ONGs ABANDONAM REUNIÃO GOVERNAMENTAL SOBRE PLANO DE COMBATE AO DESMATAMENTO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2005

15/12/2005 - Representantes do Grupo de Trabalho de Florestas do Fórum Brasileiro de ONGs (do qual o Greenpeace participa) decidiram abandonar a reunião governamental sobre o plano de combate ao desmatamento, que aconteceu nesta quinta, no Palácio do Planalto. "Foi a maneira que a sociedade civil organizada encontrou para mostrar ao governo a urgência de priorizar o combate ao desmatamento", disse Paulo Adário, coordenador da Campanha da Amazônia, do Greenpeace.

Leia abaixo a íntegra da nota do Grupo de Trabalho de Florestas

NOTA PÚBLICA

REPRESENTANTES DA SOCIEDADE CIVIL SE RETIRAM DE REUNIÃO NO PALÁCIO DO
PLANALTO SOBRE DESMATAMENTO

15 de dezembro de 2005

O Grupo de Trabalho de Florestas do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS), representando 21 instituições da sociedade civil*, divulgou hoje a seguinte nota pública.

Os representantes da sociedade civil no seminário de avaliação do Plano Interministerial de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento se retiraram hoje da reunião, convocada pela Casa Civil no Palácio do Planalto, após esclarecimentos iniciais sobre objeto e natureza da mesma.

Diversas entidades da sociedade civil ressaltaram que não há condições para avaliar o Plano na ausência de informações disponibilizados previamente sobre os indicadores que constam do mesmo, com relatórios de avaliação que permitam fazer isso com consistência e responsabilidade.

As ONGs explicaram que consideram importante o diálogo com o governo sobre este tema e para tanto, desde o mês de julho, solicitaram uma audiência com a ministra-chefe da Casa Civil, coordenadora do Plano, que até hoje não ocorreu. A saída do seminário de hoje, longe de representar uma falta de interesse no avanço deste diálogo, é uma demonstração cabal da relevância e da especial importância que as entidades atribuem ao Plano, inclusive por ter participado ativamente de sua formulação.

A alteração, no dia de ontem, da pauta do seminário, cancelando as mesas de discussão temáticas anteriormente anunciadas sobre três dos cinco componentes do Plano, foi reveladora da falta de condições para uma discussão consistente. O próprio representante da Casa Civil reconheceu que não haveria condições de apresentação, por parte dos diversos ministérios envolvidos, do balanço de suas ações e informou que a ministra- chefe da Casa Civil enfrentou dificuldades de agenda ao longo dos últimos meses para dialogar com os atores relevantes por conta da crise política. Na véspera do seminário, o GT Florestas havia indagado as razões pelas quais o quarto componente do Plano - o de infra-estrutura - tivesse sido excluído da avaliação. Este tema é
considerado estratégico em relação aos impactos das grandes obras - objeto de atuação intensa e prioritária por parte da atual gestão da Casa Civil - no território.

As entidades da sociedade civil observam também que houve retrocesso em relação aos anos anteriores em decorrência da ausência de avaliação técnica, considerada um instrumento essencial e que normalmente ocorria logo antes da divulgação dos dados anuais do PRODES/INPE.

Um exemplo da falta de empenho na coordenação do Plano por parte da Casa Civil diz respeito a um de seus pontos estruturantes e qualificados do plano, o PL de Gestão de Florestas Públicas,
atualmente em tramitação no Senado. A Presidência da República não se empenhou na defesa do PL no Congresso, deixando esta responsabilidade a cargo do Ministério de Meio Ambiente, o que resultou no adiamento da apreciação de uma medida fundamental para viabilizar o uso sustentável da floresta. Paradoxalmente, isso ocorria ao mesmo tempo em que manifestação inédita da sociedade juntava, ontem, interesses diversos e freqüentemente em conflito, incluindo as principais agremiações dos setores econômico, social e ambiental, em favor da aprovação desta legislação.

O GT Florestas lembra também que a ausência de uma avaliação ampla e qualificada pode prejudicar as perspectivas promissoras recentemente amadurecidas graças à ação do próprio governo brasileiro no âmbito das negociações internacionais, em especial sobre a Convenção de Clima. Ao mesmo tempo, no plano interno, a referida ausência preocupa ainda mais na iminência de um ano eleitoral, quando tradicionalmente aumentam as pressões geradoras de desmatamento.

O GT Florestas do FBOMS aguarda portanto a convocação de uma reunião de avaliação devidamente precedida por informações relevantes oriundas de cada ministério envolvido sobre o estágio de implementação de todos os cinco componentes do Plano, assim como continua aguardando a oportunidade de audiência com a Ministra Chefe da Casa Civil.

* Fazem parte do GT Florestas do FBOMS:

Amigos da Terra - Amazônia Brasileira
Centro de Trabalhadores da Amazônia - CTA/AC
Comissão de Meio Ambiente da CUT
Comissão Pastoral da Terra - CPT Xingu
Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional - FASE
Fundação CEBRAC
Fundação Pró-Natureza -
Funatura
Fundação Vitória Amazônica - FVA
Fundação SOS Mata Atlântica
Greenpeace
Grupo Ambientalista da Bahia - GAMBÁ
Grupo de Trabalho Amazônico - GTA (rede de 603 entidades locais)
Instituto Centro de Vida - ICV
Instituto de Manejo e Certificação Agrícola e Florestal - IMAFLORA Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia - IMAZON Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM
Instituto Socioambiental - ISA
Rede de ONGs da Mata Atlântica (rede de 256 entidades locais) The Nature Conservancy - TNC
Vitae Civilis - Instituto para Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz
WWF Brasil

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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