CONSTRUÇÕES AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEIS: PROJETOS POSSÍVEIS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2006

Brasília (11/08/06) – O presidente substituto do Ibama e diretor de Ecossistemas Valmir Ortega abriu ontem (10), às 14h30, as palestras organizadas pelo Projeto Quintas Ambientais, em parceria com o Portal das Tecnologias Ambientalmente Saudáveis (AMBTEC), sobre “Sustentabilidade Ambiental na Construção Civil e Arquitetura”.

Para o diretor, o Ibama tem papel decisivo na conscientização da sociedade sobre a importância de se construir um novo modelo de desenvolvimento, que seja sustentável e que vise reduzir a pressão sobre os recursos naturais. “Precisamos identificar esses pontos que aceleram o processo de degradação da natureza. E o portal AMBTEC, construído pelo Ibama, é estimulador dessa mudança de comportamento pela sociedade. Mas isso depende de empresas que estejam dispostas a correr riscos na inovação, abrindo novos mercados e novas alternativas”, destacou Ortega.

A arquiteta e pós-doutora em Construção Sustentável Vanessa Gomes apresentou modelos de certificação existentes hoje no mundo que classificam os edifícios verdes levando em consideração a funcionalidade integrada à sustentabilidade ambiental. São os chamados Green Buildings, conceito norte-americano cuja tradução no Brasil equivale a edifícios sustentáveis, ou verdes.

Nesses edifícios, o planejamento, desde a elaboração do projeto, busca reduzir o consumo de energia, água, materiais, entre outros recursos. Um exemplo são os prédios sem ar condicionado, cujo projeto leva em consideração as correntes de ar existentes. “O Brasil é um país que tem muito a construir, o que é positivo para a aplicação dessa nova certificação. Na Europa, por exemplo, onde predominam edifícios antigos, o problema de adequação é maior”, afirmou Vanessa.

Modelos de certificação

Um exemplo de modelo de certificação é o Bream, criado na Inglaterra, que leva em consideração o gerenciamento da construção e do projeto, a saúde e o conforto dos usuários, uso de energia, transporte de materiais e pessoas, uso de água, do solo, avanço do meio urbano em relação à natureza, entre outros fatores. “Todas essas categorias recebem um peso e geram um índice que dá uma classificação ambiental do edifício”, explica a pesquisadora.

Outro modelo de certificação, o LEED, dos Estados Unidos, está mudando a construção civil no País. “Todos os envolvidos na cadeia da construção participam do processo e disseminam o sistema. Já na obra, há separação dos resíduos sólidos destinados para reciclagem. Essas mudanças, criadas pelo mercado, estão forçando novas posturas dentro do próprio mercado”, afirma Vanessa.

Ela destacou, ainda, a importância do conselho de edifícios verdes nos EUA, chamado de Green Building Council, que somente em 2004 certificou 91 projetos e registrou outros 1.151. “O conselho pode ser criado em qualquer país, com representação de empresas nas mais diversas áreas, como engenharia, arquitetura, biologia, advocacia e comunicação”, afirma Gomes.

Segundo a pesquisadora, o modelo norte-americano não pode ser importado do jeito que existe nos EUA. “É importante que a certificação seja adaptada ao país em que será aplicada, com dados nacionais, adequada ao mercado e às práticas nacionais. Os índices que têm que levar em consideração as prioridades e agenda do país”, afirma ela. O Brasil está em fase de construção do seu Conselho Sustentável. No dia 15 de agosto haverá reunião de lançamento interno do conselho, com posterior abertura para entrada de membros.

Produto pode gerar menos resíduo

O vice-presidente da Interface Flooring Systems, um dos maiores fabricantes mundiais de carpetes comerciais, Claude Quimet, abriu sua palestra falando da importância das empresas definirem o que é importante para elas, visando não apenas o lucro, mas a ética ambiental e a sustentabilidade.

A Interface Flooring Systems, a partir de 1994, passou a estudar toda a cadeia de produção de carpetes e a ver onde havia desperdícios. “Queríamos entender melhor a matéria-prima que usávamos, de onde vinha, quem fabricava, qual energia era necessária para extraí-la”, afirmou Quimet. O resultado foi que, de 100% da matéria-prima inicial, apenas 60% estava no produto final. Os outros 40% eram resíduos, entre sólidos, hídricos e emissões lançados no meio ambiente.

Segundo Quimet, a partir de 1995 houve mudança de pensamento dos cinco mil funcionários existentes na empresa. “Para a impressão um metro dos tapetes que fabricávamos eram necessários 200 litros de água. Para reduzir esse consumo, mudamos a tecnologia que fabricava os tapetes, gerando estampas com fios coloridos, evitando que as estampas tivessem que ser impressas, o que gerava o enorme consumo de água”, explicou Quimet.

Os tapetes produzidos pela empresa mudam de tonalidade conforme a luminosidade do dia, imitando as transformações da natureza. “Temos muito a aprender com a natureza, que muda o tempo todo. Esse é o nosso exemplo de sucesso.”, destacou Quimet.
Sandra Tavares

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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