TERMO DE AJUSTAMENTO DA SUINOCULTURA RECEBE AVALIAÇÃO POSITIVA NA EMBRAPA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2005

21/11/2005 - A adequação ambiental da suinocultura vai se espalhar por Santa Catarina a partir do ano que vem. Essa foi uma das principais conclusões do Seminário de Avaliação do Termo de Ajustamento de Condutas da Suinocultura Catarinense (TAC), realizado na Embrapa Suínos e Aves, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Concórdia (SC), nos dias 17 e 18 de novembro. Além de chegar a todos os suinocultores catarinenses, o TAC também deve mudar o cálculo do custo de produção da atividade. “O TAC nos mostrou que é preciso incluir o meio ambiente entre os custos da suinocultura”, disse o pesquisador e chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, Élsio Figueiredo.

O seminário procurou apontar os erros e acertos na implantação do TAC em 19 municípios do Meio-oeste de Santa Catarina, que têm Concórdia como pólo. O termo começou a ser discutido em 2001, a partir de uma ação do Ministério Público catarinense. Produtores, agroindústrias, prefeituras e governo do Estado levaram quatro anos para definir como todas as propriedades que produzem suínos nos 19 municípios envolvidos fariam para se adequar à legislação ambiental. Um dos pontos mais difíceis do TAC foi dividir o custo das adaptações exigidas pelas propriedades para acabar com a poluição provocada pelos dejetos suínos.

O caminho percorrido pelo termo reservou percalços e vitórias. “Não tenho dúvida que o TAC foi positivo pela forma democrática como foi implantado, pela consciência ambiental que gerou, pelo despertar de responsabilidades que acarretou e pelos benefícios ambientais concretos que vai gerar daqui por diante”, disse o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza. Como pontos negativos foram apontadas durante o seminário a possibilidade de exclusão da atividade de parte dos produtores e a distância entre o que exige a legislação ambiental e a realidade da agricultura do Estado.

As conclusões do seminário serão reunidas numa publicação do Comitê Regional da Suinocultura de Concórdia, criado dentro do TAC. Essa publicação, de acordo com o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Júlio César Pascale Palhares, servirá como base para o ajustamento de outras regiões que produzem suínos no Estado. Ficou claro durante o evento que o TAC de Concórdia não é perfeito na forma como tentou adequar ambientalmente a suinocultura. “Mas ficou mais evidente ainda que ele é o instrumento indicado para iniciar a mudança ambiental que a atividade precisa encarar”, afirmou o promotor Luis Suzin Marini Júnior, da Comarca de Concórdia.

O TAC está hoje em sua fase prática. Segundo a engenheira agrônoma da Fundação do Meio Ambiente (FATMA), Cinthya Mônica da Silva Zanuzzi, nos municípios envolvidos pelo termo existem 3.821 suinocultores. Destes, 2.090 encaminharam projeto para liberação da licença ambiental. 1.577 foram licenciados, 132 indeferidos, 179 notificados e 165 aguardam a documentação. "Nenhuma propriedade foi fechada por falta de licença até agora", conta o biólogo Gentil Bonêz. Só que há o consenso de que a fiscalização terá que ser rigorosa deste momento em diante para que o TAC realmente provoque mudanças na forma como a suinocultura se relaciona com o meio ambiente.

O presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), Paulo Ernani de Oliveira, tem uma visão otimista da questão ambiental no Estado. Ele disse que as agroindústrias estão cumprindo com as obrigações que assumiram dentro do TAC. "Nós disponibilizamos recursos no sistema de troca-troca e oferecemos assistência técnica e treinamentos". Oliveira revelou que em algumas empresas catarinesne todos os produtores integrados já conquistaram a licença ambiental. "Isso é bom para as agroindústrias porque podemos abrir novos mercados e bom para a sociedade, já que estamos produzindo com menor impacto ambiental", garantiu o presidente do Sindicarne.

Quadro – Efeitos do TAC nos 19 municípios envolvidos

Antes do TAC
- Quase todas as propriedades produziam suínos sem licença ambiental.
- O produtor aumentava a produção de suínos como bem entendia, sem se preocupar com o impacto ambiental.
- De acordo com estudos da Epagri, 90% das águas superficiais estão contaminadas por coliformes fecais.

Depois do TAC
- Os frigoríficos só poderão abater suínos vindos de propriedades com licença ambiental.
- O produtor só poderá ter o número de suínos correspondente à área de terra que dispõe para utilizar o dejeto suíno como adubo.
- A intenção é recuperar gradativamente a qualidade das águas superficiais.

 
 

Fonte: Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Jean Carlos Porto Vilas Boas Souza)

 
 
 
 
 
 

 

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