IBAMA ESTABELECE NOVAS NORMAS PARA MANEJO E REPOSIÇÃO FLORESTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2006

Brasília (19/12/2006) - Ibama e Ministério do Meio Ambiente estabelecem novas normas para o manejo florestal na Amazônia e para a reposição florestal para todo o país. A instrução normativa que trata de reposição florestal foi assinada pelo presidente do Ibama ontem e a que trata das novas normas para o manejo florestal na Amazônia foi assinada na última quarta-feira. Ambas as instruções foram estabelecidas a partir do Decreto 5.975, de 30 de Novembro de 2006 e após discussões e consultas públicas coordenadas pelo MMA e o Ibama.

Segundo o coordenador geral de Recursos Florestais do Ibama, José Humberto Chaves, a norma anterior para reposição florestal apresentava erros conceituais originários desde a década de 70. José Humberto cita como exemplos dessas imperfeições: os recolhimentos a um fundo de reposição que não era fundo. Os recursos não eram aplicados em florestal. O coordenador também citou o próprio conceito do instrumento e dos Planos Integrados Florestas Indústrias (PIFI) que nunca saíram do papel. “As empresas do setor siderúrgico não programaram a operacionalização de seus Planos Integrados Florestal (artigo 21 do Código Florestal) e não efetuaram a reposição florestal dos estoques consumidos. Esta é a causa principal da prática de abastecimento de fontes ilegais de carvão vegetal”, esclarece José Humberto.

O diretor de Florestas do Ibama, Antônio Carlos Hummel, acredita que a nova norma vai estimular os plantios de florestas e o aperfeiçoamento das legislações estaduais. “No final das contas, estas medidas vão contribuir para reduzir as pressões sobre as florestas nativas do país”, explica Hummel. O diretor lembra que as normas estabelecidas não possuem a previsão do fundo de reposição florestal.

Com relação à nova regulamentação para Planos de Manejo Florestal (PMFS), Hummel menciona que a norma traz uma enorme inovação que é a Autorização Prévia à Analise dos Planos de Manejo Florestal (APAT) que vai reduzir drasticamente a burocracia, os custos e o tempo de análise dos PMFS. Essas determinações recentes das instruções normativas 04 e 05/06 já estão influenciando os estados na adoção da mesma sistemática, incluindo os procedimentos para vistorias de campo.

Ibama tem novo Laudo de Vistoria de manejo florestal

Brasília (21/12/06) - Ontem (20) foi publicada a Norma de Execução nº. 01 da Diretoria de Florestas do Ibama que dispõe sobre a instituição de procedimentos técnicos para Vistoria de campo para Planos de Manejo Florestal Madeireiro nas florestas primitivas e suas formas de sucessão na Amazônia Legal.

Segundo Antonio Carlos Hummel, diretor de Florestas do Ibama, as principais características do novo processo são avaliar com menor grau de subjetividade e de maneira sistemática, melhoras progressivas à prática do manejo florestal com aplicação de ações corretivas e garantir a transparência das vistorias e dos respectivos relatórios que servirão de diagnóstico tanto para o Ibama quanto para o empreendedor florestal.

Hummel cita também, que o novo modelo de relatório de vistoria utiliza apenas o nível de verificador para avaliar se as diferentes atividades ou fases do manejo florestal estão sendo executadas de acordo com a legislação, contendo 140 (cento e quarenta) verificadores com limites quantitativos e tolerância variável de acordo com o grau de conformidade.

Assim, “espera-se padronizar e uniformizar os procedimentos de análise e de vistoria em Planos de Manejo Florestal Sustentável – PMFS e constatar se as operações realizadas atendem aos padrões legais e técnicos exigidos”, diz Hummel. Os órgãos estaduais de meio ambiente também já estão adotando o modelo.

O Manual de Vistoria de Campo para Planos de Manejo Florestal Madeireiro para a Amazônia é resultado de trabalhos do Ibama e Embrapa, por meio do ProManejo-Projeto de Apoio ao Manejo Florestal Sustentável na Amazônia e o Projeto PD 57/99 Rev. 2 (F) – Manejo sustentável de florestas de produção em escala empresarial na Amazônia brasileira (Projeto Bom Manejo), no âmbito da Cooperação Embrapa/Cifor/IFT.

Pesquisadores e Ibama acertam nova agenda para o Sisbio

Brasília (19/12/2006) - Após reunião hoje com representantes de sociedades científicas, o presidente do Ibama, Marcus Barros, suspendeu a aplicação da instrução normativa que instituiu o Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio) por um mês. Nova reunião está marcada para 24 e 25 de janeiro, quando o grupo rediscutirá alguns pontos da instrução, questionados por esses pesquisadores integrantes do Comitê de Assessoramento Técnico (CAT) do Sisbio.

O CAT-Sisbio é uma instância consultiva que participou, ao longo do ano, da construção do novo sistema via internet para concessão de licenças para coleta de material biológico com fins científicos em unidades de conservação. O Sisbio reduzirá a no máximo 45 dias úteis a resposta aos pedidos dos pesquisadores. Com a legislação anterior, a expedição de tais licenças podia demorar até dois anos.

