EDUCAÇÃO E TRABALHO CONTRA O ÊXODO RURAL NO ALTO RIO NEGRO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Novembro de 2005

09/11/2005 - A segunda reportagem da série São Gabriel da Cachoeira planeja seu futuro conta como os projetos-piloto desenvolvidos em comunidades indígenas pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e pelo ISA tentam reverter o êxodo dos jovens indígenas para os centros urbanos do município. As ações visam formar técnica e profissionalmente a população para que possa permanecer e trabalhar em seus locais de origem.

São Gabriel da Cachoeira é o terceiro maior município brasileiro. Seu território abriga, além da sede, outros dois aglomerados urbanos: Iauaretê, na fronteira com a Colômbia, na beira do rio Uaupés e dentro da Terra Indígena Alto Rio Negro e Cucuí, na fronteira com a Venezuela, subindo o rio Negro desde São Gabriel.

Além destes dois, Pari-Cachoeira, Assunção e Taraquá (inseridos na TI Alto Rio Negro) são também centros missionários em torno dos quais várias comunidades indígenas se reuniram ao longo do tempo. Todos eles são sedes de distritos de São Gabriel. Iauaretê, o maior dos aglomerados urbanos indígena da região, experimentou um grande aumento populacional nos ultimos anos. Entre 1996 e 2002, a população aumentou de 1.167 pessoas para 2.328). Hoje vivem lá cerca de 4 mil habitantes.

Esse aumento se deve ao esvaziamento das comunidades localizadas no rio Papuri e nos trechos do Uaupés acima do vilarejo. Assim como ocorre com parte dos recém-chegados à São Gabriel da Cachoeira, os moradores das comunidades abandonaram suas casas à procura de escola em Iauaretê. Da mesma maneira, os outros centros missionários atraem habitantes de comunidades próximas que se ressentem da falta de oportunidades de estudo em seus locais de origem, principalmente educação da quarta-série em diante.

O exôdo rural, portanto, não é um fenômeno que atinge apenas a cidade de São Gabriel, mas todos os centros distritais do município, provocando impactos semelhantes sobre a saúde da população e o meio ambiente. Os projetos-piloto desenvolvidos pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e pelo ISA buscam reverter essa tendência conjugando ações nas áreas de segurança alimentar, geração de renda, educação indígena, saúde, fortalecimento organizacional e na afirmação das culturas indígenas.

Os projetos visam fornecer formação técnica e profissional para atender as demandas das comunidades no que tange a melhoria da qualidade de vida e, assim, evitar que a população jovem indígena abandone prematuramente estes locais. Hoje estão em funcionamento três estações de piscicultura com manejo agroflorestal, quatro redes de escolas-piloto, envolvendo cerca de 100 comunidades indígenas, entre outras atividades.

As redes de escolas do projeto de educação, por exemplo, procuram formar, de maneira integrada com os outros projetos-piloto, jovens indígenas que tenham oportunidades de estudo e trabalho nas próprias comunidades, para que possam permanecer nelas. É o caso da estação de piscultura que funciona na escola indígena Baniwa Coripaco, no rio Içana. “Nos rios onde estes projetos estão em andamento há mais tempo, como no Tiquié, já é possível verificar uma diminuição do fluxo migratório aos núcleos urbanos e mesmo à São Gabriel da Cachoeira”, afirma a demógrafa Marta Azevedo, do programa Rio Negro do ISA. “A multiplicação destes projetos é um capítulo fundamental das políticas públicas que o Plano Diretor deve estimular para o município”, completa Beto Ricardo, coordenador do programa Rio Negro do ISA.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.isa.org.br)
Assessoria de imprensa (Bruno Weis)

 
 
 
 
 
 

 

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