NOVAS TERRAS INDÍGENAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2006

DOU publica decreto de obtenção de terras para os Krahô-Kanela

11 de dezembro - O Diário Oficial da União (DOU) publicou na última sexta-feira (08/12) o decreto assinado pelo presidente da República que declara para fins de desapropriação, imóveis rurais destinados a assentar o povo indígena Krahô-Kanela, no Município de Lagoa da Confusão, no Tocantins.

Na área reivindicada, a Mata Alagada, será criada uma Reserva Indígena, já que a tradicionalidade da ocupação não pôde ser comprovada pela Funai. Contudo, as fazendas obtidas -Retiro do Cocal e Lago do Jacaré- fazem parte da área reivindicada pelos indígenas.

A destinação de terras no mesmo local onde fica a área reivindicada pelos Krahô-Kanela foi a solução encontrada pela Funai e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para garantir o acesso desta comunidade a um meio de subsistência. A medida foi aceita pelos índios, que participaram das negociações realizadas no ano passado.

Presidente da Funai e ministro de Pesca assinam termo de cooperação

13 de dezembro - O presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, e o ministro especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), Altemir Gregolin, assinaram nesta quarta-feira (13/12) o termo de cooperação técnica entre os órgãos que prevê o desenvolvimento de projetos de aqüicultura e pesca nas comunidades indígenas. A assinatura ocorreu na sede da Funai, em Brasília, e contou com a presença de lideranças indígenas.

Na ocasião, Mércio elogiou a atuação da secretaria da Pesca em difundir a atividade pelo país e afirmou que "a parceria é bem vinda porque reforça a prática do consumo de pescado entre os povos indígenas". Segundo ele, a iniciativa também “vai ao encontro dos projetos de sustentabilidade econômica das populações indígenas”.

“Nosso objetivo é encontrar uma alternativa de subsistência alimentar e ao mesmo tempo uma alternativa de renda para as comunidades indígenas. Por isso, a importância deste acordo que assinamos com a Funai é atuarmos em várias frentes como o trabalho técnico de assistência, de capacitação e ao mesmo tempo de apoio financeiro”, completou o ministro Altemir Gregolin.

A coordenação do programa será feita em conjunto pela SEAP e Funai, com participação direta dos representantes indígenas e com parceria de universidades, escolas agrotécnicas e centros de pesquisa. O termo de cooperação terá a duração de dois anos, podendo ser prorrogado por meio de termo aditivo.

Indigenista da Funai lança livro

14 de dezembro - “De longe, toda serra é azul” é o título do livro do indigenista da Funai, Fernando Schiavini, que será lançado nesta quinta-feira, dia 14, às 20 h, na Feira Quituart, no Lago Norte, em Brasília.

O livro conta histórias vividas pelo servidor ao longo de 30 anos de experiência junto aos índios Xavante, Krahô, Apinajé e Xerente.

Segundo Schiavini, um dos principais objetivos do livro é trazer à tona a questão do índio e a importância do papel da Funai. Além do livro, outros três títulos sobre o tema serão lançados em breve.

Com o propósito de ampliar o acesso à obra, o autor disponibilizou o trabalho compact disc (CD). “A idéia é tornar as histórias do livro acessíveis também a pessoas não-alfabetizadas e deficientes visuais que gostem da causa”, explica.

O livro pode ser adquirido no escritório da Associação dos Servidores da Funai (Ansef), localizada na sede da Funai, ou nas Administrações regionais do órgão. Informações: (61) 3313-3578

Funai identifica quatro terras indígenas

12 de dezembro - Dando continuidade aos processos de regularização fundiária dos povos indígenas do Brasil, a Funai publicou, recentemente, quatro novos despachos de identificação de terras indígenas. Com isso, esses processos, que contemplam os povos Paresi, no Mato Grosso, e Kokama, no Amazonas, seguem o processo administrativo e passam a aguardar, após as contestações, análise do Ministério da Justiça para expedição de portaria declaratória.

Com relação ao grupo indígena Kokama, localizado no município Tonantins (AM), os despachos foram publicados em 21 de novembro de 2006, e constituem as seguintes terras indígenas: Terra Indígena BARRO ALTO, com superfície de 1.964 ha e população de 90 habitantes; Terra Indígena SANTA CRUZ DA NOVA ALIANÇA, com superfície de 5.759 ha e população de 241 habitantes; Terra Indígena PROSPERIDADE com superfície de 4.806 ha e população de 120 habitantes.

