PARQUE ESTADUAL “CARLOS BOTELHO” ABRIGA PROJETO DE ESTUDO SOBRE OS MURIQUIS

Panorama Ambiental
São Miguel Arcanjo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2006

Além de pesquisa científica e da preservação dos macacos, trabalho busca fazer dessa espécie o símbolo para a proteção da Mata Atlântica.

Leões, girafas, elefantes. Esses são os animais que as crianças brasileiras em geral associam às florestas. Dificilmente mencionam, por exemplo, os mono-carvoeiros ou muriquis, macacos bastante pacíficos, de cauda comprida, cuja principal característica é trocar abraços pela manhã. Reverter em parte essa visão é uma das propostas do Projeto Muriqui-do-Sul, desenvolvido pela Associação Pró-Muriqui.
O trabalho tem sua principal base operacional e logística no Parque Estadual “Carlos Botelho” – localizado na região sudeste do Estado, a 210 quilômetros da capital. Essa Unidade da Conservação está vinculada ao Instituto Florestal, da Secretaria do Meio Ambiente.
Além de desenvolver pesquisa científica e promover a preservação dos muriquis, o projeto também divulga esses animais como espécies-símbolo da Mata Atlântica e do Estado de São Paulo. Busca com isso promover associação similar à que se faz entre algumas espécies e determinados países, como os pandas e a China ou os cangurus e a Austrália. A intenção, segundo o coordenador-geral do Projeto, Maurício Talebi, é que os muriquis sirvam de referência para conservação de outros animais e da floresta tropical atlântica ainda existente no território paulista.
“Segundo a coordenação-geral de fauna do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as atividades com muriquis no Parque Carlos Botelho constituem uma das duas prioridades nacionais em termos de pesquisa e conservação desses primatas no país”, observa Talebi. A outra é o trabalho realizado em fragmento florestal de 600 hectares, na Estação Biológica de Caratinga, em Ipanema, Minas Gerais.

Treinamento de estudantes

Maior primata das Américas, o muriqui é espécie indicadora da Mata Atlântica, ou seja, sua presença atesta o nível de preservação de determinada área. Encontrado exclusivamente na Mata Atlântica do Sudeste do Brasil, tem duas espécies reconhecidas. O muriqui do sul (Brachyteles Arachnoides) habita áreas florestais no sul do Estado do Rio de Janeiro, ao longo da Mata Atlântica remanescente no Estado de São Paulo e no Norte do Paraná. O muriqui do norte (Brachyteles hypoxanthus) é encontrado em Minas Gerais e no Espírito Santo. Esses primatas medem cerca de 85 centímetros de altura e tem 80 centímetros de cauda. Apresentam pelagem beje-clara, sendo que os muriquis do sul têm rosto e as mãos totalmente pretos. Vivem nas copas das árvores e se alimentam exclusivamente de frutos, folhas e flores.
Estima-se que existam no Brasil cerca de mil muriquis do sul, dos quais 500 encontram-se no Parque Carlos Botelho. Com relação ao aos muriquis do norte, há cerca de 700 indivíduos no País. Um dos trabalhos em andamento no Projeto Muriqui-do-Sul é o censo de populações do primata no estado. Outro tipo de atividade são as pesquisas científicas sobre esses animais em ambiente natural, englobando comportamento alimentar e reprodutivo, anatomia, demografia, entre outros, que fornecerão informações científicas inéditas.
O projeto abrange, ainda, o treinamento de estudantes de graduação e recém-formados. O objetivo é a criação de recursos humanos qualificados para atuar no próprio projeto ou em outras áreas de conservação de recursos naturais. Para este ano, a intenção é que o projeto seja transformado em programa de pesquisa, com a finalidade de possibilitar a expansão de trabalhos científicos e o início de atividades nas áreas de educação ambiental e desenvolvimento rural, principalmente selecionando instituições parceiras no Estado de São Paulo.

Trabalho também protege os recursos hídricos

Proteger os remanescentes de Mata Atlântica para, conseqüentemente, proteger os mananciais de águas que abastecem os grandes centros urbanos. Esse pe outro ponto importante do Projeto Muriqui-do-Sul, segundo Maurício Talebi. “O uso de espécies de referência traz maior nível de consciência sobre a necessidade de conservação das florestas”, observa.
Ainda coma finalidade de se preservar essas áreas de vegetação nativa, o projeto busca fornecer subsídios científicos sobre mecanismos que possam reverter em recursos financeiros para essas atividades de conservação. Um exemplo é o estabelecimento de parcerias para investigação do potencial farmacológico das espécies arbóreas que fazem parte da dieta dos muriquis.
Os estudos com os primatas nas longas extensões de mata contínua do Parque Carlos Botelho começaram em 1986, por iniciativa de Karen Strier, da Universidade de Wisconsin, sugiram, segundo Talebi, da necessidade de estudos comparativos esses animais. A Associação Pró-Muriqui (www.pro-muriqui.org.br) surgiu em 2000. É constituída por pequeno número de pesquisadores, que buscam apoio institucional público e privado. Tem parceiros nacionais (como Instituto Florestal, a Conservação Internacional e a Fundação Biodiversitas) e internacionais (Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e Margot Marsh Biodiversity Foundation, dos EUA).

 
 

Fonte: Parque Estadual Carlos Botelho
Assessoria de imprensa
Jornal Diário Oficial do Estado de São Paulo
Paulo Henrique Andrade
Da Agência Imprensa Oficial

 
 
 
 
 
 

 

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