PLANTAS TÓXICAS DA AMAZÔNIA SÃO UTILIZADAS CONTRA PRAGAS AGRÍCOLAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2005

Tanto os grandes quanto os pequenos agricultores têm um problema em comum: as pragas que atingem as lavouras e chegam a dizimar toda uma safra. Os danos econômicos causados por esse problema são expressivos. A diferença é que, enquanto os grandes agricultores recorrem aos especialistas e às tecnologias disponíveis no mercado, os pequenos agricultores não têm a quem recorrer. O motivo é a falta de recursos e, às vezes, falta de conhecimento. Então, como solucionar essa questão?
Uma das alternativas é a utilização de “plantas tóxicas” da região amazônica. Quem garante isso é a pesquisadora Joana D'Arc Ribeiro, doutora em Entomologia e Ecologia, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Um estudo desenvolvido pela Coordenação de Pesquisas em Ciências Agronômicas (CPCA/Inpa) junto às comunidades produtoras de citros (gênero relativo às plantas cítricas) no assentamento do Iporá, município do Rio Preto da Eva, visa analisar os efeitos e os resíduos tóxicos das soluções extraídas de folhas do timbó (Lonchocarpus floribundus) e da Palicourea, também conhecida como erva-do-diabo (Palicourea marcgravii), no uso contra pulgões, cochonilhas e formigas cortadeiras de pequenas lavouras de alface, tomate e citrus.
Além disso, os pesquisadores querem identificar as substâncias ativas que compõem os extratos e avaliar a ação residual das soluções desses extratos, ou seja, como agem no solo. As pesquisas em animais são realizadas em ratos. Joana D'Arc explicou que essas duas plantas são altamente tóxicas ao homem, podendo levá-lo à morte, caso ingeridas, seja na forma de chás ou in natura.

“Para utilização na lavoura, as plantas passam por um processo químico, para a obtenção do produto final, um pó, que agregado a restos de laranja, tem demonstrado ótimos resultados contra as formigas cortadeiras (Atta laevigata)”, destacou a pesquisadora, acrescentando que o próximo passo é determinar a dose letal exata sobre os insetos expostos às soluções extrativas de “timbó” e de “erva-do-diabo”.
Em relação às visitas nas comunidades, ela disse que a tarefa vem sendo realizada pela equipe do laboratório e a recepção tem sido ótima. Joana D'Arc explicou que a abordagem é feita por meio de uma linguagem simples, de modo a que o pequeno agricultor possa ter fácil acesso e aprender as técnicas que estão sendo ensinadas.

“Os programas de manejo integrado de insetos e pragas e a utilização de plantas tóxicas podem ser considerados um dos componentes-chave do processo, tendo em vista a redução do uso de produtos químicos sintéticos que são prejudiciais ao meio ambiente e à saúde”, ressaltou. Ela comentou que a pesquisa, além de promover o desenvolvimento sustentável e socialmente mais justo, tem como objetivo produzir alimentos mais seguros e garantir o equilíbrio do meio ambiente, tendo em vista a diversidade biológica, em grande parte ainda inexplorada, principalmente de algumas regiões da Amazônia, o que possibilita uma fonte de pesquisa de novos produtos, que poderão vir a substituir os defensivos químicos importados, e tornar os pequenos agricultores da região independentes da aquisição desses produtos.

Segundo a pesquisadora, atingir esses objetivos não é nada fácil, pois requer toda uma infra-estrutura para o trabalho de campo, pesquisas em laboratório, além de necessitar de investimentos elevados. "Porém, com muito esforço temos conseguido, por meio de investimento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), das bolsas disponibilizadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), além dos investimentos do Fundo Setorial de Petróleo (CT Petro). Também contamos com uma equipe formada por seis alunos de graduação, quatro de mestrado, um de doutorado e quatro pesquisadores", finalizou.

Fonte: MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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