16/09/2005 - O Ministério do Meio Ambiente promove, entre os dias 18 e 21, no município de Gilbués, no Piauí, uma oficina para discutir estratégias de implementação do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN-Brasil). O objetivo é apresentar as ações governamentais para o desenvolvimento sustentável do Núcleo de Desertificação de Gilbués.

Lançado em julho de 2004, o PAN-Brasil é coordenado pela Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente e tem como objetivo identificar as causas da desertificação, apontando medidas para evitar seu avanço.
Construído de acordo com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), o programa traz ações para reduzir a degradação social, econômica e ambiental. O PAN inclui programas do governo federal e atua em mais de 1,4 mil municípios da região Nordeste e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, na região Sudeste. Até 2007, serão destinados R$ 23,5 bilhões pelo Governo Federal para a execução do plano. A maior parte dos recursos será aplicada no combate à pobreza, à desigualdade social e ao fortalecimento da agricultura familiar.
De acordo com o coordenador de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente, José Roberto de Lima, o objetivo do evento em Gilbués é conhecer o estado da desertificação in loco para se ter a real dimensão do problema e propor alternativas de desenvolvimento para a região.
O processo de desertificação em Gilbués, localizado a 797 quilômetros de Teresina, na região sul do Piauí, iniciou-se na década de 40 e desde então vem evoluindo gradativamente (foto). É considerado pelo (PAN-Brasil) como um dos núcleos de desertificação no Nordeste, sendo que a degradação do solo já atinge, além de Gilbués, mais sete municípios da região: São Gonçalo do Gurguéia; Corrente; Monte Alegre do Piauí; Barreiras do Piauí; Curimatá; Redenção do Gurguéia; e Bom Jesus.
A desertificação é um processo de degradação ambiental que ocorre nas regiões com clima árido, semi-árido e subúmido seco em quase todo o mundo. O fenômeno atinge principalmente populações pobres. É causado por alterações climáticas e ações humanas, prejudicando populações, biodiversidade e economia.
No Brasil, as regiões afetadas pela seca e desertificação abrangem parte dos estados do Nordeste, de Minas Gerais e Espírito Santo.