GUIAS SETORIAIS IRÃO AUXILIAR INDÚSTRIAS A INTEGRAR “PRODUÇÃO MAIS LIMPA” À SUA GESTÃO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Junho de 2005

29/06/2005 A CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental lança hoje (29/06) à noite, durante encontro da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente - ABEMA, em São Paulo, quatro Guias Técnicos Ambientais de Produção Mais Limpa (P+L) dirigidos a setores industriais.

Cetesb
Os quatro guias foram desenvolvidos para auxiliar as indústrias dos setores de Sucos Cítricos, Cervejas e Refrigerantes, Curtumes e Bijuterias a integrarem o conceito de P+L às suas gestões empresariais. Produzidos originalmente em forma de CDs, o seu conteúdo já está disponível no site da agência ambiental paulista - www.cetesb.sp.gov.br.

A CETESB apresentou no evento, também, o CD com o “Relatório de Produção e Consumo Sustentável na América Latina e Caribe”, publicação elaborada pela CETESB, por solicitação do Programa das Naçoes Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA. O relatório, em sua versão em Espanhol, foi divulgado durante a realização do 8 º Seminário Internacional de Alto Nível sobre Produção e Consumo Sustentável na América Latina e Caribe, do PNUMA (SCP8), em novembro passado, em Monterrey, México, com a finalidade de estimular a mudança dos modelos de produção e consumo insustentáveis.
Conforme o gerente do Setor de Tecnologias de Produção Mais Limpa da CETESB, Flávio de Miranda Ribeiro, estes quatro guias, na realidade, estão marcando “apenas o início de uma série de documentos setoriais - divulgando os conceitos de P+L - a serem produzidos”. Ele afirmou que já há a determinação de gerar os guias específicos para os setores de cerâmica, cosméticos, sucro-alcooleiro e de abate, entre outros, além de lembrar que outros setores interessados poderão procurar a CETESB, para estabelecer parcerias nesse sentido.

Melhoria na eficiência dos processos

Embora se trate de um conceito recente, a P+L se relaciona, principalmente, a um tema bem conhecido das indústrias: a melhoria na eficiência dos processos. Contudo, como os próprios guias destacam em seu texto introdutório, ainda são muitas as dúvidas dos industriais na hora de adotar a gestão de P+L no cotidiano de suas empresas: de que forma ela pode ser efetivamente aplicada nos processos e na produção? Como integrá-la ao dia-a-dia dos colaboradores? Que vantagens e benefícios traz para a empresa? Como uma empresa de pequeno porte pode trabalhar à luz de um conceito que, à primeira vista, parece tão sofisticado ou dependente de tecnologias caras?

Para responder a essas e outras questões, os guias trazem orientações teóricas e técnicas, com o objetivo de auxiliar as consultas sobre cada na integração da empresa à P+L, que tem levado diversas organizações a uma produção mais eficiente, econômica e com menor impacto ambiental.

Em linhas gerais, o conceito de P+L pode ser resumido como uma série de estratégias, práticas e condutas econômicas, ambientais e técnicas, que evita ou reduz a emissão de poluentes no meio ambiente por meio de ações preventivas, ou seja, evitando a geração de poluentes ou criando alternativas para que estes seja reutilizados ou reciclados.

Na prática, essas estratégias podem ser aplicadas a processos, produtos e até mesmo serviços. Dentre elas, é possível citar a redução ou eliminação do uso de matérias-primas tóxicas, aumento da eficiência no uso de matérias-primas, água ou energia, redução na geração de resíduos e efluentes, e reúso de recursos, entre outros.

