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SÃO FRANCISCO: TRANSPOSIÇÃO
NÃO VAI ACABAR COM A SECA, ADMITE
MINISTRO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2005
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07/10/2005 - O projeto
de integração do Rio São Francisco
às bacias hidrográficas do Nordeste
Setentrional não vai acabar com o problema
da falta d’água no Nordeste brasileiro. O
ministro da Integração Nacional, Ciro
Gomes, explicou hoje que 470 comunidades, vilas
e assentamentos vão ser beneficiados, o que
representa apenas 45% da população
do semi-árido nordestino. "Não
vai acabar com a seca", reconheceu o ministro.
De acordo com Ciro
Gomes, o projeto não é, por exemplo,
"uma resposta ao problema real das populações
difusas". Ele explicou que 25% da população
nordestina vivem no campo, em casas distantes. E
que essas 12 milhões de pessoas não
terão acesso ao projeto.
Para minimizar a
situação, o governo federal promete
construir um milhão de cisternas. Mas admite
que elas também não serão a
solução definitiva. O volume de água
guardado por ano em uma cisterna representa um total
muito pequeno. "Não permite nem criar
uma cabra. A classe média gasta isso em um
mês apenas no banho", comparou o ministro.
Ciro Gomes ressaltou,
no entanto, que "a geografia do semi-árido
é um dos principais indicadores de fome no
Brasil". De acordo com o ministro, a Organização
das Nações Unidas recomenda um mínimo
de 1.500 metros cúbicos de água ao
ano por habitante. E no Nordeste Setentrional, a
média é de 450 metros cúbicos
– no Agreste pernambucano, cai a 300 metros cúbicos.
"Não há o mínimo de água",
disse.
O ministro informou
que na bacia do Rio São Francisco o volume
de água é de 4.500 metros cúbicos.
E ressaltou: "Há água. É
preciso fazer com que ela chegue".
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Alessandra Bastos