MUSEU GOELDI INAUGURA O MAIS MODERNO HERBÁRIO DA AMAZÔNIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005

28/06/2005 O herbário mais antigo da Amazônia vai ganhar um novo espaço. Com 600 m2 de área, o novo prédio do Herbário João Murça Pires, do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), instituição científica vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), será inaugurado nesta quinta-feira (30), às 10h, no campus de pesquisa da instituição, com a presença do diretor Peter Mann de Toledo, além de pesquisadores, técnicos e convidados.
O espaço, em sua capacidade plena, armazenará 300 mil amostras botânicas e contará com salas de apoio, de informatização de dados e de montagem de amostras, além de uma ampla área de consulta para pesquisadores, incluindo os visitantes, o que dará maior conforto e agilidade às atividades de pesquisa realizadas diariamente.
O prédio está equipado com modernos armários compactados, para armazenar as coleções de plantas superiores - Angiospermas dicotiledôneas e monocotiledôneas, e Gimnospermas - e Pteridófitas (samambaias), com cerca de 174.000 exemplares, além de seis mil amostras de Briófitas (musgos e hepáticas), 3.778 amostras de fungos e líquens e uma carpoteca com 7.500 frutos.
Segundo o curador do Herbário do Museu Goeldi, Ricardo Secco, o novo espaço abrangerá ainda um herbário virtual, que possibilitará um conhecimento aprofundado sobre a diversidade e distribuição geográfica das plantas da Amazônia. “Com isso, o nosso herbário passa a ser o mais moderno e bem equipado da região amazônica, além de ser o mais importante do ponto de vista histórico”, afirma Secco.

Histórico

Criado em 1895, com o nome de Herbarium Amazonicum Musei Paraensis, pelo botânico suíço Jacques Huber, o Herbário do Museu Goeldi vem contribuindo há mais de um século na identificação, catalogação e documentação da flora nativa da Amazônia. Terceiro herbário mais antigo do Brasil, possui cerca de 180 mil amostras de plantas desidratadas (exsicatas), sendo 2.150 typus nomenclaturais, constituindo-se em uma importante fonte de consulta para estudos botânicos voltados para a taxonomia vegetal, sistemática filogenética, biologia molecular, inventários florísticos, anatomia e palinologia, como também para pesquisas em áreas como Ecologia Vegetal, Botânica Econômica, Fitoquímica, Farmacologia e Agronomia.
Seu rico acervo procede principalmente dos estados amazônicos, contando ainda com amostras de outras regiões do Brasil e de países vizinhos, como Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Guianas, e da América Central. Cerca de 75% do acervo encontra-se informatizado pelo Programa BRAHMS, doado pela Universidade de Oxford. Segundo Secco, além da informatização das coleções botânicas, os pesquisadores vinculados ao Herbário realizam coletas em áreas sujeitas à constante intervenção humana, na tentativa de contribuir com políticas públicas que visam à criação de reservas ambientais e de planos de manejo.
O acervo inclui amostras coletadas pelos maiores nomes da botânica mundial, como Ducke, Huber, Prance, Spruce, J. M. Pires, P. Cavalcante, Maguire, entre tantos outros, e que fazem parte das coleções históricas do Herbário. Bastante preservadas, as primeiras coleções foram adquiridas por Jacques Huber em herbários europeus. São duplicatas de coleções feitas na Amazônia no fim do século 19 e início do 20, como a do botânico E. Ule, do Museu de Berlim, que teve seus originais destruídos pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, e a do botânico inglês R. Spruce, que foi formada na Amazônia entre 1849 a 1855 para o Museu Britânico. É dessa coleção (exsicata) a amostra mais antiga do Herbário, que é de uma planta conhecida como Anauerã (Licania macrophylla), da família das Crisobalanáceas, e foi coletada por Spruce no Pará em 1849.
Além de contribuir para a preservação e documentação de amostras da flora amazônica e servir de base para as pesquisas da Coordenação de Botânica do Museu Goeldi, o Herbário João Murça Pires mantém intercâmbio científico com renomadas instituições do Brasil e do exterior, como Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa/MCT), Embrapa Amazônia Oriental, Cenargen, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Instituto de Botânica de São Paulo, USP, Museu Nacional, The New York Botanical Garden, Missouri Botanical Garden, Royal Botanic Gardens, Musée Nationalle d`Histoire Naturelle (Paris), entre outras.

Pesquisa

Duas linhas de pesquisa são desenvolvidas no Herbário do Goeldi, a taxonomia vegetal, voltada para a identificação de plantas e a descrição de novas espécies; e a micologia, que estuda os fungos. Segundo Ricardo Secco, nos últimos dez anos já foram identificadas cerca de 50 novas espécies pelo grupo de pesquisa que atua no herbário, que é um dos mais tradicionais do Museu Goeldi.
O grupo atua no estudo de algumas importantes famílias botânicas na Amazônia, tais como Euphorbiaceae, Leguminosae, Annonaceae, Myrtaceae, Moraceae, além de Briófitas e Fungos. Outra atividade realizada é o levantamento florístico visando à elaboração de floras, com destaque para a Flora da Restinga de Algodoal, de Caxiuanã, da Reserva Ducke (em colaboração com o Inpa) e de Goiás-Tocantins (em colaboração com a Universidade Federal de Goiás).
Como resultado, nos últimos dez anos foram geradas quatro teses de doutorado e oito dissertações de mestrado. Cerca de quinze bolsistas já desenvolveram pesquisas junto ao grupo, sendo ligados ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC) e aos cursos de pós-graduação da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e do MPEG.

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de Comunicação Social do Museu Goeldi

 
 
 
 

 

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