CIB MANTÉM MORATÓRIA DA CAÇA COMERCIAL DE BALEIAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005

(21.6.05) - Foi rejeitada nesta terça-feira (21.06) em Ulsan, na Coréia do Sul, a polêmica proposta japonesa de derrubar a moratória da caça às baleias. Posto em votação no segundo dia da 57ª Reunião Plenária Anual da Comissão Baleeira Internacional (CBI), o projeto do Ministério de Agricultura, Pesca e Florestas do Japão não conseguiu sequer maioria simples: 29 votos contra e 23 a favor, com cinco abstenções. A delegação brasileira em Ulsan comemorou a vitória, que impede a retomada da caça comercial de baleias em larga escala, pelo menos por mais um ano.

Integrante da comitiva brasileira, o coordenador do Projeto Baleia Franca, José Truda Palazzo Júnior, conta que o governo japonês usou de diversas manobras na tentativa de garantir apoio ao seu projeto de implantar um novo Sistema Revisado de Manejo da caça. Segundo ele, a iniciativa aboliria os santuários existentes, acabaria com a moratória da caça comercial e poria em prática um sistema global de caça sem o mínimo de supervisão e controle internacionais.

Durante toda a manhã, os trabalhos da CIB foram paralisados por uma exigência dos países caribenhos aliados ao Japão em ter uma sessão secreta de chefes de delegação, sem explicar o motivo. Truda conta que, na reunião, os caribenhos partiram para longos discursos retóricos sobre procedimento, numa manobra que sabidamente visava ganhar tempo para que chegassem Togo e Nauru, os mais novos países aliciados pelo Japão para seu bloco pró-caça. Segundo ele, o Brasil retirou-se ostensivamente da reunião fechada, para não dar seu aval a essa tática espúria. Estas tentativas, entretanto, não impediram a realização da votação e a rejeição do projeto. O Ministro de Conservação da Nova Zelândia, Chris Carter, chamou a proposta japonesa de "farsa" e "abuso".

Moratória foi declarada em 1986 pela CIB

Os países que defendem a preservação das baleias ainda são maioria na CIB, que mantém a tradição pró-conservação dos últimos 20 anos. A moratória da caça às baleias por tempo indeterminado foi declarada pela CIB em 1986 para tentar conter o ritmo alucinado com que as espécies estavam sendo caçadas. Estima-se que cerca de 50 mil a 60 mil baleias foram mortas por ano durante o período da caça comercial mundial, que atingiu seu pico em 1961, quando a indústria baleeira conseguiu o recorde de 70 mil animais mortos. Ainda assim, desde que a moratória foi declarada, quase 14 mil baleias já foram mortas; destas, 7 mil foram abatidas somente pelo Japão, que se utiliza do argumento de que pratica a "caça científica". Noruega e Islândia também estão entre os principais favoráveis à caça comercial de baleias.

Santuário de Baleias do Atlântico Sul

Esta quarta-feira será outro dia crucial na reunião da CIB, quando a proposta brasileira do Santuário de Baleias do Atlântico Sul será debatida, bem como a caça "científica" japonesa.Este é o quinto ano consecutivo que a proposta de criação do santuário será apresentada, em conjunto com os governos da Argentina e África do Sul.

Na proposta, os países dizem que o "Oceano Atlântico Sul tem sido cenário da matança da maioria das espécies de baleias, não apenas pela caça ao longo da costa, que data da época dos povoamentos, mas também nas últimas décadas, protagonizada por embarcações estrangeiras totalmente desvinculadas dos legítimos interesses das nações no que se refere à administração dos recursos das baleias". Algumas destas embarcações têm constantemente capturado espécies protegidas e desrespeitado as regras firmadas pela CIB.

Na proposta, estes países afirmam que desejam garantir os interesses de conservação, sob a luz da crescente e qualificada contribuição regional com o objetivo de promover a pesquisa e o uso racional dos recursos, como a observação de baleias.

Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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