CIENTISTAS BRASILEIROS DETECTAM AUMENTO DO BANCO DO OZÔNIO NO CHILE

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2005

20/10/2005 - Uma redução de aproximadamente 50% da camada de ozônio foi observada pela equipe do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, que acompanha, em Punta Arenas, no Chile, o fenômeno do ‘buraco de ozônio’.
Segundo Neusa Paes Leme, coordenadora da equipe e responsável pela sondagem, foi registrada uma concentração de 160 Unidades Dobson (UD) no dia de concentração mínima - 7 de outubro. O valor de referência para a camada normal é de 340 UD. Considera-se a ocorrência do buraco de ozônio quando a camada atinge valores menores do que 220 UD.
Esse nível de diminuição não era verificado na região desde 1995. Com relação à radiação UV-B, foi registrado índice 5 para um dia parcialmente nublado, o que é considerado alto para a região, representando elevação de 120% em relação ao que seria observado em condições normais.
O buraco de ozônio é um fenômeno sazonal. As condições para a sua formação se verificam principalmente na Antártica, em alguns meses do ano, entre agosto e início de novembro (na primavera). Em novembro, quando as temperaturas já estão mais altas, enfraquecendo o vórtice polar, a região que apresentava baixo nível de ozônio consegue interagir com as regiões vizinhas, havendo um deslocamento de ar rico em ozônio para dentro da região do "buraco", propiciando o retorno aos níveis e condições normais.
Esta semana será feita uma nova medição, com a camada já em estado normal e com alta concentração de ozônio. A equipe aguarda o retorno da ocorrência do buraco de ozônio para o final da próxima semana. "Este ano, o buraco está bastante intenso e o objetivo maior do nosso trabalho é analisar os efeitos secundários desse fenômeno, como as influências em regiões localizadas em latitudes menores", explica Neusa.
Os pesquisadores realizam medições com a ajuda de sondas lançadas em balões, que registram os níveis de ozônio e radiação UV-B, a temperatura, os ventos, a umidade e a pressão. As ações integram o projeto de Ozônio e Radiação UV-B na Antártica, coordenado por Volker Kirchhoff, e financiado pelo Proantar/CNPq/MMA e Inpe.
Durante a primeira ocorrência do buraco de ozônio sobre a região neste ano foram realizados 13 lançamentos de sondas. Os instrumentos de superfície utilizados pertencem ao Laboratório de Ozônio e RUV da Universidad de Magallanes, coordenado pelo doutor Cláudio Casiccia. Esta é a quarta campanha do Inpe em Punta Arenas, para medição dos níveis de ozônio. As anteriores ocorreram em 1995, 1997 e 2001.
Saiba mais
O buraco de ozônio é um fenômeno típico da Antártica, pois são necessárias algumas condições básicas para que ele se forme - temperaturas muito baixas, períodos sem luz para que nuvens estratosféricas sejam formadas, concentrando núcleos congelados de moléculas de cloro e outros CFCs (clorofluorcarbonetos), e circulação atmosférica bem fechada, que chamamos de "vórtex". Todas essas condições se verificam durante o inverno na Antártica.
Quando a luz começa a chegar ao Pólo Sul, na primavera, a radiação ultravioleta dispara um processo químico formando o ozônio e liberando os CFCs, especialmente o cloro, das nuvens estratosféricas. Inicia-se então um processo de formação e perda do ozônio.
O cloro vive mais que o ozônio, e uma molécula de cloro pode destruir milhares de moléculas de ozônio. Então, o processo de destruição é mais eficiente. Com a circulação atmosférica fechada, a interação da região de pouco ozônio com a região mais rica em ozônio é dificultada, favorecendo o crescimento da área com pouco ozônio, que chamamos de "Buraco".
Essa região vai crescendo até encontrar temperaturas mais altas e o vórtex enfraquecer. Inicia-se então a troca de ar entre as regiões. É isto o que ocorre quando o Buraco encontra as temperaturas mais elevadas da América do Sul, ou quando as temperaturas na Antártica aumentam, no final de outubro e início de novembro. Isto explica porque o Buraco aparece na primavera e se recupera no início do verão.
No Ártico são raras as vezes em que o buraco aparece e, mesmo assim, rapidamente. O Ártico é mais quente e sua circulação atmosférica não é fechada, como ocorre na Antártica. Apenas em anos de inverno muito frio o fenômeno foi verificado, em 1999, 2001 e 2003.
Atualmente a comunidade científica está mais atenta para acompanhar qual é a interação do buraco de ozônio com o efeito estufa.

 
 
Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (Ana Paula Soares)
 
 
 
 
 
 

 

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