“ESPINHAÇO SEMPRE VIVO” PROMOVE CONSULTA ENTRE ESPECIALISTAS

Panorama Ambiental
Belo Horizonte (MG) – Brasil
Novembro de 2005

Iniciativa contribuirá para a conservação do Espinhaço, que teve grande parte do seu território reconhecido pela Unesco como Reserva da Biosfera

30/11/2005 - A Cadeia do Espinhaço é um importante complexo de montanhas que abriga ecossistemas de Campo Rupestre, Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga e vai do centro-sul de Minas Gerais até a Chapada Diamantina, na Bahia. Conhecer e mapear a biodiversidade local, identificar as principais ameaças e utilizar essas informações na condução de políticas de conservação para a cadeia de montanhas é o principal objetivo do Projeto Espinhaço Sempre Vivo.

Fruto da parceria entre o Instituto Biotrópicos, a Fundação Biodiversitas e a Conservação Internacional (CI-Brasil), o Projeto Espinhaço Sempre Vivo consiste em três etapas: preparação, consulta ampla e realização de um seminário juntamente com publicação dos resultados. Na fase preparatória, foi criado um banco de dados com informações compiladas da literatura sobre a diversidade biológica do Espinhaço, em especial a distribuição das espécies e suas ameaças.

A etapa de consulta ampla, iniciada no mês passado, visa incrementar o banco de dados, mobilizando pesquisadores de todo o país para que contribuam com informações provenientes de observações pessoais, resultados de trabalhos em andamento e material depositado em coleções de museus.

O banco de dados será utilizado em análises que buscarão identificar, entre outros aspectos, as lacunas de conhecimento sobre a biodiversidade do complexo de serras e delinear as pesquisas que serão realizadas no futuro. Também serão reconhecidas as áreas de prioridade para a conservação, considerando a importância biológica de cada região, a existência de espécies endêmicas e sua distribuição, bem como o grau de ameaça dessas espécies.

“É fundamental que todo o conhecimento produzido pelos pesquisadores seja reunido e canalizado para subsidiar diretrizes de políticas públicas de conservação”, explica Alexsander Araújo de Azevedo, coordenador do Programa Espinhaço do Instituto Biotrópicos.

A terceira fase se dará através da realização de um seminário que reunirá cerca de 40 especialistas para discussão dos resultados obtidos na etapa anterior. As conclusões obtidas no evento serão publicadas em 2006, através de artigos específicos, em um número da revista científica Megadiversidade, editada pela Conservação Internacional.

Desde o decreto de criação da Reserva da Biosfera na parte mineira da Serra do Espinhaço, instituído pela Unesco em julho deste ano, o Projeto Espinhaço Sempre Vivo é uma iniciativa que dá continuidade ao processo de conservação desse patrimônio natural.

“Após o seminário, continuaremos com as parcerias e pretendemos captar recursos para ajudar na implantação das medidas que serão sugeridas no evento”, afirma Ricardo Machado, diretor do Programa Cerrado da CI-Brasil. Segundo Machado, a região do Espinhaço foi escolhida como prioritária para a conservação devido à sua grande importância biológica. “O Programa Cerrado da Conservação Internacional deverá implantar na região um corredor de conservação de biodiversidade - o Corredor do Espinhaço. Nele, o maior número possível de espécies estará protegido por um conjunto de unidades de conservação de diferentes categorias”, explica.

Como participar - Pesquisadores que atuam ou atuaram no domínio do Espinhaço têm até o dia 08 de dezembro para contribuir com o banco de dados on-line no site do Instituto Biotrópicos (www.biotropicos.org.br). O programa permite que o participante acrescente novas informações ou revise os dados já compilados, efetuando eventuais correções e refinamentos das informações cadastradas.

Importância - A Cadeia do Espinhaço tem cerca de mil quilômetros e alta riqueza de espécies vegetais e animais. Possui uma mistura de importantes tipos de vegetação, que incluem manchas de Caatinga e áreas de Mata Atlântica e Cerrado, biomas considerados hotspots mundiais - ambientes que abrigam extrema diversidade biológica e que, ao mesmo tempo, encontram-se entre os mais ameaçados do planeta.

O complexo de montanhas apresenta os campos rupestres, uma das vegetações brasileiras mais ricas em endemismos (espécies que só ocorrem naquele local), geralmente situados acima de mil metros de altitude.
A região tem sido bastante ameaçada por atividades como mineração, queimadas, expansão imobiliária e agropecuária. Para conter esse tipo de intervenção, diversas instituições têm firmado parcerias para conservar a biodiversidade local. Segundo Gláucia Drummond, superintendente técnica da Fundação Biodiversitas, os resultados do Projeto Espinhaço Sempre Vivo auxiliarão também a submissão da proposta de transformação da parte baiana da Cadeia em Reserva da Biosfera.

“A parceria estratégica entre Fundação Biodiversitas, Instituto Biotrópicos e Conservação Internacional é muito importante porque representa a soma de esforços para a conservação da biodiversidade entre instituições que falam a mesma língua e têm um mesmo objetivo. A idéia é juntar mais parceiros nas próximas etapas”, conclui Gláucia.

# # # A Conservação Internacional (CI) foi fundada em 1987 com o objetivo de conservar o patrimônio natural do planeta - nossa biodiversidade global - e demonstrar que as sociedades humanas são capazes de viver em harmonia com a natureza. Como uma organização não-governamental global, a CI atua em mais de 40 países, em quatro continentes. A organização utiliza uma variedade de ferramentas científicas, econômicas e de educação ambiental, além de estratégias que ajudam na identificação de alternativas que não prejudiquem o meio ambiente. A Conservação Internacional tem sede em Belo Horizonte-MG. Outros escritórios estão estrategicamente localizados em Brasília-DF, Belém-PA, Campo Grande-MS e Salvador-BA. Para mais informações sobre os programas da CI no Brasil, visite www.conservacao.org

###Criado em 2003, o Instituto Biotrópicos de Pesquisa em Vida Silvestre é uma ONG ambientalista que tem como objetivo produzir e difundir conhecimentos sobre a diversidade biológica buscando o desenvolvimento científico, a formação sócio-cultural e a conservação da natureza. O Biotrópicos conta com um grupo de profissionais, em sua maioria biólogos, que atuam principalmente na elaboração e execução de projetos de pesquisa que buscam o conhecimento da biodiversidade e a sua conservação.
A ONG também vem participando em planos de manejo de unidades de conservação em Minas Gerais. Integra o Conselho Consultivo do Parque Nacional Grande Sertão Veredas e atua em frentes que auxiliam a condução de diretrizes de políticas públicas. Mais informações no site www.biotropicos.com.br.

### A conservação da biodiversidade brasileira é a missão primordial da Fundação Biodiversitas, organização não-governamental que promove ações de caráter técnico-científico no país desde 1989. A Biodiversitas é um centro de referência no levantamento e aplicação do conhecimento científico para a conservação da diversidade biológica. Seus projetos visam à interação entre o meio ambiente e o ser humano, buscando meios de conciliar a conservação da natureza e o desenvolvimento econômico e social.
Mais detalhes no site www.biodiversitas.org.br.

 
 

Fonte: Conservação Internacional Brasil (www.conservation.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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