A instrução normativa do Sisbio foi publicada em outubro e gerou protestos dos pesquisadores porque os diretores do Ibama acrescentaram ao texto discutido no CAT-Sisbio algumas mudanças de conteúdo e de redação. As principais foram a limitação do uso de licença permanente apenas pelo pesquisador titular e a citação obrigatória do número da autorização concedida pelo Ibama em publicações científicas para divulgação de pesquisas realizadas em unidades de conservação ou envolvendo coleta de material biológico.

No encontro de hoje, os pesquisadores consideraram uma “quebra de confiança” a edição da IN do Sisbio, sem uma nova consulta aos integrantes do comitê de assessoramento. Os pesquisadores chegaram a propor a revogação da instrução normativa. Mas o diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, Rômulo Mello, alertou que a revogação significaria “jogar no ralo” todo o trabalho de reduzir a burocracia para coleta de material biológico e implicaria retroceder à “base legal” arcaica.

A reunião passou por momentos de tensão. Mas terminou pacificada com a proposta de uma agenda de trabalho para janeiro com o objetivo de sanar as divergências. O presidente do Ibama, Marcus Barros, oriundo da academia, disse que o mais importante era preservar a relação entre o instituto e a comunidade científica. E que, no momento, o mais frutífero seria retomar as discussões, pois faltava pouco para o consenso.

Os pesquisadores entregaram uma planilha identificando os pontos de consenso e as alterações feitas na edição da IN. O presidente da Associação Memória Naturalis, Leandro Salles, esclareceu que os pesquisadores discordavam de dez pontos, entre eles cinco ou seis eram essenciais. Para o Ibama, os pontos essenciais giram em torno da licença permanente e da citação das autorizações.

Além de Salles, participaram da audiência também os presidentes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ênio Candotti, o da Sociedade Botânica do Brasil, Paulo Windisch, o da Sociedade Brasileira de Zoologia, Mario Navarro. E ainda o presidente do CNPq, Erney Camargo, a coordenadora-geral de Biodiversidade do Ministério de Ciência e Tecnologia, Ione Egler, o diretor de Patrimônio Genético do Ministério do Meio Ambiente, Eduardo Vélez, e outros assessores.
Sandra Sato e Rose May

Ibama propõe a criação de nova unidade de conservação em Santa Catarina

Florianópolis (20/12/06) - Após a realização de vários estudos que demonstram a importância ambiental da Baía da Babitonga em Santa Catarina, o instituto discute com a comunidade a criação de nova área protegida no estado. As riquezas naturais da Baía da Babitonga e a necessidade de proteger os ecossistemas locais do impacto das atividades humanas acabaram culminando na proposta de criação de uma unidade de conservação para a área.

A iniciativa tem o objetivo de promover uma integração harmoniosa entre as atividades produtivas da região e a conservação da natureza, principalmente de espécies da fauna que ali ocorrem. Desta forma espera-se assegurar as fontes de recursos naturais que sustentam atividades turísticas e mais de 4000 pescadores artesanais, e ao mesmo tempo, garantir a proteção do Boto Cinza - Sotalia guianensis, da Toninha -Pontoporia blainvillei (ameaçada de extinção) , do Mero - Epinephelus itajara (espécie sobre-explotada) sua área de alimentação e reprodução, e ainda, 6.200ha de manguezal, “habitat” exclusivo do Caranguejo-Uçá - Ucides cordatus – (espécie sobre-explotada), além das fontes hídricas de relevante interesse para a sobrevivência destas espécies.

De acordo com o PROBIO – Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica, tanto a área da Baía da Babitonga quanto o seu entorno são considerados de alta prioridade para conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade. Interligada ecologicamente com as baías de Paranaguá e Guaratuba no Paraná, essa área forma um grande complexo estuarino, único na região sul, o que destaca sua a importância em nível nacional.

Vítima de todo o processo de degradação proveniente da histórica ocupação humana ao seu redor, a Baía da Babitonga vem sofrendo ao longo dos anos sérias ameaças à sua conservação, que vão desde a poluição de suas águas decorrentes dos despejos provenientes das indústrias e do esgoto doméstico, o assoreamento acelerado devido ao desmatamento criminoso, a pesca predatória, a caça clandestina, a ocupação ilegal das áreas publicas, as obras mal dimensionadas e os aterros dos bosques de manguezais.

Considerando as características da área e os diferentes tipos de usos antrópicos que já existem, a Reserva de Fauna é a categoria de unidade de conservação que melhor reflete as necessidades de conservação da Baía da Babitonga. Este tipo de unidade compatibiliza a conservação da natureza e o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais, adequando-se assim a uma realidade local onde a exploração da pesca artesanal e a maricultura envolvem muitas pessoas. Uma vez criada, a Reserva de Fauna Baía da Babitonga contará ainda com o título de 1ª Reserva de Fauna do Brasil.

Para fazer desse um processo legítimo e democrático, o Ibama tem discutido com as comunidades locais a criação da Reserva de Fauna Baía da Babitonga. Duas consultas públicas já foram realizadas, uma em São Francisco do Sul e outra em Joinville, contando com significativa participação da sociedade e órgãos públicos. Pelo menos mais três consultas estão previstas para o início de 2007 nos municípios de Barra do Sul, Itapoá e Araquari.

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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