O mercado tem absorvido produtos de origem vegetal,
extraídos diretamente da natureza, como
é o caso das plantas medicinais da flora
brasileira. Trata-se de um cultivo com aproveitamento
econômico garantido nos setores de fabricação
de medicamentos e cosméticos. As prescrições
alopáticas têm atuação
imediata no organismo e são adequadas
em casos clínicos que reclamam resultados
instantâneos. Enquanto que o uso de plantas
para tratamento médico requerem um tempo
mais dilatado para debelar a sintomatologia
em direção à cura. No entanto,
os produtos farmacológicos sintéticos
absorvem maiores custos de produção.
Trata-se de um mercado atraente
para os pequenos produtores pela possibilidade
de incremento da renda familiar, através,
inclusive, da incorporação do
trabalho feminino. É o caso da Cooperativa
das Produtoras de Plantas Aromáticas
do Estado do Amapá/COPPAEA. Neste exemplo,
as mulheres se dedicam, em tempo parcial,
às hortas medicinais, reforçando
assim o orçamento da família.
Como o plantio pode ser efetuado em pequenas
áreas é adequado para produtores
com porções reduzidas de terra.
E, como exigem mão-de-obra intensiva
são apropriados para a agricultura
familiar. Mas, sem dúvida, é
preciso manter a qualidade e regularidade
da oferta, além de especialização
acerca dos usos e finalidades.
As plantas medicinais servem,
também, como remédios naturais
para os indígenas e para a população
de baixa renda da Região Amazônica.
A convivência com os recursos naturais
estimula a aquisição de conhecimentos
empíricos que são repassados
entre gerações. Constituindo
assim, verdadeiros segredos em analogia às
receitas das famílias patriarcais do
Nordeste brasileiro, guardadas como verdadeiros
tesouros. Este tipo de produção
exige padronização para atingir
consumidores seletos e, portanto, dispostos
a realizar gastos adicionais. Vale lembrar
que na Região Norte, as potencialidades
da natureza ainda estão por serem descobertas.
É, sem dúvida, uma capacidade
existente no Estado do Amapá que poderá
ser revertida em benefícios econômicos
à população local. Neste
sentido, a Embrapa Amapá se insere
nos esforços direcionados ao apoio
da organização socioeconômica
dos produtores.
