DO RIO NEGRO PARA O MUNDO, SEM INTERMEDIÁRIOS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2005

24/05/2005 Povos indígenas inauguram em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, uma loja e centro cultural para a venda e valorização de seu artesanato e produtos tradicionais. O objetivo da Wariró – Casa de Produtos Indígenas do Rio Negro é aumentar a renda das comunidades pelo comércio justo com o mercado, sem a participação de intermediários.
Existe um endereço certo para quem visita São Gabriel da Cachoeira, na região amazonense do Alto Rio Negro, à procura de cerâmicas, cestarias e outras peças do artesanato indígena local. A Wariró - Casa de Produtos Indígenas do Rio Negro abriu suas portas no dia 14 de maio para se tornar o principal entreposto comercial e cultural das 22 etnias indígenas da região. Criada pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), a Casa tem a missão de promover o desenvolvimento sustentável e valorizar os modos de vida das comunidades indígenas, gerar renda para suas famílias e permitir a preservação de conhecimentos e práticas ancestrais.
A idéia é que a Wariró seja uma ponte direta entre as comunidades, seus produtos tradicionais e os mercados regional e nacional. Sem intermediários. "É um projeto pensado por indígenas, feito para indígenas e gerido por indígenas", afirma André Baniwa, da Foirn. A Casa também é um espaço de encontros entre produtores, artesãos e consumidores a fim de negociar encomendas e trocar informações. Para isso, dispõe de um banco de dados sobre os artigos típicos dos povos do Rio Negro -para que os artesãos possam vender seus produtos de forma justa - e pretende promover cursos de controle de qualidade, administração e valorização de produção artesanal.
O empreendimento comercializa artigos com valor agregado, feitos de forma tradicional a partir de matérias-primas retiradas e processadas de maneira sustentável - respeitando a capacidade de composição da natureza - como bolsas de fibra de tucum, cerâmica tukano, cestos yanomami, pimenta em pó, farinha de tapioca, pupunha, mandioca e artesanatos de várias etnias. A loja foi construída com telhados de caranã, as folhas de palmeira que os indígenas utilizam para cobrir suas malocas. Os produtos tradicionais dividem as prateleiras da Wariró com livros, vídeos e CD's com músicas sobre os mitos e as histórias dos povos do rio Negro.
Durante a abertura oficial da casa, a baré Gilda Barreto, gerente da loja, ressaltou que o projeto vai gerar renda de maneira coletiva, beneficiando todas as associações indígenas da região. "A Wariró é mais uma conquista indígena em direção à sustentabilidade", avaliou. A festa de abertura contou com a presença do Embaixador da Áustria no Brasil, Werner Brandstetter, da representante da agência de cooperação austríaca Horizont3000, Brunhilde de Saneaux e de Beto Ricardo, do Programa Rio Negro do Instituto Socioambiental.

De onde vem Wariró

Segundo a mitologia tradicional dos povos indígenas do noroeste amazônico, Wariró era o chefe de uma família de Wariroá, como antigamente se chamavam as cutias, pacas e acutiwaias, outros roedores da região. O Wariró morava na Serra do Curicuriari, localizada hoje na Terra Indígena Médio Rio Negro, e tinha duas belas filhas. A família passava por necessidades pois a comida era pouca e não tinha muito sabor. Preocupado com aquela situação, Wariró ouviu falar que Basebó - o ser sagrado que era conhecido como Gente Maniva e ensinou a todos os povos a plantar e a trabalhar - estava se mudando para aquela região. Sabendo dos dons de Basebó, Wariró pediu para que suas filhas ficassem aguardando a sua passagem e que o atraíssem até a sua maloca.
E assim aconteceu. Basebó chegou à maloca dos Wariroá e trouxe fartura em comida, ensinou-os a plantar a roça e fazer alimentos a partir da mandioca. O velho Wariró ficou muito contente com tudo que Basebó estava fazendo por eles e, como retribuição, ofereceu suas filhas para que ele se casasse com elas. Basebó aceitou de bom grado e ficou vivendo até o fim da sua vida na casa do Wariró. Segundo Feliciano Lana, pajé da etnia desana, a Serra do Curicuriari, também chamada de "Bela Adormecida" é o perfil de uma das filhas do Wariró.

Fonte: ISA - Instituto Socioambiental (www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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