CORREDOR DE BIODIVERSIDADE DO AMAPÁ GANHA ALIADO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2006

CURSO DE MESTRADO E DOUTORADO CONTRIBUIRÁ PARA APOIAR IMPLEMENTAÇÃO DO CORREDOR DE BIODIVERSIDADE DO AMAPÁ

Belém, 14 de julho de 2006 – Foi aprovado, essa semana, pelo Conselho Técnico- Científico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical (PPGBIO). Trata-se do primeiro Programa de Pós Graduação completo, com mestrado e doutorado, do Estado do Amapá, o qual apresenta uma proposta inovadora de parceria entre uma universidade pública, uma organização não-governamental ambiental, e dois institutos de pesquisas.

A aprovação dos cursos de mestrado e doutorado foi confirmada após rigorosa avaliação do comitê de especialistas nas áreas de Ecologia e ciências afins do Conselho Técnico Consultivo. “A aprovação deste programa de pós-graduação é um marco na história do ensino superior do Amapá, pois demonstra que com a união de várias instituições é possível fazer uma revolução significativa no processo de formação de recursos humanos no Estado”, comenta José Carlos Tavares, reitor da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), onde o curso será ministrado.

O PPGBIO é uma proposta conjunta da UNIFAP, do Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (IEPA), da Embrapa-Amapá e da organização não-governamental Conservação Internacional (CI-Brasil). A elaboração do projeto contou com apoio técnico da CAPES durante a sua preparação e envolveu quase um ano de trabalho intenso de profissionais de várias áreas do conhecimento. As atividades do PPGBIO iniciam-se oficialmente em agosto com os editais anunciando a abertura de 20 vagas de mestrado e 10 de doutorado ainda para 2006.

“Essa proposta inovadora, tem tudo para contribuir significativamente para a promoção do desenvolvimento sustentável de um dos Estados mais bem preservados do Brasil”, comenta o Dr. Fábio Scarano, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e representante de Área de Ecologia e Meio Ambiente da CAPES. A criação do PPGBIO é consistente com vários planos e políticas do Governo Federal que visam estimular a formação e a fixação de recursos humanos qualificados principalmente nos estados da região norte e nordeste.

O Corredor de Biodiversidade do Amapá e o PPGBIO – Com 142.814,585 km2, o Estado do Amapá tem cerca de 95% dos seus ecossistemas intactos. Considerado um dos Estados mais preservados do Brasil, tem aproximadamente 55% de seu território protegido por meio de Unidades de Conservação (UC) e Terras Indígenas. Estima-se existam no Estado mais de 400.000 espécies, muitas das quais endêmicas (que ocorrem exclusivamente no território amapaense).

Tanto as UCs, quanto as áreas não-protegidas são gerenciadas de forma integrada formando o Corredor de Biodiversidade do Amapá, uma das mais inovadoras propostas de conservação da biodiversidade no mundo, com um total de 11 milhões de hectares, ou cerca de 70% do Estado.

A finalidade do Corredor é integrar diferentes formas de uso e ocupação do território. O Corredor de Biodiversidade do Amapá é um programa da sociedade amapaense que objetiva conciliar a conservação da natureza com o desenvolvimento social e econômico. O coração deste Corredor é formado pelo maior parque de florestas tropicais do planeta, o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, com mais de 3,8 milhões de hectares. Além disso, o Corredor inclui os últimos grandes trechos protegidos de manguezais das Américas, um dos ecossistemas mais destruídos e pouco conhecidos no Brasil.

Um dos grandes desafios da implementação do Corredor de Biodiversidade do Amapá é a falta de recursos humanos qualificados para ajudar neste grande esforço. A criação de um Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical foi apontada como prioridade máxima em várias reuniões inter-institucionais realizadas no Amapá nos últimos três anos. “A aprovação do PPGBIO pela CAPES é o resultado de uma ampla mobilização da sociedade amapaense para criar um modelo de desenvolvimento no qual a conservação da biodiversidade representa um componente integral do desenvolvimento social e econômico da região”, enfatiza Alberto Góes, Secretário Especial de Desenvolvimento Econômico do Estado do Amapá.

