FILÓSOFO DISCUTE A RELAÇÃO ÉTICA DO HOMEM COM O MEIO AMBIENTE

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2005

28/04/2005 A Secretaria do Meio Ambiente do Estado – SMA realizou nesta quinta-feira (28/4), das 9 às 16 horas, no Auditório Paulinho Nogueira do Parque da Água Branca, o curso “Ética e Meio Ambiente”, dirigido a educadores, estudantes e representantes de organizações não-governamentais. O evento faz parte do Ciclo de Cursos de Educação Ambiental, organizado pelo Departamento de Educação Ambiental da Coordenadoria de Planejamento Estratégico e Educação Ambiental, da SMA, com o apoio da Secretaria da Agricultura e Abastecimento e Tetra Pak.

Pedro Calado
Na abertura do curso, o filósofo José de Ávila Coimbra, mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica – PUC-SP, pós-graduado em Sociologia Urbana e Sociologia do Desenvolvimento pela École Des Hautes Études et Sciences Sociales, de Paris, abordou o tema “Ética Ambiental”.

Segundo Ávila, “ainda não encontramos a ética e muito menos a incorporamos”. O filósofo explica que “tal situação promove a proliferação de várias éticas, inclusive, a ambiental e, nesse contexto, encontramos duas circunstâncias distintas: a procura de ética de situação e o confronto sem fundamento entre a ética e a moral, embora culturalmente aceitemos a distinção entre ética e moral”. A moral, segundo o palestrante, forma-se como norma de conduta pessoal ou de valores cultivados por uma determinada sociedade, enquanto a ética constitui um conjunto de normas destinadas a ordenar a convivência social em torno de valores considerados essenciais para a conduta e o comportamento.
“Entretanto trata-se de uma distinção, porque na raiz vernacular, ética e moral se ocupam dos costumes e da convivência humana”, esclareceu.
Ávila mencionou os conceitos necessários à convivência harmoniosa, da ética global como elemento para organizar as relações internacionais, criando oportunidades de desenvolvimento e participação nos feitos desse mesmo desenvolvimento, e da ética ambiental como requisito de convivência e de sobrevivência.

“Nota-se um empenho na elaboração de uma ética planetária, ou seja, a organização das nações em função da capacidade e dos limites do planeta Terra. A natureza não é um código de comportamento ético, mas o ordenamento do mundo natural nos ensina um caminho a seguir: o respeito às leis da natureza e o respeito aos limites. A ética ambiental é um requisito de convivência no “oikos” (casa, em grego), constituindo também um requisito para sobrevivência dos sistemas vivos e da família humana”, explicou. O filósofo lembrou que a ética ambiental considera a fraternidade cósmica como uma realidade que transcende o nosso dia a dia, as geopolíticas e qualquer cultura. “Os seres humanos são uma síntese dos mundos mineral, vegetal e animal, tendo como característica a racionalidade. A razão humana não está a serviço apenas da sociedade humana, sendo responsável pela administração e pelo equilíbrio do planeta. Em última análise, cada um de nós é irmão de todos os componentes do mundo natural”, concluiu.
Pedro Calado

Justiça ambiental

A palestra “Justiça Ambiental” ficou a cargo do economista Henri Acseirad, doutor em Economia pela Universidade de Paris I, professor-adjunto e coordenador de Pesquisa do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Acseirad falou sobre o conceito de noções de justiça ambiental, que procura mostrar que a raiz da degradação ambiental é a mesma da injustiça social, o que requer o combate, ao mesmo tempo, das injustiças e das práticas predatórias.
“O movimento de justiça ambiental luta contra as desigualdades ambientais, pois considera que os riscos ambientais são desigualmente distribuídos e que as populações mais destituídas são particularmente penalizadas. Seguindo esse movimento, cabe à sociedade civil dar particular proteção às populações mais vulneráveis, pois, ao impedir a transferência sistemática dos danos ambientais do desenvolvimento para os mais pobres, estará interrompendo a pressão econômica sobre o ambiente de todos”, finalizou.

Rotulagem

No período da tarde, a socióloga Lisa Gunn, subcoordenadora e mestra em Ciência Institucional do IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor, discorreu sobre o tema “Etica e Rotulagem” falando a respeito do uso adequado da rotulagem pelas empresas, que muitas vezes confundem o consumidor. “Isso pode ser visto nas embalagens de biscoitos que são apresentadas como recicláveis, quando na verdade não existe no mercado empresas atuando na recuperação desse tipo de resíduo.
Tal procedimento, leva o consumidor a supor que aquela embalagem será reciclada”, disse. Lisa enfatizou que o consumidor tem a responsabilidade de exercer o seu poder de escolha, mas para que isso é preciso promover o acesso à informação adequada. “O IDEC entende a rotulagem como instrumento de informação para o consumidor, atendendo a um direito básico que é o acesso à informação sobre produtos e serviços”, explicou.
Finalizando disse: “Hoje, sabemos que os padrões de produção e consumo são responsáveis pelos principais impactos sociais ambientais negativos. Por isso, não apenas governos e consumidores, mas principalmente as empresas devem exercer a sua responsabilidade social construindo alternativas que mudem esses padrões insustentáveis de produção e consumo”.

Fonte: Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Wanda Carrilho)
Fotos: Pedro Calado

 
 
 
 

 

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