BRASIL TEM PLANO NACIONAL DE AGROENERGIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Outubro de 2005

13/10/2005 - Desenvolver e transferir conhecimento e tecnologias para a produção sustentável da agricultura de energia e o uso racional da energia renovável, visando a competitividade do agronegócio brasileiro e o suporte às políticas públicas: esses são os objetivos do Plano Nacional de Agroenergia, que será lançado no dia 14 de outubro, pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, em Piracicaba - SP.

Embrapa
O Plano, elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vai construir também as bases para a criação do Consórcio Brasileiro de Agroenergia, que reunirá ações de vários setores produtivos, e de um fundo de investimento para esse consórcio. Durante o evento serão apresentados equipamentos que já utilizam biodiesel, desenvolvidos pelas empresas Valtra do Brasil e Dedini, além da maquete do Polo de Biocombustível, que será instalado na Fazenda Experimental Areão em Piracicaba.

"A agroenergia é uma das prioridades do nosso Ministério", afirma Rodrigues. "Temos muitos desafios pela frente, como o desenvolvimento de tecnologias de produção agrícola, com a definição de plantas mais aptas, sistemas de produção eficientes e de
regiões com potencial para produção. Também há necessidade de novas tecnologias industriais, que transformem os produtos agrícolas em biodiesel. Este Plano tem como objetivo direcionar nossas ações para os próximos 20 anos", acrescenta.

Segundo o Plano, a produção de agroenergia no Brasil estará concentrada em cinco grandes grupos: florestas, biogás, biodiesel, etanol e resíduos. No que diz respeito ao etanol, embora possa ser obtido de outras fontes, a estratégia é que ele será integralmente retirado da cana-de-açúcar (veja figura abaixo).

Segundo Silvio Crestana, diretor-presidente da Embrapa, para a concretização desse cenário pressupõe-se o alinhamento de diversas outras políticas governamentais, como tributária, de abastecimento, agrícola energética, ambiental e de comércio internacional. Para nortear as ações de pesquisa, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia no setor foram escolhidas as seguintes diretrizes principais: sustentabilidade da matriz energética; sustentabilidade e autonomia energética comunitária; geração de emprego e renda; otimização do aproveitamento de áreas antropizadas (onde houve ação do homem); conquista e manutenção da liderança do mercado internacional de bioenergia; apoio e formulação de políticas públicas; sustentabilidade, competitividade e racionalidade energética nas cadeias do agronegócio nacional; e desenvolvimento de soluções que integrem a geração de agroenergia e a eliminação de perigos sanitários.

O documento destaca, ainda, que é imperativo realizar, nas principais cadeias produtivas (etanol, biodiesel, biomassa, florestal, biogás e resíduos agro-industriais) estudos de caráter sócioeconômico e estratégico para formar um banco de dados que permita o desenvolvimento de cenários e estudos prospectivos para subsidiar as políticas públicas no âmbito da agroenergia.

Agricultura de energia

Sob o conceito de biomassa, três grandes vertentes dominarão o mercado da agricultura de energia: os derivados de produtos intensivos em carboidratos ou amiláceos, como o etanol; os derivados de lipídios, como o biodiesel; e os derivados de madeira e outras formas de biomassa, como briquetes ou carvão vegetal.

Neste cenário, a primeira vantagem comparativa que se destaca, segundo análise feita no Plano, é a perspectiva de incorporação de áreas à agricultura de energia sem competição com a agricultura de alimentos.

O documento ressalta também que o Brasil reúne condições para ser o principal receptor de recursos de investimento provenientes do mercado de carbono, no segmento produção e uso de bioenergia.

No que diz respeito à oferta e demanda de energia o Plano coloca que a biomassa será a base da energia renovável e também servirá como insumo para a indústria química, antevendo que esse segmento movimentará o maior volume de recursos das transações agrícolas internacionais a partir de 2050

Ações estratégicas

Ao detalhar as ações estratégicas para incentivar a produção de Etanol, o documento elaborado pela Embrapa estabelece também algumas prioridades, como a eliminação de fatores restritivos à expressão do potencial produtivo da cultura da cana-de-açúcar, incrementando a produtividade de cana, o teor de sacarose, o agregado energético e o rendimento industrial da cana.

Outro ponto é o desenvolvimento de tecnologias poupadoras de insulso e de eliminação ou mitigação de impacto ambiental, o que inclui tecnologias de manejo da cultura da cana-de-açúcar e a integração de sistemas produtivos.

Aprimorar as atuais rotas de produção de biodiesel, com valorização do etanol como insumo, e desenvolvimento de novas rotas são algumas das ações prioritárias decididas para a cadeia do biodiesel. O plano prevê ainda, o desenvolvimento de tecnologias visando o aproveitamento da biomassa de vocação energética para outros usos na indústria de química fina e farmacêutica.

Para a cadeia do biogás são previstas ações como a criação de equipamentos para aproveitamento do biogás como fonte de calor, para o transporte e distribuição do biofertilizante, para a geração de energia elétrica e desenvolvimento de estudos e modelos de biodigestores.

Para a cadeia de florestas energéticas são sugeridos o desenvolvimento de tecnologias que promovam o adensamento de áreas reflorestadas, bem como a inserção de comunidades de baixa renda no setor, além da substituição do carvão mineral, em seus diferentes usos.

No aproveitamento de resíduos e dejetos algumas das ações propostas são a integração dos conceitos de agroenergia e mercado de carbono e a interface entre as redes de pesquisa para aproveitamento de esgotos urbanos para fins energéticos.

Fonte: Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Rosângela Evangelista e Robinson Cipriano)
Imagem: Embrapa

 
 
 
 

 

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