DIA INTERNACIONAL DE AÇÃO CONTRA REPRESAS E PELOS RIOS, A ÁGUA E A VIDA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Março de 2006

14-03-2006 - Dia internacional de ação contra represas e pelos rios, a água e a vida: manifestações contra as grandes hidrelétricas

Indignação da sociedade civil expõe os grandes impactos ambientais e sociais dos projetos de complexos hidrelétricos dos Rios Madeira e Xingu e mostra que a geração de energia não irá beneficiar as comunidades da região.

Hoje, dia 14 de março, é celebrado em todo o mundo o sétimo Dia Internacional de Ação contra as Represas e pelos Rios, pela Água e a Vida, que expõe os danos causados por projetos de infra-estrutura como as grandes hidrelétricas. Na Amazônia, manifestações de organizações dos movimentos sociais, igreja católica e organizações não governamentais dos Estados do Pará e Rondônia alertam sobre os grandes impactos socioambientais dos projetos dos complexos hidrelétricos do Rio Madeira e de Belo Monte, no rio Xingu, e para a falta de consulta apropriada às populações que serão atingidas pelos empreendimentos. O Greenpeace defende a geração de energia limpa e sustentável na Amazônia, que não inunde imensas áreas de floresta, destrua a biodiversidade e expulse as comunidades locais de suas áreas.

Diversas entidades da região de Altamira (PA) e representantes das populações que serão atingidas pela instalação do complexo hidrelétrico de Belo Monte encaminharam hoje uma carta ao Ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, em repúdio ao projeto do complexo hidrelétrico de Belo Monte, que desde a década de 80 ameaça as populações locais. No documento, as entidades locais reiteram protestos anteriores em relação ao projeto, que visa a geração de energia principalmente para indústrias eletro-intensivas, e não para as populações locais.

Em Rondônia, ato público organizado por entidades da sociedade civil alerta para os impactos negativos das Usinas de Jirau e Santo Antônio, projetadas para o Rio Madeira. A campanha ‘Rio Madeira Vivo’ busca conscientizar a população sobre os efeitos destas obras: populações serão deslocadas, estoques pesqueiros serão muito afetados e até sítios históricos do patrimônio da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré serão inundados.

O Greenpeace acredita que está mais do que na hora de o governo federal definir de uma vez por todas o modelo desenvolvimento que pretende implantar na região Amazônica. “Desenvolvimento que destrói não é e nunca será desenvolvimento sustentável. Acabar com a floresta para gerar energia para outras atividades como a exploração de alumínio, é um absurdo”, afirma Paulo Adário, diretor da Campanha da Amazônia do Greenpeace. “Enquanto em Curitiba o mundo irá discutir nos próximos dias o futuro da biodiversidade do Planeta, na Conferência da Convenção da Biodiversidade, na Amazônia, o governo avança em projetos que ameaçam esta biodiversidade e as populações locais. É uma contradição inaceitável deste governo”, acrescentou Adário.

Para Carlos Rittl, coordenador da Campanha de Clima do Greenpeace no Brasil, a solução para a geração de energia para a Amazônia deve priorizar o uso de fontes de energias limpas e renováveis. “As usinas hidrelétricas não geram energia limpa. Imensas áreas de floresta são inundadas e, por conseqüência, milhões de toneladas de gases de efeito estufa são emitidas para a atmosfera, agravando o problema do aquecimento global, que terá efeito catastrófico sobre a própria floresta, sua biodiversidade e as comunidades locais. Uma amostra disso foi a seca de 2005”, afirmou Rittl. “A geração de energia na região deve buscar soluções locais e sustentáveis, como o uso de resíduos de castanha, babaçu e diversas outras plantas oleaginosas, o aproveitamento do imenso potencial para utilização de energia solar e, em casos específicos, pequenas centrais hidrelétricas. A destruição da floresta e de seus rios não é alternativa sustentável”, acrescentou.

Pesquisadores da Universidade de Campinas e da Universidade de Rondônia coordenam estudos de avaliação dos impactos das hidrelétricas do Rio Xingu e Madeira, respectivamente, e alertaram o governo federal sobre os imensos problemas que podem ser gerados com a implementação das hidrelétricas. Milhares de ribeirinhos e indígenas serão deslocados de suas áreas e imensas áreas de floresta terão que ser inundadas, com impactos diretos na floresta e na biodiversidade. No entanto, os resultados destes estudos até o momento não conseguiram sensibilizar as autoridades federais e interromper o avanço dos projetos.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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