PRIMEIRA CARGA TRANSGÊNICA DE PARANAGUÁ CHEGA À FRANÇA EM MEIO A PROTESTOS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2006

17-05-2006 – Paris - O Greenpeace denunciou a chegada à França do primeiro carregamento de soja transgênica vindo de Paranaguá (PR). No último domingo (14/05), mais de dez ativistas franceses foram ao porto de Brest, na região da Bretanha, protestar contra o descarregamento da soja transgênica.

O carregamento de 8 mil toneladas de soja transgênica do navio Tonga saiu do Porto de Paranaguá na madrugada do dia 27 de abril. Apesar de ter chegado ao porto de Brest no domingo, o navio Tonga não atracou e, na manhã seguinte, foi direto para o entreposto da Cargill, responsável pela carga. Enquanto isso, a coalizão “Bretanha sem Transgênicos” deu uma coletiva de imprensa no local e pediu uma audiência com a empresa e com as autoridades portuárias, mas não foi atendida.

"Depois de tantos anos de batalhas jurídicas lideradas pela Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), que representa os interesses de grandes multinacionais do agronegócio, o governo e a justiça brasileira falharam em garantir ao porto de Paranaguá a opção pelo caminho exclusivamente não transgênico”, disse Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de engenharia genética do Greenpeace. “E o mais emblemático é que o primeiro carregamento transgênico de Paranaguá seja justamente da Cargill, que tem um papel fundamental na destruição da Amazônia. Isso só confirma que essa empresa não possui qualquer comprometimento com o meio ambiente”, completou.

A Cargill é uma multinacional norte-amerciana que comercializa grãos internacionalmente e produz, entre outras coisas, ração animal. Recentemente, o Greenpeace denunciou a participação da empresa na produção de soja no bioma amazônico, fomentando, conseqüentemente, o desmatamento da região. Dos 23 silos para armazenamento de soja localizados no bioma amazônico, 13 são da Cargill. Além disso, a empresa também construiu um porto graneleiro de US$ 20 milhões em Santarém sem realizar os estudos prévios de impacto ambiental determinados pela Constituição Federal, ignorando os protestos da comunidade local e enfrentando o Ministério Público Federal numa batalha jurídica que ainda não terminou. (1)

A batalha judicial envolvendo o embarque de transgênicos no porto de Paranguá começou no dia 28 de março, quando uma liminar foi concedida à ABTP determinando o embarque da soja transgênica no porto. O governo do estado do Paraná recorreu várias vezes à Justiça. No entanto, no dia 18 de abril, a juíza federal de Paranaguá (PR), Ana Beatriz Vieira da Luz Palumbo, ordenou que a administração do porto liberasse imediatamente a armazenagem e embarque de soja transgênica por todos os terminais do porto, conforme decisão anterior do Supremo Tribunal Federal.

A Bretanha, onde chegou o carregamento do Tonga, é uma região livre de transgênicos desde 2004, quando o Conselho Regional da Bretanha adotou uma resolução que favorece as medidas concretas para evitar a utilização de organismos geneticamente modificados. A iniciativa da Bretanha foi pioneira entre as 172 regiões européias que se declaram livres de transgênicos.

Em setembro de 2004, decididos a diminuir progressivamente as importações de transgênicos destinadas à alimentação animal, representantes da região da Bretanha visitaram o Porto de Paranaguá e o estado do Paraná, para garantir o fornecimento de soja convencional. A comitiva francesa aprovou o controle realizado pelo estado para garantir a produção e comercialização convencional e recomendou os produtos da região para 25 associações de produtores rurais da Europa.

“A Bretanha não pode aceitar que sua decisão vá por água abaixo dessa maneira e deve exigir das autoridades portuárias que se recusem a permitir o descarregamento de transgênicos no porto de Brest. Esse é um exemplo de como as multinacionais vêm tentando impor seus produtos transgênicos para todo o mundo, tentando destruir deliberadamente as iniciativas regionais de produtores e consumidores contra os transgênicos. A Bretanha não pode se render”, afirmou Arnaud Apoteker, coordenador da campanha de engenharia genética do Greenpeace na França.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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