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IBAMA SOLTA QUELÔNIOS
APREENDIDOS EM MANAUS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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O Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) soltou 138 quelônios sobreviventes
da operação de apreensão realizada
no Município de Cacau Pirêra, na margem
direita do Rio Negro. A equipe do Ibama libertou
os animais na baía do Rio Negro, local onde
eles conseguiram retornar ao seu habitat com segurança.
Durante a operação de fiscalização,
os fiscais do Ibama apreenderam mais de 180 animais,
entre tartarugas e tracajás, mas 31 deles
não resistiram aos ferimentos e morreram.
Os quelônios eram transportados no porão
da embarcação, em sacos de fibra fechados
e abafados, e provavelmente manuseados de forma
brusca e sem o menor cuidado. “Esses carregadores
geralmente jogam as tartarugas no chão da
embarcação, com o casco para baixo,
de forma que elas saem deslizando e batendo em tudo
pela frente. Elas ficam realmente muito machucadas”,
lamenta João Alfredo, Chefe do Núcleo
de Fauna do Ibama.
As duas pessoas que estavam no barco no momento
da apreensão, Mário Antônio
Machado, dono da embarcação e José
Rufino de Oliveira Costa, seu ajudante, foram presos
em flagrante pela Polícia Federal. Eles responderão
inquérito por crime ambiental. Os dois terão
que pagar uma multa ao Ibama no valor R$ 500 por
cada animal e mais um adicional por se tratar de
animais ameaçados de extinção,
um total de R$ 93 mil. O preço desses animais
no mercado ilegal pode variar de R$ 50 a R$ 800,
dependendo do tamanho, da espécie e da época
em que é comercializado.
Dos 180 animais apreendidos, serão devolvidos
ao rio apenas 120 tartarugas e 10 tracajás,
pois 31 deles morreram e 19 já foram destinados
ao criadouro conservacionista da Manaus Energia.
Somam-se ao grupo ainda oito cabeçudos (outra
espécie de quelônio) que foram entregues
ao Ibama no último fim de semana pela Polícia
Ambiental e também serão devolvidos
ao rio, num total de 138 animais.
Os quelônios sobreviventes passaram duas semanas
em recuperação na piscina da sede
do Ibama, recebendo alimentação e
medicação para se fortalecer e ter
condições de serem devolvidos ao seu
habitat natural. “Eles chegaram ao Ibama muito machucados.
Nunca havia recebido animais tão mal tratados
quanto estes”, lamenta a veterinária do Ibama,
Branca Tressoldi.
Ela explica que o processo de soltura deve ser feito
com muito cuidado porque os quelônios costumam
demorar algum tempo para se localizar e afundar
no rio, o que propicia a recaptura dos animais.
“Muitas vezes, há pessoas que ficam na espreita
só aguardando o barco do Ibama se afastar
para recapturar as tartarugas. Por isso nós
precisamos aguardar até que todas elas afundem
no rio e fiquem em segurança”, ressalta Branca.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom (Flávio Mendonça)