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PRESENÇA DO ESTADO
NA AMAZÔNIA NÃO PODE SER PROVISÓRIA
Panorama
Ambiental
Altamira (PA) – Brasil
Fevereiro de 2005
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Greenpeace
elogia criação de áreas
protegidas na Terra do Meio
18-02-2005
- Cinco dias após o assassinato da
missionária Dorothy Stang, o governo
federal anunciou ontem a criação
de cinco unidades de conservação
na Amazônia, num total de 5 milhões
de hectares, e a suspensão de autorizações
de desmatamento em uma área de mais
de 8,2 milhões de hectares na rodovia
BR-163, a Cuiabá-Santarém.
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“Trata-se
de um passo muito importante na luta pela
conservação da Amazônia,
em particular da Terra do Meio”, disse Paulo
Adário, coordenador da campanha da
Amazônia do Greenpeace. “Com a presença
do Exército na região desde
ontem e essas medidas anunciadas pelo MMA,
o governo tem na mão instrumentos para
defender a floresta e suas populações
tradicionais da ação criminosa
de grileiros, madeireiros e fazendeiros que
invadiram a região. Para isso, precisa
ainda criar novas reservas extrativistas,
como a Renascer em Prainha; implementar os
projetos de desenvolvimento sustentável
em Anapu, defendidos pela irmã Dorothy;
e assegurar os recursos
necessários para transformar medidas
emergenciais em presença permanente
na região, para fazer valer a lei,
trazer a paz e assegurar cidadania e proteção
efetiva do meio ambiente”. |
Duas das unidades de conservação -
uma Estação Ecológica e um
Parque Nacional - num total de 3,7 milhões
de hectares estão localizadas no coração
da Terra do Meio, região entre os rios Xingu
e Tapajós, uma das maiores áreas de
floresta relativamente intacta do oeste do Pará,
extremamente ameaçada por exploração
ilegal de madeira, expansão da fronteira
agropecuária, grilagem de terras, trabalho
escravo e violência.
As Estações Ecológicas são
unidades de proteção integral, onde
apenas é permitida a pesquisa científica.
Para os Parques Nacionais, são autorizadas
também atividades turísticas. “O governo
cria um enorme desafio para si mesmo com duas unidades
de conservação de proteção
integral que exigem fiscalização constante,
pois nesse caso não há a presença
de populações tradicionais para auxiliar
no monitoramento”, diz Adário.
As duas áreas fazem parte de um mosaico de
unidades de conservação em análise
desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Os estudos
foram acelerados pelo atual governo e integrados
ao plano de combate ao desmatamento anunciado em
março do ano passado. O assassinato da irmã
Dorothy precipitou os fatos. Com as novas unidades,
o governo Lula já criou 7,5 milhões
de hectares em unidades de conservação,
desde o ano passado.
O Greenpeace trabalha para proteger a Terra do Meio
desde 1999. Em 2001, a organização
lançou o relatório “Parceiros no Crime”,
denunciando os responsáveis pela exploração
e comércio ilegal de mogno na Terra do Meio.
Desde então, o Greenpeace vem apoiando a
proposta dos movimentos sociais da região
da Transamazônica para a criação
de um mosaico de áreas protegidas na área.
Nos últimos três anos a região
já teve mais de 160 mil hectares ilegalmente
desmatados.
PL Florestas
O governo também enviou
hoje o Projeto de Lei (PL) de Gestão de
Florestas Públicas ao Congresso. O PL prevê
a exploração de madeira de áreas
públicas da Amazônia em regime de
concessões florestais.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
Foto: Greenpeace
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