CURSO ABORDA QUESTÃO DA SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE URBANO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Setembro de 2005

22/09/2005 - A Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, por intermédio de sua Coordenadoria de Planejamento Estratégico e Educação Ambiental - CPLEA, realizou nesta quinta-feira (22/09) o curso "Meio Ambiente e a Questão Urbana". Os tópicos abordados foram "Habitação Urbana e Meio Ambiente", "Cidades Sustentáveis e Cidades Insustentáveis", "A Importância da Floresta no Espaço Urbano" e "Microclima nas Cidades". O tema atraiu grande público que lotou o auditório do Parque Dr. Fernando Costa, localizado na zona oeste de São Paulo. O conteúdo das palestras deste curso e dos anteriores está disponível no site www.ambiente.sp.gov.br - página Educação Ambiental - Ciclo de Cursos.

José Jorge
A arquiteta e urbanista Marta Dora Grostein abriu o evento mostrando os vários ciclos de expansão que marcaram o crescimento de São Paulo, iniciando nos anos 20 quando a dinâmica da cidade era conduzida pela atividade cafeeira, passando pelas décadas de 40 e 50, quando houve uma transformação radical na base econômica da cidade com a implantação de indústrias pesadas, o que resultou na vinda de muitos imigrantes em busca de emprego. Esse aumento da população provocou um rápido e
José Jorge
desordenado crescimento, cujas conseqüências vivemos até hoje. Isso, porque bastava ter uma linha de ônibus para viabilizar um espaço de moradia sem qualidade. Atualmente o grande problema é a chegada da malha urbana na área de mananciais, o que deixa claro que não basta a existência de uma lei, instituída em meados da década de 70, para conter as demandas sociais resultantes da forma como a cidade se organiza. "O processo de expansão e transformação são determinantes para as condições dos ecossistemas que sustentam a vida metropolitana em todas as suas dimensões", afirmou Grostein.

Em 1900, a cidade necessitava de 0,30 m3/s de água para abastecer a sua população, em 1950 eram necessários 5,60 m3/s e, em 1999, a demanda estava em 63,10 m3/s e, em breve, estaremos consumindo 68 m3/s. "Os impactos causados pela falta de planejamento afetam o clima, as condições morfológicas e hidrológicas e os condicionantes biogeográficos, resultando no desaparecimento da cobertura vegetal", concluiu Grostein.

“Cidades Sustentáveis e Cidades Insustentáveis” foi o tema apresentado pelo engenheiro civil Francisco Comaru. "São Paulo tem riquezas hídricas muito grandes, são mais de mil rios que a cidade possui, mas todas as vezes que canalizamos um rio, estamos matando parte da vida na cidade. O Tamanduateí é o exemplo máximo de tudo o que não devemos fazer com um rio. Na Europa muitos governos estão abrindo seus rios novamente, numa tentativa de reavivá-los", disse.

Para o pesquisador, as desigualdades sociais muito acentuadas contribuem para a insustentabilidade de uma cidade e a grande exclusão traz conseqüências negativas para todos. Tudo isso ocorre, segundo o palestrante, devido à inexistência de conexão entre planejamento e gestão. "Existe um contraste acentuado entre uma parte qualificada e uma parte que apresenta vários graus de desqualificação, em geral maior do que a primeira", garantiu Comaru.

Uma possibilidade de reverter o processo está na formulação das diretrizes gerais da Política Urbana, que em seu artigo 2º prevê, entre outras coisas, a garantia do direito a cidades sustentáveis; gestão democrática; cooperação entre os governos, iniciativa privada e demais setores da sociedade; planejamento do desenvolvimento das cidades; ordenação e controle do uso do solo; e justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização.

Segundo o pesquisador, o investimento público no Brasil segue três critérios históricos: marketing e visibilidade, valorização imobiliária e clientelismo. Mas existem vários instrumentos que podem democratizar a gestão das cidades como: mais conhecimento sobre planejamento e gestão; democratizar a tomada de decisão; formação de conselho da cidade; realização de conferência da cidade; realização de audiências públicas; estudo de impacto de vizinhança; orçamento participativo; e iniciativa popular para elaborar projetos de lei.

"A cidade é um organismo vivo e a destruição das florestas urbanas acarreta danos econômicos, sociais e ambientais", afirmou a engenheira agrônoma Ondalva Serrano, que falou sobre a "Importância da Floresta no Espaço Urbano". Hoje, no Brasil, 82% da população vive em aglomerados urbanos e o resgate ambiental para a qualidade de vida humana nas cidades é premente. Assim, é prioritária a correção das distorções, desequilíbrios e anomalias do meio urbano, por meio de políticas públicas voltadas para a qualidade de vida e a justiça social.

"A inexistência de um órgão oficial que faça o estudo, planejamento e promoção de florestas urbanas não pode continuar. É necessário que ocorra a criação de uma política nacional de florestas urbanas para corrigir esses desequilíbrios", ressaltou Serrano.

São muitos os benefícios decorrentes da existência de florestas nas áreas urbanas como a redução da exposição aos raios ultravioleta. Além disso, as árvores são responsáveis por 60% da troca de CO2 na atmosfera, contribuem para a formação de solos, agentes bioquímicos, recursos genéticos, regulação do clima e de doenças e controle de enchentes, sem contar os benefícios não materiais como recreação, ecoturismo, estética e outros.

Conforme Serrano, os principais vetores de alteração da conservação de florestas são a atividade agrícola, expansão urbana, poluição, depredação, invasão, favelização, concentração urbana e êxodo rural.

O evento contou também com a palestra sobre Microclima nas cidades, onde a geógrafa Magda Adelaide explicou as conseqüências climáticas decorrentes da falta de planejamento na construção do ambiente urbano.

Fonte: Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Cris Olivette)
Fotos: José Jorge

 
 
 
 

 

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