PL DE MINERAÇÃO EM Tis É TEMA DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS POVOS INDÍGENAS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2006

13/04/2006 - Aberta na noite desta quarta-feira, 12 de abril, a conferência apreciará alguns pontos do Projeto de Lei sobre mineração em Terras Indígenas que deverá ser encaminhado ainda este semestre ao Congresso Nacional. Temas como tutela, demarcação de terras e educação escolar também serão apreciados pelos delegados eleitos nas nove conferências regionais.

Com a presença de quase 800 delegados indígenas de todo o país, foi realizada na noite desta quarta-feira, no Centro de Exposições do Parque da Cidade de Brasília, a cerimônia de abertura da I Conferência Nacional dos Povos Indígenas, organizada pelo Governo Federal, sob a liderança da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Após a exibição de cantos, danças e vídeos, uma mesa composta em sua maioria por funcionários do segundo ou terceiro escalão de diversos ministérios colocou aos presentes os principais temas que deverão ser discutidos durante os 7 dias de conferência, que deve se encerrar com uma grande plenária no próximo dia 19. O presidente da FUNAI fez um discurso agradecendo a presença de todos os delegados e, lembrando a história de resistência dos povos indígenas no Brasil, reafirmou que espera que essa conferência seja uma semente para a criação do parlamento indígena no País.
Mas o tema mais quente a ser discutido durante a conferência é o relativo à mineração em terras indígenas. Depois de anos sendo gestada no âmbito do Governo Federal, a proposta oficial está pronta e será apresentada para deliberação na conferência, antes de seu envio para o Congresso Nacional. Isso não significa, no entanto, que o resultado das discussões será automaticamente acatado pelo governo, mesmo porque o Ante Projeto de Lei, cujas discussões no âmbito do Ministério da Justiça e de Minas e Energia já foram oficialmente finalizadas, não será apresentado em sua íntegra, mas apenas alguns de seus pontos “fundamentais”. Ademais, a conferência não tem poder deliberativo, mas apenas consultivo no que diz respeito às políticas públicas executadas pelos três níveis de governo.

Após a morte de garimpeiros dentro da Terra Indígena Roosevelt em Rondônia, dos índios Cinta-Larga, em 2004, decorrente de uma exploração clandestina de diamantes, foi criado um grupo interministerial para decidir como regulamentar rapidamente a matéria. A opção foi apresentar um novo projeto de lei, que substituísse os que já estão em apreciação pelo Congresso Nacional, dentre eles o PL 1610/96, do então Senador Romero Jucá (RR), que hoje se encontra sob análise de uma comissão especial. Uma análise detalhada desse projeto pode ser lida na publicação Mineração em Terras Indígenas na Amazônia brasileira, lançada recentemente pelo ISA.

Organizações indígenas e indigenistas, entretanto, contestam a idéia de apresentar um projeto de lei que regulamente exclusivamente a mineração. O projeto de lei que estatui o novo Estatuto das Sociedades Indígenas, e que abrange diversos temas inclusive mineração, está paralisado há mais de dez anos na Câmara dos Deputados, e não há qualquer sinal de que o governo queira mobilizar sua bancada para vota-lo, como havia sido prometido durante a campanha eleitoral do atual Presidente da República. Regulamentar a questão da mineração de forma separada significa, na prática, desistir de votar o projeto como um todo e regulamenta-lo por partes, o que acabará por priorizar os temas que denotam interesse econômico, deixando de lado questões também importantes, mas menos “interessantes”, como tutela, direitos civis, autodeterminação, dentre outros.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.isa.org.br)
Assessoria de imprensa (Raul Silva Telles do Valle)

 
 
 
 
 
 

 

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