REDUÇÃO DO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA:
NADA A COMEMORAR

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2005

Belém, 07 de dezembro de 2005 — Na segunda (05), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, divulgaram a taxa de desmatamento na Amazônia referente ao período de agosto de 2004 a agosto de 2005. A estimativa oficial revela que 18.900 quilômetros quadrados de florestas primárias foram destruídos no último ano.

O dado traz uma boa notícia: a taxa recuou 30% em relação ao ano anterior. Porém, a velocidade com que a floresta vem sendo destruída ainda continua assustadora e não deve ser vista como motivo de comemoração.

Segundo José Maria Cardoso da Silva, vice-presidente de Ciência da Conservação Internacional (CI-Brasil), não há motivos para comemorar e sim muito o que fazer. “A devastação de uma área maior que a do Estado do Sergipe, divulgada ontem, revela a urgência de ações e políticas que garantam a floresta em pé. É preciso estabelecer metas claras de quanto dos nossos extraordinários recursos biológicos na Amazônia permitiremos ser perdidos para sempre, pois sem ter metas quantitativas é impossível avaliar o sucesso ou o fracasso das políticas governamentais para a região”, afirma.

A proposta de desmatamento zero e de uso inteligente das áreas já degradadas da floresta é defendida no artigo “Estratégias para evitar a perda de biodiversidade na Amazônia”, publicado recentemente por Silva, Ima Vieira, diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi, e Peter Toledo, diretor da Rede Geoma. Os pesquisadores defendem que o total de área já desmatada na Amazônia Legal, cerca de 619 mil quilômetros quadrados, é mais do que suficiente para que a região possa gerar a riqueza necessária para o bem-estar da população local e o desenvolvimento do país.

A biodiversidade da Amazônia vem sofrendo uma perda significativa com o alto índice de desmatamento. Com base em estudos recentes sobre densidade de plantas e alguns grupos animais, os autores do artigo estimam que o desmatamento de 18,9 mil quilômetros quadrados resultou no desaparecimento de pelo menos 945 milhões de árvores e afetou 32,1 milhões de aves e 1,1 milhão de primatas. “É um tesouro fabuloso que estamos jogando fora sem trazer nenhum benefício concreto para a sociedade. Um país em desenvolvimento como o Brasil não pode se dar ao luxo de desperdiçar tantos recursos biológicos em tão pouco tempo”, comenta José Maria.

Segundo o estudo, o uso intensivo das áreas já alteradas na Amazônia para geração de emprego e renda para a população é uma realidade que pode ser atingida facilmente com a tecnologia já existente no país. É fundamental, portanto, que a região receba mais investimentos em ciência, tecnologia e que esforços sejam feitos para o planejamento adequado de ocupação e gestão territorial. Tais medidas são fundamentais para garantir a integridade da região, que tem como desafio conservar a maior biodiversidade do planeta com a garantia do desenvolvimento social e econômico de mais de vinte milhões de habitantes.

“A idéia do Desmatamento Zero não visa imobilizar o desenvolvimento econômico da região. Na verdade, é uma proposta concreta e bem embasada tecnicamente que irá reunir esforços e recursos para um pacto territorial no qual as áreas degradadas tenham uma destinação adequada e as florestas sejam mantidas para a conservação e uso sustentável”, completa Ima Vieira.

(A versão digital da publicação Dossiê da Amazônia brasileira II, que inclui o artigo “Estratégias para evitar a perda de biodiversidade na Amazônia” está disponível no site http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S0103-40142005000200009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

 
 

Fonte: Conservação Internacional Brasil (www.conservation.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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