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Vantagens significativas

De acordo com os documentos, as vantagens são significativas “para todos os envolvidos, do indivíduo à sociedade, do país ao planeta”. Mas é a empresa que obtém os maiores benefícios para o seu próprio negócio. Para ela, a P+L reverte em redução de custos de produção; aumento de eficiência e competitividade; diminuição dos riscos de acidentes ambientais; melhoria das condições de saúde e de segurança do trabalhador; melhoria da imagem da empresa junto a consumidores, fornecedores, poder público, mercado e comunidades; ampliação de suas perspectivas de atuação no mercado interno e externo; maior acesso a linhas de financiamento; melhoria do relacionamento com os órgãos ambientais e a sociedade, entre outros.
Ao contrário do que possa parecer num primeiro momento, grande parte das medidas são bastante simples. Algumas já são amplamente disseminadas, mas, neste guia, elas aparecem organizadas segundo um contexto global, tratando da questão ambiental por meio de suas várias interfaces: a individual, relativa ao colaborador; a coletiva, referente à organização; e a global, que está ligada às necessidades do país e do planeta.
Segundo Flávio, é importante ressaltar que a P+L é um processo de gestão que abrange diversos níveis da empresa, da alta diretoria aos diversos colaboradores. “Trata-se não só de mudanças organizacionais, técnicas e operacionais, mas também de uma mudança cultural que precisa ser incorporada ao dia-a-dia de cada colaborador. É uma tarefa desafiadora, e que, por isso mesmo, consiste em uma excelente oportunidade para aperfeiçoar as etapas de planejamento, expandir e ampliar o negócio, com benefícios ambientais e econômicos na gestão dos processos.”
De modo a auxiliar as empresas nessa empreitada, os guias foram estruturados em capítulos, incluindo a descrição do perfil do setor, a descrição dos processos produtivos, os potenciais impactos ambientais gerados pela emissão de rejeitos dessa atividade produtiva, e alguns exemplos de procedimentos de P+L aplicáveis à produção.

Redução do consumo de água

O setor de fabricação de bijuterias, por envolver processos de fundição e galvanoplastia, é visto com preocupação por seu potencial poluidor. No Estado de São Paulo, onde estão registradas 644 empresas do setor, cerca de 50% delas encontram-se no Município de Limeira. A quase totalidade é formada por pequenas e microempresas, que individualmente causam pouco impacto, mas que, em seu conjunto, se torna significativo. Em função disso, a CETESB criou, anos atrás, um projeto-piloto para a região, com participação e parceria da indústria e associações locais de bijuterias. Na primeira fase, estavam envolvidas apenas cinco empresas, número que evoluiu para 19, na segunda e última fase, mais recentemente, incluindo 3 fornecedores.
Um exemplo ilustrativo das vantagens da P+L nesse projeto é o caso da Quarta Dimensão Exportação e Importação Indústria e Comércio Ltda., uma pequena empresa, que utilizava dispositivos conhecidos como “chuveiros” em seu processo de lavagem de peças, consumindo muita água, em torno de 1.220 metros cúbicos por ano. Ao substituir os chuveiros por aspersores, o consumo de água foi para 552 metros cúbicos anuais, representando uma redução de 55%.
Recentemente, com um sistema de troca iônica, que também permite a reutilização de água em circuito fechado, a redução foi de mais 29%. Para se ter uma idéia, em termos de redução de custos, considerando-se o consumo do tempo dos “chuveirões”, pagava-se o equivalente a R$ 11,7 mil anuais, significativamente maior que os R$ 4,3 mil, gastos com o atual sistema de troca iônica.
Os outros setores contemplados com os guias de Produção Mais Limpa da CETESB foram os de Sucos Cítricos, de Curtumes e de Cervejas e Refrigerantes. A importância da adoção e consolidação das práticas de P+L por esses setores produtivos se evidenciam, entre outros fatores, pela representatividade que têm no cenário paulista e mesmo nacional. O de Sucos Cítricos, por exemplo, representa nada menos do que 80% da produção nacional, envolvendo 320 municípios e 400 mil empregos diretos, e apresentando problemas ambientais relativos a efluentes, emissões e odor. O setor de Curtumes paulista representa 23% da produção nacional, que por sua vez é responsável por 11% da mundial. Há problemas ambientais ligados a contaminação por cromo e produção de resíduos. No setor de Cervejas e Refrigerantes, desafios são o grande consumo de água e geração de carga orgânica.

Produção e Consumo Sustentável na AL e Caribe

No mesmo evento da ABEMA, a CETESB distribui também um CD com o “Relatório de Produção e Consumo Sustentável na América Latina e Caribe ”, publicação elaborada pela CETESB, por solicitação do Programa das Naçoes Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA, com o apoio de todos os governos da região, que enviaram as informações necessárias.
O relatório, em sua versão em Espanhol, foi divulgado durante a realização do 8 º Seminário Internacional de Alto Nível sobre Produção e Consumo Sustentável na América Latina e Caribe, do PNUMA (SCP8), em novembro passado, em Monterrey, México, com a finalidade de estimular a mudança dos modelos de produção e consumo insustentáveis.

Fonte: CETESB – agência ambiental do estado de São Paulo (www.cetesb.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Mário Senaga)
Fotos: Cetesb

 
 
 
 

 

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