JUSTIÇA CONDENA DOIS DOS CINCO ACUSADOS DO CASO DOROTHY

Panorama Ambiental
Belém (PA) – Brasil
Novembro de 2005

10/12/2005 - Condenação dos pistoleiros representa vitória da sociedade civil na luta contra a impunidade; outros três acusados devem ser julgados em março

No dia internacional dos Direitos Humanos, os dois homens acusados pelo assassinato da missionária Dorothy Stang foram considerados culpados pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará. Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, que confessou ter feito os seis disparos que mataram a freira foi condenado a 27 anos de prisão por homicídio qualificado. Clodoaldo Batista, que o acompanhava, foi condenado a 17 anos. De acordo com a lei brasileira, Rayfran pode ainda recorrer da decisão e pedir um novo julgamento.
“A condenação dos dois pistoleiros que mataram Irmã Dorothy é uma vitória da sociedade civil na luta contra a impunidade”, disse André Muggiati, da campanha da Amazônia, do Greenpeace. “Centenas de outros crimes semelhantes, que não ganham as páginas dos jornais, nem chegam a ser investigados. Esperamos que esse julgamento represente a retomada da Justiça na Amazônia, com a apuração e punição dos responsáveis”.

“O Estado se sentiu desafiado e cumpriu sua função num julgamento correto, completo e íntegro. Mas, para nós, só estará completo se alcançarmos os mandantes”, afirmou Dom Tomás Balduíno, presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Para David Stang, irmão da missionária Dorothy Stang, este “é um grande dia, é um grande começo. E, no futuro, estaremos aqui de novo para o próximo julgamento”, disse ele. O Pará é o campeão nacional de violência no campo e morte de trabalhadores rurais envolvidos em disputas pela posse de terras. Desde o assassinato de irmã Dorothy, em fevereiro de 2005, pelo menos outros seis líderes de trabalhadores rurais foram assassinados no Pará, sendo três deles no último mês.

Relatório publicado pelas ONGs Justiça Global, Terra de Direitos e Comissão Pastoral da Terra, lista 772 execuções de trabalhadores nos últimos 33 anos – e apenas três julgamentos. A Justiça, que deveria ser cega para todos, parece ser implacável apenas para os pobres: nos últimos 10 anos, mais de 600 camponeses foram presos.

Atualmente, 51 pessoas estão ameaçadas de morte na Amazônia. Dentre eles, destacam-se algumas das lideranças ligadas à Irmã Dorothy, no município de Anapu, onde os conflitos pela posse de terras voltaram a se intensificar após a retirada das tropas do Exército, em setembro.

No primeiro dia do julgamento (09/12), o Greenpeace e outras 25 organizações entregaram uma carta endereçada à Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pedindo providências em relação à sistemática violação dos direitos humanos no Estado do Pará. O documento foi entregue para a representante especial do Secretariado Geral da ONU para os Defensores dos Direitos Humanos, Hina Jilani, que esteve em Belém e acompanhou o primeiro dia do julgamento como observadora.

Os mandantes do crime

Os outros três acusados pelo crime – os fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Galvão, o Taradão, acusados de serem os mandantes; e Amair Feijoli da Cunha, o Tato, acusado de intermediar o crime – conseguiram adiar seus julgamentos para o ano que vem, por meio de recursos. Segundo a Promotoria, o julgamento deverá acontecer em março.

Irmã Dorothy

A missionária americana naturalizada brasileira Dorothy Stang, 73 anos, foi assassinada com seis tiros em Anapu, no Pará, no dia 12 de fevereiro. Irmã Dorothy vivia há mais de 30 anos na região da Transamazônica e dedicou quase a metade de sua vida a defender os direitos de trabalhadores rurais contra os interesses de fazendeiros e grileiros da região, de forma absolutamente pacífica. Desde 1972, ela trabalhava com as comunidades rurais de Anapu pelo direito à terra e por um desenvolvimento sustentável, sem destruição da floresta.

 
 
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
Foto: Greenpeace
 
 
 
 
 
 

 

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