O PPGBIO como modelo inovador - O PPGBIO está estruturado em três linhas de pesquisa que visam responder às seguintes questões: (a) qual a composição da biodiversidade amazônica e como ela muda ao longo do tempo e do espaço? (b) como conservá-la de forma eficiente? e (c) como utilizá-la de forma sustentável?A ecologia é a ciência que integra estas três linhas de pesquisa e serve como referência conceitual para o desenvolvimento de interações com outras disciplinas das ciências biológicas, exatas e humanas. “O curso foi estruturado para ser multidisciplinar, integrando de forma única os conhecimentos de várias disciplinas para responder as questões mais essenciais da sociedade amazônica, comenta Benedito Rabelo, Diretor-Presidente do IEPA”.

O PPGBIO foi estruturado para ser um centro de excelência em pesquisa, ensino e extensão sobre biodiversidade tropical, por isso a interação com a sociedade para identificar prioridades de pesquisa e inovação fazem parte do conceito central do programa. “Não queremos viver em uma torre de marfim e vamos interagir fortemente com a sociedade amapaense, pois pretendemos ser um dos melhores programas de pós-graduação do Brasil na área de ecologia e ao mesmo tempo desempenhar uma importante função social no nosso Estado. Por isso, já desenhamos metas rigorosas para atingirmos a excelência de pesquisa, ensino e extensão associados ao programa”, enfatiza Ricardo Adaime, pesquisador da EMBRAPA-Amapá.

Criar um programa de pós-graduação longe dos grandes centros de ciência do Brasil é sempre um grande desafio dada as dificuldades de acesso as informações e aos recursos financeiros disponíveis. “Apesar de conhecermos os desafios, resolvemos apostar no modelo do PPGBIO, pois, além de contribuir para a correção das assimetrias existentes na distribuição geográfica e qualificação dos programas de pós-graduação no Brasil, ele visa testar novos modelos de associação entre instituições para a criação e implantação de programas de pós-graduação e formar profissionais altamente qualificados em áreas estratégicas, tal como ecologia e biodiversidade, para atuar em todos os setores da sociedade”, comenta Jose Maria Cardoso da Silva, Vice-Presidente de Ciência da Conservação Internacional.
Milena del Rio do Valle

 
 

Fonte: Conservação Internacional Brasil (www.conservation.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
VEJA
NOTÍCIAS AMBIENTAIS
DIVERSAS
Acesse notícias variadas e matérias exclusivas sobre diversos assuntos socioambientais.

 
 
 
 
Conheça
Conteúdo
Participe
     
Veja as perguntas frequentes sobre a Agência Ecologia e como você pode navegar pelo nosso conteúdo.
Veja o que você encontrará no acervo da Agência Ecologia. Acesse matérias, artigos e muito mais.
Veja como você pode participar da manutenção da Agência Ecologia e da produção de conteúdo socioambiental gratuito.
             
 
 

 

 

 

 
 
 
 
 
     
ACESSE O UNIVERSO AMBIENTAL
DE NOTÍCIAS
Veja o acervo de notícias e matérias especiais sobre diversos temas ambientais.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça nosso compromisso com o jornalismo socioambiental independente. Veja as regras de utilização das informações.
Entre em contato com a Agência Ecologia. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
A Agência Ecologia disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 45 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
 

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
Agência Ecologia
     
DESTAQUES EXPLORE +
SIGA-NOS
 

 

 
Agência Ecologia
Biodiversidade Notícias Socioambientais
Florestas Universo Ambiental
Avifauna Sobre Nós
Oceano Busca na Plataforma
Heimdall Contato
Odin Thor
  Loki
   
 
Direitos reservados. Agência Ecologia 2024-2025. Agência Ambiental Pick-upau 1999-2025.