DUAS BALEIAS JUBARTE ENCALHADAS NA PARAÍBA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2006

João Pessoa (01/08/06) - Duas baleias da espécie jubarte (Megaptera novaeangliae), mãe e filhote, encalharam mortas na noite da última quarta-feira (26) na praia do Miriri, na Paraíba. De acordo com informações passadas por pescadores locais, a mãe encalhou e deu à luz depois de morta. “Acreditamos que complicações no parto possam ter provocado o encalhe”, explica a médica veterinária e analista ambiental do Centro Mamíferos Aquáticos (CMA)/Ibama, Luisa Lopes.

Uma equipe formada por técnicos do próprio CMA e da Fundação Mamíferos Aquáticos foi enviada ao local na manhã da quinta-feira. A veterinária e engenheira de pesca da Fundação, Jeane Kury, que coordenou as operações no local do encalhe, informou que a jubarte adulta tem aproximadamente 15 metros e o filhote é um macho com cerca de quatro metros.

Um detalhe chamou a atenção dos técnicos que estavam no local: o tamanho do cordão umbilical que foi encontrado era muito grande, o que comprova o parto recente. “Ainda não analisamos as informações da necropsia. O filhote pode, de fato, ter nascido após o óbito da mãe, mas ainda consideramos a possibilidade de que ela ainda estivesse com vida durante o parto. A análise das amostras de pulmão, que estão sendo trazidas pela equipe de resgate, poderá confirmar se o filhote nasceu com vida ou se foi um caso de natimorto”, explica a veterinária do Centro Mamíferos Aquáticos, Luisa Lopes.

Após a coleta de amostras biológicas para pesquisa e acervo do CMA, as duas baleias foram enterradas próximo ao local do encalhe, seguindo o procedimento indicado pelo Protocolo de Conduta para Encalhes de Mamíferos Aquáticos, documento elaborado pela Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Nordeste (Remane).

Além disso, foi feita a identificação das coordenadas geográficas do local onde os animais foram enterrados com a utilização de GPS. Assim, facilita a posterior localização para recolhimento dos esqueletos, que servirão para ajudar nas pesquisas de conservação da espécie.

Para Luisa Lopes, a população de baleias da espécie jubarte vem sendo recuperada na costa brasileira, em decorrência das atividades de conservação desenvolvidas desde 1988, o que deve provocar o aumento no número de ocorrência de encalhes na costa nordestina. A chamada temporada de encalhes ocorre entre os meses de julho a novembro, quando as baleias jubartes freqüentam a costa brasileira para acasalamento e nascimento dos filhotes.

Megaptera novaeangliae – Os animais desta espécie são migratórios, como acontece com a maioria das grandes baleias, ocorrendo em todos os oceanos desde as regiões polares às baixas latitudes. No Brasil, são avistadas com maior freqüência em águas rasas da plataforma continental e na proximidade de bancos oceânicos.

A região do Banco de Abrolhos é uma área de grande importância para a reprodução, provavelmente a mais significativa do Atlântico Sul. Vivem tanto em alto mar, como perto das costas, em águas profundas e em baías mais rasas. De acordo com a lista vermelha da IUCN, a baleia jubarte é considerada vulnerável à extinção.

Outra morte – Em Alagoas, uma outra baleia jubarte encalhou morta na noite da última sexta-feira (29). Na terça-feira, ela já havia encalhado, mas foi reintroduzida por alguns pescadores e dois funcionários da Área de Proteção Ambiental (APA) do Peba, que estavam no local. Mas, três dias depois, a mesma baleia apareceu morta na praia Barra da Onça, em Feliz Deserto, município do litoral sul de Alagoas. A baleia era um filhote com 3,9 metros e peso estimado em cerca de 1,5 toneladas. Ao todo três baleias jubarte encalharam no trecho entre Alagoas e Paraíba.

“Nossa hipótese é de que complicações durante o parto resultaram no encalhe da fêmea na Paraíba, o que inviabilizou a sobrevivência do filhote”, explica Lopes ressaltando que apesar de acontecer com animais da mesma espécie, provavelmente são dois casos isolados, sem correlação direta entre eles.
Luís Boaventura
Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA)

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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