CASO DOROTHY: JULGAMENTO NÃO REPRESENTA FIM DA IMPUNIDADE NO PARÁ

Panorama Ambiental
Belém (PA) – Brasil
Dezembro de 2005

09-12-2005 - No primeiro dia do julgamento dos acusados pela morte da missionário Dorothy Stang em Belém, o Greenpeace e outras 23 organizações entregaram uma carta (veja aqui o conteúdo na íntegra) endereçada à Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pedindo providências em relação à sistemática violação dos direitos humanos no estado do Pará. O documento foi entregue para a representante especial do Secretariado Geral da ONU para os Defensores dos Direitos Humanos, Hina Jilani, que acompanha o julgamento como observadora.

Desde o assassinato de irmã Dorothy, em fevereiro de 2005, pelo menos outros seis líderes de trabalhadores rurais foram assassinados no Pará; três deles no último mês. Relatório publicado pelas ONGs Justiça Global, Terra de Direitos e Comissão Pastoral da Terra (CPT), lista 772 execuções de trabalhadores nos últimos 33 anos – e apenas três julgamentos. A Justiça, que deveria ser cega para todos, parece ser implacável apenas para os pobres: nos últimos 10 anos, mais de 600 camponeses foram presos.

“Atualmente, 51 pessoas estão ameaçadas de morte na Amazônia. Dentre eles, destacam-se algumas das lideranças ligadas à Irmã Dorothy, no município de Anapu, onde os conflitos pela posse de terras voltaram a se intensificar após a retirada das tropas do Exército, em setembro.

Para as organizações signatárias da carta entregue à ONU, “a presença do Estado brasileiro na Amazônia não pode ser pontual, em resposta apenas a fatos de grande repercussão”, mas permanente e constante.

O julgamento

O julgamento do caso Dorothy Stang deve durar até sábado (10/12), mas pode ser prorrogado por vários dias. Estão sendo julgados Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, e Clodoaldo Batista, que teriam participado da emboscada e disparado os seis tiros que mataram Dorothy.

Os outros três acusados pelo crime – os fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Galvão, o Taradão, acusados de serem os mandantes; e Amair Feijoli da Cunha, o Tato, acusado de intermediar o crime – conseguiram adiar seus julgamentos para o ano que vem, por meio de recursos.

“Confiamos que o caso seja julgado e os culpados sejam punidos exemplarmente”, disse André Muggiati, da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Centenas de outros crimes semelhantes passam despercebidos, aumentando a sensação de impunidade no Pará. Esperamos que esse julgamento represente a retomada da Justiça na Amazônia, com a apuração e julgamento de todos os outros crimes envolvendo disputas de terra na região”.

“Isso prova que quando há a vontade dessa polícia do estado do Pará em apurar o caso, ele é apurado. O que nós gostaríamos era que não fosse necessária essa pressão tanto do governo federal, quanto imprensa nacional e internacional, para se atingir esse resultado”, afirmou Felício Pontes Jr., Procurador da República no Pará, que acompanhou as investigações do caso, em Anapu.

Irmã Dorothy

A missionária americana naturalizada brasileira Dorothy Stang, 73 anos, foi assassinada com seis tiros em Anapu, no Pará, no dia 12 de fevereiro. Irmã Dorothy vivia há mais de 30 anos na região da Transamazônica e dedicou quase a metade de sua vida a defender os direitos de trabalhadores rurais contra os interesses de fazendeiros e grileiros da região, de forma absolutamente pacífica. Desde 1972, ela trabalhava com as comunidades rurais de Anapu pelo direito à terra e por um desenvolvimento sustentável, sem destruição da floresta.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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