a França.
A bordo do navio, com os ativistas do Greenpeace,
estava Jose Bove, representante do movimento dos
pequenos agricultores franceses.
Nota:
(1) O relatório de Charles
M. Benbrook "A Expansão da Fronteira
da Soja – A perigosa confiança da Argentina
na soja geneticamente modificada" está
no CD distribuído pelo Greenpeace durante
o protesto.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
Fotos: Greenpeace
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