A área referente aos Paresi (MT) é a Terra Indígena UIRAPURU, em despacho publicado no dia 14 de novembro de 2006, localizada nos municípios de Campos de Júlio e Nova Lacerda, com superfície de 21.680 ha e população de 227 habitantes.

Ministério da Justiça emite portaria declaratória da Terra Indígena Las Casas

12 de dezembro - Foi publicada no Diário Oficial de 24 de novembro de 2006 a portaria declaratória nº 1191, pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que declara de posse permanente do povo Kayapó a Terra Indígena Las Casas. Com 21.100 hectares, Las Casas é habitada por quase 200 pessoas, todas na aldeia Tekreyarotire, que compõem o subgrupo Kayapó chamado de Irã’ãmranh-re. A luta para recomposição do território tradicional teve início no final dos anos 11000, quando os indígenas retornaram para a área de onde haviam sido expulsos por fazendeiros da região - anteriormente, viviam na T. I. Kayapó.

O processo de regularização fundiária foi iniciado em 2001, por meio da portaria da Funai que instituiu um grupo de trabalho para estudos de identificação da área. O relatório foi concluído em 2003. Posteriormente, deu-se seguimento ao processo administrativo, com abertura de vistas ao contraditório e outros trâmites. Com a publicação da portaria declaratória pelo Ministério da Justiça, o processo agora aguarda, de acordo com os trâmites legais, o decreto de homologação pelo Presidente da República.

Localizada próxima ao Município de Redenção, Las Casas está situada, também, dentro dos limites das cidades de Floresta do Araguaia e Pau d'Arco.

“Na aldeia, todo mundo já está sabendo da decisão, e todo mundo ficou muito alegre. O pessoal tava até querendo sair de lá porque estava demorando muito para sair a terra e tava com medo, mas agora todos resolveram ficar. São mais de 200 índios que moram lá e já estão todos comemorando e festejando muito. É uma coisa importante pra Kayapó e a Funai está dando muito apoio ao nosso povo”, comemorou o administrador regional da Funai em Redenção, Moiko Kayapó.

“Lá é uma aldeia tranqüila, calma, e está crescendo. Estamos tomando a iniciativa de buscar projetos para melhorar a nossa vida” diz o jovem líder Takwyry. “O mais importante, pelo menos, é suprir o consumo da comunidade. E vivermos bem, ao nosso modo”, conclui Takwyry.

Coordenação Geral se reúne para definir planejamento dos próximos anos

12 de dezembro - A Coordenação-Geral de Índios Isolados (CGII) reúne-se desde ontem (11) em uma oficina de planejamento, em Brasília, para discutir as estratégias de ação para os próximos quatro anos. Sob a chefia do indigenista Marcelo dos Santos, que assumiu a CGII em março de 2006, foram convocados os chefes das cinco Frentes de Proteção Etno-ambiental do país. Juntos, eles vão traçar um panorama da proteção das áreas que são ocupadas por povos indígenas que vivem de forma autônoma, sem contato com a sociedade envolvente. A oficina irá até a próxima sexta-feira (15).

Além dos responsáveis pelos trabalhos da CGII, foram convidados também representantes da sociedade civil, como Gunter Kromer, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o indigenista Porfírio de Carvalho, coordenador do Projeto Waimiri-Atroari, financiado pela Eletronorte, e Gilberto Azanha, antropólogo do Centro de Trabalho Indigenista (CTI).

A pauta de discussões envolve a classificação de todos os locais do país onde há referência da existência de grupos indígenas autônomos, atualmente considerados 63 indicativos em todo território nacional, bem como o tratamento e a relação da Funai e do Estado brasileiro com os índios que possuem pouco contato com a sociedade envolvente, como, por exemplo, os Zo’é, no Pará, os Zuruaha, no Amazonas, e os Akunt’su e os Kanoê, em Rondônia.

No que toca ao planejamento das ações da CGII entre os anos 2007 e 2010, estará em discussão as condições de trabalho das Frentes e as possíveis formas de financiamento das expedições de fiscalização e vigilância. As cinco frentes de proteção etno-ambiental são: Vale do Javari (AM), Cumunapanema (PA), Guaporé (RO), Madeirinha (MT) e Envira (AC).

SEAP e Funai criam programa para capacitar índios na área da piscicultura

12 de dezembro - A criação de peixes pode garantir segurança alimentar a comunidades indígenas que hoje têm dificuldade em obter alimento. Para desenvolver este recurso, a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP-PR) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) assinam nesta quarta-feira, 13, um convênio de cooperação técnica para a execução do Programa de Implementação da Aqüicultura nas Terras Indígenas Brasileiras. A assinatura do termo de cooperação será feita pelo ministro da Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, e o presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, às 10h, no auditório Gilberto Pinto Figueiredo, na sede da Funai (SRTVS 702/902, Edifício Lex, Asa Sul, 1º andar).

