COORDENADOR DE REDE DE ONGs CHAMA ATENÇÃO PARA AMEAÇAS À MATA ATLÂNTICA

Panorama Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Maio de 2005

27/05/2005 - A Mata Atlântica é o ecossistema mais crítico do planeta. A afirmação foi feita pelo coordenador nacional da Rede de Organizações Não-Governamentais da Mata Atlântica, Pedro Aranha. "É o bioma mais ameaçado que a gente tem", disse Aranha. Segundo ele, dados atualizados apontam a existência, hoje, de apenas 7% da Mata Atlântica original que cobria 17 estados brasileiros.
Hoje, Dia Nacional da Mata Atlântica, Pedro Aranha lembrou que os estados com melhor conservação de fragmentos da mata original são o Rio de Janeiro e Santa Catarina, que, mesmo assim, não estão livres de ameaças constantes para perda desses trechos. No Rio de Janeiro, o problema principal é a especulação imobiliária e, em Santa Catarina, apesar de estar proibida, é a questão da madeira. "Até hoje é um grande problema que a gente enfrenta", disse.
Para conter a devastação, Pedro Aranha informou que têm sido desenvolvidas ações conjuntas do governo federal com a Rede de ONGs da Mata Atlântica. Uma dessas ações é a liberação de financiamentos do banco alemão KFW, com recursos em torno de quase 16 milhões de euros, numa parceria com o governo brasileiro. Os financiamentos são para as ONGs desenvolverem programas criando conectividade entre os fragmentos.
De acordo com Aranha, a primeira chamada para linhas de financiamento já está no mercado e as ONGs têm até 31 de junho para mandar seus projetos de gestão participativa em unidades de conservação e de criação e implementação de novas unidades de conservação, incluindo parques, reservas biológicas e reservas particulares do patrimônio natural.
"Para a Mata Atlântica, é fundamental, porque 70% das terras da Mata Atlântica ainda estão nas mãos de proprietários particulares. Então, é importante a criação de reservas particulares do patrimônio natural para que se crie conectividade nesses fragmentos que ainda temos de Mata Atlântica", esclareceu.
Pedro Aranha destacou também o lançamento, previsto para outubro do Programa da Mata Atlântica. O projeto, que está sendo elaborado pelo governo federal, vai integrar organizações não-governamentais, prefeituras e governos estaduais.
Ele chamou a atenção para o fato da Amazônia ser transformada em uma nova Mata Atlântica em termos de devastação, por questões econômicas. "Todos os ciclos econômicos brasileiros passaram pela Mata Atlântica: começou com o pau-brasil e terminou com a indústria. A mesma coisa a gente está vendo na Amazônia. Começou com a indústria, e hoje é a soja. A relação entre uma e outra é igualzinha".
O coordenador da rede de ONGs ressaltou que o que não se pode permitir, e não quer, é que a Amazônia seja a próxima Mata Atlântica. "Muito se perdeu na Mata Atlântica, sem a gente conhecer a sua biodiversidade, e hoje na Amazônia está acontecendo a mesma coisa. Muito está se perdendo, sem a gente conhecer a biodiversidade do local. Acho que existe uma aliança dentro do movimento ambiental pela preservação da Amazônia e pela recuperação da Mata Atlântica", afirmou.
Para ele, não há diferença de importância entre os cinco sistemas brasileiros: a Mata Atlântica, a Caatinga, o Cerrado, o Pantanal e a Amazônia - é importante ficar atento porque todos estão ameaçados. "No Dia da Mata Atlântica, há muita coisa para comemorar, mas há muita coisa também para não estar feliz. Para estar com desejo de brigar e de continuar a nossa luta", afirmou Aranha.
Na comemoração do Dia Nacional da Mata Atlântica, a Área de Proteção Ambiental de Petrópolis, região serrada do Rio, abriu um novo espaço de convivência e exercício da cidadania no Centro de Informação da Mata Atlântica à comunidade. São os jardins temáticos projetados pelo engenheiro agrônomo Orlando Graeff, que reúnem vinte e uma espécies nativas da Mata Atlântica distribuídas em três ambientes baseados em atividades humanas de filosofia, política e negócios. "É fundamental que as pessoas participem. Esse é o grande resultado para a Mata Atlântica. Não é só fazer um programa de reflorestamento ou criar uma pequena conectividade entre uma floresta e outra, criar um corredor ecológico. É fundamental que as pessoas participem porque 70 por cento da população brasileira estão inceridas no Bioma Mata Atlântica. Então, ele é um bioma onde as pessoas fazem parte. É importante que a gente capacite o ser humano para ele reconhecer a importância dessa floresta, para ele poder estar junto dela recuperando, participando e tomando decisões para manter essa biodiversidade que é tão importante para o planeta", disse.

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Cristina Índio do Brasil

 
 
 
 

 

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