OPERAÇÃO MATA NATIVA COMBATE EXPLORAÇÃO PREDATÓRIA DA CAATINGA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2006

Recife (26/04/2006) - A Superintendência do Ibama em Pernambuco apresentou ontem, em entrevista coletiva na sede, em Recife, a Operação Mata Nativa, que é um conjunto de ações visando o combate mais eficaz do consumo predatório de produtos e sub-produtos da caatinga.

A operação, que é resultado de três anos de estudos, foi planejada há cerca de três meses e será implementada em várias etapas. Na primeira serão adotadas novas medidas de controle e fiscalização do consumo de produtos florestais oriundos da caatinga, como o uso de lenha na produção do Pólo Gesseiro de Pernambuco.

Nas etapas seguintes, outras áreas do estado serão chamadas para se adequar às novas normas que visam impedir a exploração predatória deste bioma. A Operação Mata Nativa é um projeto-piloto que será irradiado, após a experiência pernambucana, para os estados que possuem áreas de caatinga ameaçadas.

Na coletiva foi divulgado, também, o quadro da degradação ambiental em que se encontra o ecossistema da caatinga em função do uso indiscriminado, e muitas vezes ilegal, de madeira da região e que subsidiou a adoção dos novos procedimentos por parte do Ibama.

Segundo estes dados, a caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, perde anualmente 350 mil hectares de vegetação nativa, podendo chegar em 2010 com apenas 30% de áreas remanescentes. "Só em Pernambuco, o que se extrai de lenha oriunda da caatinga daria para encher 265 mil caminhões", disse o superintendente do Ibama em Pernambucano, João Arnaldo Novaes.

Ainda de acordo com os dados coletados, sabe-se que 30% da matriz energética usada nas indústrias instaladas no Nordeste é à base de lenha e carvão, e desta, praticamente 100% tem origem no bioma característico do sertão nordestino.

Como estas indústrias tendem a não informar o consumo real do produto florestal, o Ibama irá cruzar dados econômicos como o ICMS e IPI estaduais, com o que efetivamente, segundo cálculos técnicos, foi produzido por cada empresa, e a partir daí ter o número real de madeira (lenha) consumida pelas indústrias.

O Ibama vai, então, obrigar as empresas a declararem de onde e qual a quantidade de madeira vão retirar da região. Se for de área de caatinga, a empresa terá seu consumo de lenha atrelado a um plano de manejo. Pernambuco pretende, com isso, divulgar que o manejo florestal da caatinga pode ser uma alternativa viável e economicamente produtiva para o setor industrial local.

Para o início da ação fiscalizadora, que será a maior já realizada nesta região do estado, o Ibama contará com a parceria das polícias Rodoviária, Federal e Militar, mobilizando 28 fiscais ambientais, sendo 25 de Pernambuco e três da Paraíba. A ação contará com uso de helicóptero, para que seja feito sobrevôo nas áreas de desmatamento. Nove viaturas serão utilizadas para a realização de barreiras nas estradas que dão acesso às vias de escoamento dos produtos florestais retirados ilegalmente da caatinga. Serão fiscalizados simultaneamente trechos das cidades de São José do Belmonte, Exu, Bodocó, Ouricuri, Ipubi, Trindade e Araripina.

Esta região do estado foi escolhida pelo Ibama para iniciar a primeira etapa da operação por representar uma área de alto grau de degradação ambiental (desmatamento), além de formar o Pólo Gesseiro de Pernambuco, onde se encontram os maiores consumidores da lenha retirada da caatinga. Esta lenha é usada como matriz energética dos fornos industriais das empresas.

Durante a ação, os fiscais vão visitar as empresas produtoras de gesso para fazerem uma avaliação do consumo de lenha de cada uma delas, para viabilizar a adoção das medidas de controle do uso indiscriminado de madeira da caatinga, bem como criar restrições à sonegação de informações ambientais.

Também foi anunciado o seminário "Eficiência Energética em Bases Sustentáveis" que o Ibama, em parceria com a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), o BNB, o programa Gef-Caatinga do Ministério do Meio Ambiente, o Sebrae e a Rede de Manejo Florestal, vai realizar na cidade de Trindade, no sertão do estado, para divulgar o manejo florestal como alternativa ambientalmente possível para a produção de lenha e carvão usados nas indústrias de gesso, e a viabilidade econômica de tal procedimento para o uso sustentável da caatinga.

 
 

Fonte:Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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