O programa vai identificar comunidades indígenas, em todas as regiões do país, que sediarão projetos-pilotos de piscicultura sustentável. O peixe cultivado vai alimentar as famílias e os cultivos serão mantidos pelos próprios índios, que serão capacitados, juntamente com funcionários da Funai, para instalar e manter as criações. Os peixes poderão ser criados em lagos e rios, com uso de tanques-redes ou “gaiolas”.

Inicialmente, estão previstos 12 projetos-pilotos - dois na região Norte, dois na região Centro-Oeste, dois na região Sudeste, três na região Nordeste e três na região Sul. As comunidades a serem beneficiadas ainda estão sendo definidas, tendo como principais critérios o interesse da população local em desenvolver a atividade e a situação de segurança alimentar. A prioridade é para regiões onde os recursos naturais dos rios e florestas já não provêem alimento suficiente para a comunidade. “Já há demanda de muitas comunidades por piscicultura. Agora, vamos dar início a este processo em todo o país para mostrar a viabilidade da atividade”, diz Rodrigo Roubach, gerente de projetos da SEAP.

Para a coordenadora geral de Desenvolvimento Comunitário da Funai, Rosane de Mattos Kaingang, o programa terá fundamental importância na segurança alimentar das populações indígenas, com a vantagem da qualidade do alimento, já que o peixe é fonte de proteína. A gestão do programa será feita em conjunto pela SEAP e Funai, com participação direta dos representantes das comunidades envolvidas e com parceria de universidades, escolas agrotécnicas e centros de pesquisa.
Tradição e Modernidade em exposição no Museu do Índio

11 de dezembro - Fonte: Museu do Índio - O Museu do Índio inaugura no próximo dia 19, terça-feira, às 11h, a exposição “Tisakisu: Tradição e Novas Tecnologias da Memória”. O acervo contempla 11 vídeos e 100 fotos da etnia Kuikuro (Alto Xingu - MT), além de dois filmes produzidos pelos próprios xinguanos e premiados em festivais nacionais.

Como manter viva a tradição em um contexto de mudança? Diante das transformações tecnológicas que seduzem os jovens, os mais velhos temem a perda do modo de ser-e-fazer xinguano, de todo o universo mítico-ritual que consolida a identidade de um povo. Esta é a questão apresentada na exposição, que pretende oferecer aos visitantes informações para uma reflexão sobre o dualismo Tradição X Modernidade em que vivem atualmente os povos do Parque do Xingu.

Um dos destaques da exposição será o filme “Nguné Elü: O Dia em que a Lua Menstruou”, 28 minutos, de Mariká e Takumã Kuikuro. Ele mostra o ritual do eclipse da lua e todos os simbolismos que este traz para o povo Kuikuru. O trabalho participou da mostra Vídeo nas Aldeias do Festival de Rondônia, onde ganhou o Prêmio Chico Mendes de Melhor Documentário 2004.

Lideranças reivindicam melhoria na Educação Escolar Indígena

12 de dezembro - Durante quatro dias, lideranças de várias etnias do país estiveram reunidas em Brasília para discutir a qualidade do ensino para os indígenas. No evento, promovido pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC), os participantes solicitaram que seja realizada no primeiro semestre de 2007, a Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena para que os próprios índios possam decidir que tipo de política educacional deve ser adotada para as comunidades.

O direito a uma educação diferenciada, que respeite as particularidades de cada etnia, foi garantido aos povos indígenas na Constituição de 1988. Seu texto diz que não cabe mais ao Estado promover a homogeneização cultural e lingüística dos índios, mas proteger e valorizar a diversidade das etnias. O grande desafio colocado hoje é a formulação e execução de propostas que respeitem a individualidade de cada etnia, fazendo com que os próprios índios tomem as rédeas de sua educação. Contudo, atualmente, das 2.324 escolas voltadas para as populações indígenas, apenas 22 são iniciativas que se preocupam em entender a realidade desses povos e montaram um currículo específico para eles.

Na busca pela qualidade e diferenciação educacional, as lideranças presentes no encontro formularam um documento (leia a íntegra) que será enviado ao Ministério da Educação com suas reivindicações e propostas para encaminhar as demandas da Educação Escolar Indígena.

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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