INDÍGENAS DA AMAZÔNIA LIBERAM TRÁFEGO NA RODOVIA DO ESTANHO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2006

6 de Outubro de 2006 - Thaís Brianezi - Repórter da Agência Brasil - Manaus - Os indígenas de Rondônia e do sul do Amazonas liberaram a chamada Rodovia do Estanho, mas continuam a bloquear a Transamazônica. Desde segunda-feira (2), cerca de mil índios fazem um bloqueio da Transamazônica na altura do quilômetro 145, na Terra Indígena Tenharim do Marmelo. Também estavam bloqueando a rodovia do Estanho, que sai do quilômetro 150 da Transamazônica e vai até o Mato-Grosso. O ato é um protesto por mais verbas para as ações da Fundação Nacional do Índio (Funai) na região.

“O município de Apuí [com quase 19 mil habitantes, no sul do Amazonas] está sem combustível e já começou a racionar energia elétrica, que é gerada por motor movido a óleo diesel”, disse hoje (6) à Radiobrás o chefe do Núcleo de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal em Rondônia, Inspetor Régis Ramos.

Segundo ele, o fluxo de veículos nesse trecho da Transamazônica é pequeno, cerca de 100 veículos por dia. No período mais chuvoso (entre fevereiro e maio) é ainda menor, porque a estrada não está asfaltada e o barro só possibilita o tráfego de veículos tracionados.

Ramos informou que seis policiais rodoviários se revezam no local do protesto. “Fizermos um acordo com os caciques para que os indígenas saíssem da estrada para evitar confrontos com motoristas”, afirmou. “Há uma comissão indígena que decide quem pode passar ou não. Eles estão liberando viaturas policiais e veículos de emergência médica”.

Cerca de 9 mil indígenas de 45 etnias (dentre elas, Parintintin, Tenharim, Pirarã, Apurinã, Mura e Mundurucu) vivem em Rondônia e no sul do Amazonas.

Uma comissão formada por sete caciques está em Brasília negociando com representantes do governo federal a liberação de recursos para a Funai naquela região. A reivindicação inicial era de R$ 1,6 milhões, mas os líderes indígenas tentam, agora, diminuir esse valor, priorizando os investimentos mais urgentes.

Na planilha apresentada por eles ao chefe de gabinete do Ministério da Justiça, na última quarta-feira (4), há quatro itens que somam R$ 684 mil, dos quais os índios não abrem mão: fiscalização (R$ 308 mil); apoio ao setor produtivo (R$ 164 mil); educação (R$ 71 mil) e assistência (R$ 141).

“Estamos nos reunindo desde ontem [5] com as coordenadorias da Funai que cuidam desses setores”, contou um dos membros da comissão, Humberto Terena. “O administrador da Funai em Rondônia [Rômulo Siqueira] deve chegar hoje aqui. Ele nos disse que não recebeu dinheiro neste ano, mas estão nos mostrando documentos que provam que parte da verba foi repassada”.

A assessoria de imprensa da Funai não soube informar qual o orçamento aprovado para a Funai em Rondônia nem qual a verba foi disponibilizada para lá. Informou apenas que, na próxima semana, a diretoria do órgão fará um pedido de crédito especial ao Ministério da Justiça, para custear as ações da Funai em Rondônia e no sul do Amazonas. O valor desse pedido ainda não está definido.

Os caciques devem ficar em Brasília até o próximo dia 16, quando têm uma audiência marcada no Ministério da Justiça. Eles também querem agendar, com ajuda de parlamentares, um encontro com o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

“No fim de semana, a Transamazônica será liberada. Mas na segunda-feira (8) ela volta a ser fechada. As comunidades estão ameaçando bloquear também a rodovia BR-364 [que liga Rondônia ao Mato Grosso], caso as negociações não avancem”, adiantou Terena.

Protesto de indígenas que bloqueiam Transamazônica completa quatro dias

5 de Outubro de 2006 - Thaís Brianezi - Repórter da Agência Brasil - Manaus - O protesto de indígenas de Rondônia e do sul do Amazonas pela liberação de verbas para a Fundação Nacional do Índio (Funai) entra hoje (5) no quarto dia. Desde a segunda-feira (2), cerca de mil índios estão bloqueando a rodovia Transamazônica na altura do quilômetro 145, na Terra Indígena Tenharim do Marmelo, e a chamada rodovia do Estanho, que sai do quilômetro 150 da Transamazônica e vai até o Mato-Grosso. Esses dois pontos da BR-230 ficam no município de Manicoré (AM).

“Só estão passando viaturas policiais e casos de emergência”, disse o plantonista do Centro de Informações e Operações (Ciop) da Polícia Rodoviária Federal em Rondônia, Daniel Reis. Segundo ele, não existe estimativa sobre a quantidade de veículos parados no bloqueio, e também não há caminho alternativo para os motoristas que saem de Porto Velho ou de Manaus com destino ao Centro-Sul do país.

“A gente já discutiu a situação dos caminhoneiros. Não queremos prejuízos para eles nem para os manifestantes”, contou o líder Aurélio Tenharim, um dos sete caciques que estão em Brasília reivindicando a liberação de R$ 1,6 milhão para a administração da Funai em Rondônia, que cuida também do sul do Amazonas. “O Valmir [Parintintin, liderança indígena e chefe de posto da Funai] está se deslocando para o local do protesto. Provavelmente amanhã (6) a estrada vai ser liberada por um dia, depois vamos bloquear de novo”.

Ontem (4), em Brasília, os caciques se encontraram com o chefe de gabinete do Ministério da Justiça. De acordo com Tenharim, ficou acertado que os manifestantes diminuiriam o valor exigido do governo federal.

Hoje, a comissão indígena passará o dia reunida com o diretor de assistência da Funai, Slowacki Assis, para definir os investimentos prioritários. “Ainda não chegamos a um consenso, mas não abriremos mão das atividades de fiscalização, apoio ao setor produtivo, educação e assistência”, adiantou Tenharim.

A secretária do diretor confirmou que Assis está reunido com os índios. Desde ontem, a reportagem da Radiobrás tenta obter informações da Funai em Brasília, mas ainda não recebeu resposta.

Na planilha apresentada pela comissão, os quatro itens somam R$ 684 mil, sendo R$ 308 mil para fiscalização; R$ 164 mil para apoio ao setor produtivo; R$ 71 mil para educação; e R$ 141 para assistência. “Há também o funcionamento dos postos da Funai na aldeias, que é muito importante [orçado em R$ 200 mil]”.

Tenharim adiantou também que amanhã os sete caciques pretendem ir ao Congresso Nacional. Eles tentarão, com ajuda dos parlamentares, marcar uma audiência com ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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