EMBRAPA DISCUTE CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL DO SETOR SUCROALCOOLEIRO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2006

31/05/2006 - Nos dias 30 a 31 de maio de 2006, acontece, em São Paulo, seminário sobre problemáticas e desafios da indústria sucroalcooleira brasileira no Século 21 e perspectivas do setor para uma economia globalizada. A responsabilidade social e ambiental das empresas brasileiras produtoras de açúcar e etanol será o núcleo do questionamento desenvolvido neste encontro.

José Maria Gusman Ferraz, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da agricultura, pecuária e Abastecimento, fará palestra sobre o processo de criação e desenvolvimento de certificação socioambiental para o setor.

Algumas modalidades de certificação têm sido utilizadas para diferenciar produtos e produtores agrícolas. A conscientização de consumidores de países ricos quanto às questões ambientais e sociais associadas a processos produtivos tem influenciado o aparecimento de novos programas de certificação agrícola, explica o pesquisador.

O chamado comércio solidário ajuda a inserir produtos originários de países pobres da América Latina, África e Ásia, de forma justa, equilibrada e estável entre pequenos produtores e importadores. Conforme Ferraz, surgiu da preocupação de movimentos ambientalistas e sociais de consumidores da Europa e EUA, com os impactos ambientais e sociais associados a produção de produtos importados de países tropicais.

Ferraz explica que os processos de certificação devem refletir os interesses dos setores sociais, ambientais e econômicos. O principal benefício da certificação é que os consumidores podem ter confiança na origem e padrões do produto adquirido. Além disso, os grupos ambientalistas e movimentos sociais têm a oportunidade de negociar avanços no estabelecimento dos princípios e critérios adotados e acompanhar os processos de certificação. O Estado pode utilizar esses mecanismos para formulação de políticas públicas, estabelecer critérios de financiamento ou linhas de crédito. E para os produtores, acredita ele, gera oportunidades diretas e indiretas, de acesso a novos mercados, neutralização de críticas de dumping ambiental e social e de obtenção de um sobre-preço. E também, na área de políticas públicas, há uma menor pressão de fiscalização, tributação diferenciada e facilidades na obtenção de financiamento.

Os participantes discutem desafios, interesses e projeções brasileiras, como mecanização, expansão e álcool, impactos sociais e ambientais, acidentes de trabalho e equipamentos de proteção individual no corte de cana, migrações, evolução da identidade dos bóias-frias, o trabalho infantil, saúde e meio ambiente relacionada com a queima da cana.

Está sendo analisada também a questão da água, poluição e seu uso abusivo. O Instituto Ethos irá apresentar os indicadores de responsabilidade e programa de aplicação desses indicadores em parceria com a união da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica).

Livro sobre certificação - Em 2000, a Embrapa Meio Ambiente editou, em parceria com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), o livro “Certificação socioambiental do setor sucroalcooleiro”. Para elaboração do processo de certificação discutido na publicação, houveram reuniões preparatórias com instituições e pessoas envolvidas com o setor, com o objetivo de apresentar o tema de certificação e colher informações sobre o projeto.

Foram realizados workshops com cerca de 80 instituições, procurando equilibrar aspectos econômicos, ambientais e sociais. Nas reuniões com grupos de trabalho, cada grupo discutia uma parte desses padrões e depois apresentava para uma plenária que sugeria ou não alterações. Na consulta pública, após cada workshop, os padrões e as propostas que eram consenso eram enviados para mais de 200 instituições, e a partir destas respostas, os critérios eram adequados.

Para verificar a funcionalidade dos padrões, foram aplicados testes de campo. Por último, realizou-se uma assembléia, onde os padrões foram submetidos a discussão, com a presença dos grupos de interesse. A assembléia também determinou a certificação agrícola. Desta forma foi estruturado um processo de certificação do setor sucroalcooleiro, esclarece Ferraz.

Esse livro será revisado frente à essa nova realidade, para lançamento ainda em 2006. Ferraz explica que há uma tendência de fechamento de pequenas usinas, pois o ritmo de fusões e aquisições se acelerou de 2000 a 2004, quando 20 usinas foram negociadas no Brasil, a maioria em São Paulo. Recentemente, houve um crescimento na participação de empresas estrangeiras no setor e um aumento na concentração do poder econômico de alguns grupos.

Novo Proálcool - Atualmente, existe uma proposta de reestruturação do Proálcool, com várias medidas governamentais de fomento já sendo implementadas, como abertura de novas linhas de crédito oficial, aumento do percentual de adição do álcool à gasolina, entre outras. O setor movimenta 20 bilhões de reais por ano e recebe diversas formas de incentivo. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o principal agente financeiro do novo Proálcool, com a previsão de investir 7 bilhões de reais entre 2004 e 2006, através do Programa Nacional de Biocombustíveis. No Congresso, o projeto tem apoio da Frente Parlamentar Sucroalcooleira. As empresas do setor recebem ajuda também do Ministério da Agricultura e do Banco Japonês de Cooperação Internacional.

 
 

Fonte: Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Cristina Tordin)

 
 
 
 
 
 

 

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