GREENPEACE PROTESTA CONTRA MULTINACIONAIS QUE DESTROEM A AMAZÔNIA

 

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2006

17.05.2006 - Santarém (Pará) - Greenpeace protesta contra multinacionais que destroem a Amazônia para produzir frango barato.

Um dia antes da Assembléia Anual da rede KFC, cliente da Cargill, ativistas do Greenpeace mandam do Pará uma mensagem às duas multinacionais: parem de cometer crimes contra a Amazônia.
Um dia antes da reunião anual dos acionistas de uma das maiores redes de fast food do mundo, a Kentucky Fried Chicken (KFC), nos Estados Unidos, ativistas do Greenpeace abriram uma faixa de 300 metros quadrados, em uma área cultivada com soja em Santarém, no Pará, para protestar contra a destruição da Floresta Amazônica pelo agronegócio. A organização acusa a KFC de crimes contra a Amazônia por estimular a produção de soja para alimentar frangos vendidos a baixo custo em suas lanchonetes européias.

Enquanto isso, em frente ao porto da Cargill, utilizando dois botes infláveis, outro grupo de ativistas do Greenpeace abriu uma grande faixa com os dizeres “Fora Cargill”, em português e inglês. O protesto aconteceu enquanto soja produzida dentro do bioma Amazônia estava sendo desembarcada no terminal da empresa, de onde será exportada para a Europa. A multinacional norte-americana atraiu para Santarém um grande número de produtores rurais para investirem na produção de soja na região. Durante o protesto, duas ativistas do Greenpeace foram moralmente ofendidas por funcionários da Cargill com ofensas verbais sexuais.
Investigações recentes do Greenpeace (1) comprovam as conexões entre os produtos vendidos pela KFC em sua rede de lojas européias e a destruição florestal da Amazônia provocada pelo avanço da soja, plantada na região e destinada à exportação. De acordo com fontes da indústria, a KFC compra frangos da Sun Valley, empresa do grupo Cargill.

“A KFC se orgulha de ter uma receita secreta para os milhões de frangos fritos que vende a cada dia. Na verdade, os ingredientes dessa receita são: desmatamento, trabalho escravo, uso massivo de agrotóxicos, grilagem, posse ilegal da terra e a extinção de espécies raras”, afirma Paulo Adário, coordenador da Campanha da Amazônia, do Greenpeace. “A KFC precisa tirar o desmatamento florestal de seu cardápio antes que seja tarde demais para a maior floresta tropical do mundo”, acrescenta.

Os índices de desmatamento da Floresta Amazônica continuam alarmantes. Desde janeiro de 2003, 70.000 km2 da maior floresta tropical do planeta já foram destruídos – um campo de futebol a cada oito segundos. A soja, exportada pelas transnacionais que operam na Amazônia, é um dos principais vetores deste desmatamento. A floresta está sendo destruída para produzir ração animal para o mercado mundial.

A KFC é parte da Yum! Brands, Inc., a maior rede de cadeias de restaurantes do mundo, que inclui Pizza Hut, Taco Bell, A&W e outras empresas de fast food. Recentemente, o Greenpeace questionou a Yum! Brands, Inc. sobre sua contribuição para a destruição da Amazônia, mas a companhia se limitou a responder que a soja que consome também é cultivada em outras partes do Brasil. No entanto, o Greenpeace tem evidências que mostram a clara conexão entre os produtos de frango vendidos pela KFC e a soja da Amazônia comercializada pela multinacional norte-americana Cargill. Maior empresa privada de produtos agrícolas do mundo, a Cargill tem sua atuação questionada pelo Ministério Público Federal do Pará por não respeitar a legislação ambiental brasileira. (2)

Um artigo na revista científica Nature, no mês passado, revelou que 40% da Amazônia será destruída até 2050 se a fronteira agrícola continuar a se expandir no ritmo atual, caracterizando uma enorme ameaça à biodiversidade e contribuindo para o desequilíbrio climático.

NOTAS:

(1) O relatório “Comendo a Amazônia” está disponível em inglês em:
http://www.greenpeace.org.br/amazonia/pdf/amazonsoya.pdf

O sumário executivo em português pode ser lido em:
http://www.greenpeace.org.br/amazonia/comendoamz_sumexec.pdf

(2) A legalidade do porto da Cargill em Santarém, inaugurado em 2003, é questionada pelo Ministério Público Federal por não respeitar as exigências da legislação ambiental. A Cargill investiu 20 milhões de dólares em suas instalações e atraiu centenas de produtores de soja para a região, causando profundos impactos ambientais e sociais.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
Foto: Greenpeace

 
 
 
 
 
 

 

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