IBAMA: NOTA TÉCNICA SOBRE A GRIPE AVIÁRIA

Panorama Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Novembro de 2005

NOTA TÉCNICA

A influenza ou gripe é uma doença infecciosa aguda do sistema respiratório, que pode ser provocada por um dos três tipos do vírus influenza, denominados A, B ou C. Além dos seres humanos, este vírus também pode ser encontrado em outras espécies animais, tais como aves silvestres e domésticas, porcos, eqüinos, entre outros. As cepas mais patogênicas costumam ser do tipo A, subtipos H5 e H7.

Periodicamente, as mutações podem produzir uma cepa completamente nova, para a qual toda a população é susceptível, gerando condições para a ocorrência de uma epidemia em escala internacional, denominada pandemia. De acordo com o Ministério da Saúde, este fenômeno acontece quando uma cepa que originalmente só infectava animais, como as aves, atravessa a barreira das espécies, passa a infectar diretamente os seres humanos e, posteriormente, adquire a capacidade de transmissão inter-humanos.

Desde 1997 o continente asiático vem registrando alguns episódios de transmissão direta de uma cepa de vírus de influenza aviária de alta patogenicidade (cepa A/H5N1) para o homem. Recentemente também foram diagnosticados alguns casos isolados na Europa. Até o presente momento, a transmissão desta cepa para o homem se dá por meio do contato direto com aves infectadas ou mortas, ou pelo contato indireto com as secreções dessas aves. Ainda não há confirmação de nenhum caso de transmissão entre pessoas da cepa H5N1.

As aves aquáticas silvestres, em especial os patos selvagens (anatídeos), são consideradas o reservatório natural do vírus da influenza tipo A. Estas aves têm sido portadoras deste vírus por séculos, aparentemente sem maiores conseqüências, uma vez que as cepas costumam ser de baixa patogenicidade. Os problemas ocorrem quando o vírus é transmitido para outras espécies de aves, principalmente as domésticas, mais susceptíveis às infecções.

Ainda que remota, a chegada ao Brasil do vírus da gripe aviária por meio de aves migratórias não pode ser descartada. Segundo o Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres – CEMAVE/IBAMA, já foram catalogadas pelo menos 163 espécies de aves migratórias que em algum momento do ano visitam o Brasil, 97 delas provenientes do hemisfério norte, onde não há, até o momento, nenhum registro do vírus influenza H5N1.

A grande maioria das licenças concedidas pelo IBAMA, voltadas para a captura de animais silvestres, destina-se a ações de pesquisa e monitoramento. Considerando a falta de informações relativas à biodiversidade brasileira e a possibilidade realização de inquéritos epidemiológicos com aves migratórias em diferentes pontos do país é de entendimento deste órgão que estas pesquisas devem ser incentivadas e não restringidas.

Inquéritos epidemiológicos realizados para detecção do vírus da Febre do Nilo Ocidental em aves migratórias, coordenados pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde - SVS/MS, em ação conjunta com o IBAMA e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Portaria Interministerial no 2033 de 31 de outubro de 2002) têm auxiliado na investigação da ocorrência de mortalidade de aves migratórias, por causas desconhecidas, visando controlar a entrada desse e de outros vírus no País, como o New Castle, influenza, entre outros.

A questão do comércio ilegal de animais silvestres deve ser considerada como um fator de risco, uma vez que a entrada clandestina de animais no país, pode representar uma importante via para a disseminação de doenças, dentre elas a febre aviária. Porém, o problema deve ser tratado de maneira genérica e não vinculado a uma doença específica, evitando assim eventuais retaliações sobre um determinado grupo de animais como, por exemplo, as aves. Cabe aos órgãos competentes reforçar os sistemas de vigilância nas fronteiras, portos e aeroportos, bem como ao Ibama e aos demais órgãos ambientais, intensificar a fiscalização de maneira a coibir essa atividade ilícita.

Apesar dos alertas divulgados na mídia, a chegada do vírus da gripe aviária ao País deve ser considerada apenas como uma possibilidade e não como uma certeza. Fatores como a posição geográfica privilegiada, a inexistência de rotas de aves migratórias da Ásia para a América do Sul e o fato do Brasil ser exportador de aves, reduzem sensivelmente as chances de entrada desta doença. Ainda assim, todo o tipo de precaução não deixa de ser necessária.

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom (Gustavo Rick)

 
 
 
 
 
 

 

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