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FOGO ATINGE 30% DO PARQUE
DAS EMAS E NÃO DEVE AVANÇAR
MAIS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2005
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(06/09/05) - Ao
contrário do que chegou ser divulgado, o
fogo destruiu até agora menos de 30% - e
não 50% - dos 132 mil hectares do Parque
Nacional das Emas, no Sul de Goiás. “O fogo
atingiu até agora 35 mil hectares e não
deve avançar mais que isso”, afirmou o técnico
ambiental do Ibama Yuri Marmo. Yuri responde pelo
monitoramento de focos de calor e, embora não
haja previsão de chuva, acredita que o controle
do incêndio é iminente, porque foi
posto em curso um planejamento de ações.
“Aceiros foram feitos; a técnica do contrafogo
foi aplicada. Está tudo pronto para deter
o fogo”, disse Yuri. O trabalho visa evitar a propagação
do fogo no cerrado e em matas de Galeria (mata ciliar)
e que servem como zonas de escape para os animais.
Segundo Yuri, a mortalidade
de animais foi também menor que se especulava.
Composta de cerrado, a vegetação atingida
é de regeneração espontânea
e rápida. Não haverá perdas
ambientais significativas. “No próximo ano
já haverá regeneração
de gramíneas e herbáceas, alimentação
preferida de boa parte da fauna, como dos cervos”,
explica a técnica do Prevfogo, Gisele Paes
Gouveia. “As baixas temperaturas noturnas têm
permitido até que animais voltem à
região queimada”, diz.
Ajuda – Segundo Gisele,
o Ibama enviou hoje quatro novos técnicos,
para ajudar colegas exaustos pelo combate direto
ao fogo. O Ibama despachou à região,
ainda, mais duas motobombas e uma piscina, além
de verba de R$ 5 mil para manutenção
imediata de caminhões e de equipamentos.
Além da natural parceria do Ibama, dos brigadistas,
da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, a prefeitura
e a população têm colaborado.
Fazendeiros emprestaram dois caminhões-pipa
cheios de água. Gente da prefeitura e voluntários
fornece, ainda, comida, água.
Yuri informou que
o rumo do fogo no Parque Nacional, assim como em
outras unidades de conservação federais,
é monitorado várias vezes ao dia.
Yuri e colegas passam debruçados sobre imagens
de satélite. Quando batem nos computadores,
essas “fotografias” possibilitam ao Ibama antecipar
cenários e programar intervenções.
O fogo no Parque começou no último
dia 1 de setembro. Uma tempestade de raios provocou
faíscas que deram início às
chamas. Cerca de 40 pessoas trabalham para detê-lo.
O prefeito da cidade de Mineiros (GO) e fazendeiros
emprestaram tratores e equipamentos. A patrola municipal
limpa as estradas dos rastros de fogo. “Temos lá
seis jipes, três caminhões, um pipa,
para levar água, e dois para carregar gente
e máquinas, como motobombas”, contou o gerente
substituto da Gerência do Ibama de Goiânia,
Valdomiro Pontes.
Ainda é cedo
para avaliar os prejuízos ambientais à
flora e fauna. “Teremos um inventário só
depois de uma semana de contido o fogo”, explica
Valdomiro. Sabe-se com certeza que os técnicos
encontrarão animais mortos, sobretudo tamanduás-bandeira,
tatus, porcos do mato.
Carajás –
O outro incêndio em Unidades de Conservação
Federais foi debelado ontem. A chuva trouxe paz
à Floresta Nacional de Carajás, no
Pará. O satélite não detecta
mais nenhum ponto de calor na região. Carajás
havia entrado em alerta desde 1 de agosto. Em meados
desse mês, o fogo parecia ter-se extinguido.
Choveu tanto que as rodovias pareciam rios. Contudo,
o fogo voltou. “Os troncos são grandes e
continuam a arder por dentro; o que nos obriga a
ficar atentos novamente”, diz Yuri Marmo. Em helicóptero,
técnicos fazem o sobrevôo da região.
Gerente acredita
que fogo no Parque das Emas está prestes
a ser controlado
O gerente substituto
do Ibama em Goiânia (GO), Valdomiro Neres,
informou na noite desta segunda-feira (05/09) que
o fogo no Parque Nacional das Emas avançou
para uma região de declive, mergulhando no
precipício de um paredão, o que deve
facilitar o controle do fogo. “Nosso objetivo agora
é não deixar que ele saia do buraco
por onde entrou”, disse Valdomiro. Quando começaram
a descida do paredão, as labaredas formavam
uma linha de 15 quilômetros. O Parque das
Emas fica situado no estado de Goiás, quase
divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso Sul.
O incêndio
no Parque, uma Unidade de Conservação
Federal de 132 mil hectares, começou no último
dia 1 de setembro. Uma tempestade de raios provocou
faíscas que deram início às
chamas e que, até às 19h, segundo
dados do satélite, haviam queimado cerca
de 50% da área.
Cerca de 40 pessoas,
entre brigadistas, técnicos do Ibama e bombeiros
do município de Mineiros, trabalham para
deter e apagar o fogo antes da chuva. O prefeito
da cidade e alguns fazendeiros emprestaram tratores
e outros equipamentos. A patrola municipal limpa
as estradas dos rastros de fogo. “Temos lá
seis jipes, três caminhões, um pipa,
para levar água, e dois para carregar gente
e máquinas, como motobombas”, conta Valdomiro.
Ainda é cedo
para avaliar os prejuízos ambientais à
flora e fauna. “Só teremos um inventário
depois de uma semana de contido o fogo”, explica
Valdomiro. Sabe-se com certeza que na vegetação
atingida, composta de cerrado, os técnicos
encontrarão vários animais mortos.
Os principais serão os tamanduás-bandeira,
os tatus, os porcos do mato.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom (Rubens Amador)