A Scata Painéis alegou que a propaganda do Greenpeace “fere a ética, uma vez que os produtos vendidos são submetidos a todas as exigências legais e vigiados pelos organismos estatais, não cabendo a qualquer outra entidade emitir (...) conceitos de valor”. “É uma vergonha que a empresa tenha se recusado a veicular uma campanha de informação pública. E o mais intrigante é que isso tenha acontecido apenas na cidade onde está localizada a sede da Bunge Alimentos”, disse Gabriela Vuolo, da campanha de engenharia genética do Greenpeace. “A atitude é uma afronta à liberdade de expressão, e mais uma vez quem perde é o consumidor, que fica privado de informações adequadas sobre os produtos que está comprando”.
A sede administrativa da Bunge Alimentos, responsável pelas marcas Soya, Salada, Primor, Delícia, All Day e Cyclus, está localizada na cidade de Gaspar. Nesta unidade da empresa também acontecem o refino de óleo, e a produção de gorduras, margarinas e maioneses.
A escolha da Bunge como alvo deve-se ao seu papel de líder no mercado de óleos e margarinas, e de grande fabricante de maionese. A empresa é também a maior trading do mercado de grãos no país. A Bunge adota o duplo padrão em seu relacionamento com os consumidores. Tem uma linha de produtos certificados como não transgênicos, de acordo com exigências específicas de clientes. No caso dos óleos, margarina e maionese alvos da campanha do Greenpeace, a empresa não oferece informações sobre a matéria-prima utilizada na fabricação destes produtos.