ONDA DE VIOLÊNCIA CONTINUA NO OESTE DO PARÁ

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2006

20-06-2006 – Manaus - O movimento de protestos, manifestações e até mesmo violência contra as organizações da sociedade civil que exigem governança no Pará teve um novo capítulo nesta última segunda-feira, na cidade de Altamira, no oeste do Estado. Há menos de um mês, produtores de soja e simpatizantes do agronegócio da região de Santarém reagiram de modo bastante agressivo à campanha do Greenpeace e de entidades locais contra a expansão da soja na área da floresta Amazônica – quando até mesmo ameaças de morte foram feitas contra integrantes destes grupos.

Dessa vez, o protesto contra as organizações ambientalistas e movimentos sociais reuniu madeireiros, fazendeiros, grileiros, sojeiros e defensores das grandes obras de infra-estrutura ou de um modelo de desenvolvimento concentrador de renda, dentre outros, organizados no denominado Comitê Pró-Belo Monte e coordenados pela Associação Comercial, Industrial e Agropastoril de Altamira.

Durante toda a manhã e parte da tarde da última segunda-feira, os manifestantes bloquearam a rodovia Transamazônica e fecharam inúmeras agências bancárias e o comércio local. Como principal reivindicação, eles pediram a retomada do processo de licenciamento do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte – paralisado por uma ação do Ministério Público Federal -, o asfaltamento da rodovia Transamazônica e a regulamentação de terras públicas já ocupadas.

Segundo os manifestantes, a reivindicação baseia-se na necessidade de defender o progresso e o desenvolvimento para a região. No entanto, segundo Tarcisio Feitosa, coordenador da Comissão Pastoral da Terra, em Altamira, na verdade, este protesto é uma extensão da recente campanha contra o Greenpeace, que logo se generalizou para um movimento anti-organizações sociais, ganhou o oeste do Pará e chegou a Altamira. Ele conta que em cada esquina, existem faixas com mensagens como “8.711 desempregados na região”, em alusão às pessoas que perderam seu emprego em virtude do fechamento de madeireiras, que operavam ilegalmente.

Tarcísio aponta ainda outra razão para a realização do protesto: o fato de a União estar reavaliando uma área de 700 mil hectares grilados ou ocupados indevidamente sob antigos contratos pelos quais os fazendeiros haviam se comprometido a implantar projetos produtivos. O procurador do Ministério Público Federal, Marco Antonio Almeida, concorda e afirma que o protesto foi realizado por “pessoas com atividades ilícitas bloqueadas” e trata-se de “uma elite que teve seus interesses contrariados pelo Estado”, avalia ele.

A história se repete

Este protesto – e a sua pretensa justificativa - não é um fato isolado. Em maio, o navio do Greenpeace Arctic Sunrise esteve em Santarém, que fica há cerca de 500 km de Altamira, para expor como a produção de soja na Amazônia vem impulsionando o desmatamento ilegal, grilagem de terras e violência contra as comunidades locais.

Sojeiros e simpatizantes do setor de agronegócios reagiram com violência aos protestos pacíficos do Greenpeace. Ativistas e jornalistas foram ameaçados e agredidos verbal e fisicamente. Paulo Adário, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace, sofreu ameaça de morte.

No início deste mês, dois padres de Santarém foram ameaçados de morte através de site de relacionamentos na internet. Edilberto Sena, diretor da Rádio Rural e ganhador do prêmio de Direitos Humanos da OAB-Pará em 2005, e José Boeing, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Subseção de Santarém e pároco da Igreja de São Raimundo Nonato, foram claramente ameaçados em uma mensagem publicada no site Orkut por um membro da já extinta comunidade “Fora Greenpeace”.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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