BRASIL TEM CONTRIBUÍDO NA LUTA CONTRA O AQUECIMENTO GLOBAL, DIZ MARINA SILVA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2007

28 de Janeiro de 2007 - Érica Santana* - Repórter da Agência Brasil - Marcello Casal Jr./ABr - Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fala sobre licenciamento ambiental e sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em entrevista à Radiobrás.
Brasília - Enchentes, secas e furacões, cada vez mais comuns, ocuparam boa parte dos debates do Fórum Econômico Mundial, que se encerra hoje (29), em Davos, na Suíça. Estima-se que, se o desmatamento e a poluição continuarem na proporção atual e se o Tratado de Quioto não for seguido, a temperatura na Amazônia pode subir entre 6 e 8 graus, e o volume de chuvas pode encolher em 20%. Em entrevista, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, explica como o país tem contribuído para as tentativas de contenção das mudanças climáticas.

A ministra falou à Radiobrás na última quarta-feira (24), quando comentou também o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). Citou levantamento segundo o qual a redução do desmatamento nos últimos dois anos evitou a liberação na atmosfera de 128 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2), um dos principais poluentes que agravam o efeito estufa.

Agência Brasil: Ministra, um estudo divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que o Brasil sofrerá sérias mudanças climáticas nos próximos 50 anos caso não tome graves medidas. O país está preparado para enfrentar os efeitos do aquecimento global?
Marina Silva: Se você perguntar para a Inglaterra se eles se prepararam bem – e eles têm dinheiro, tecnologia e massa crítica –, se perguntar para os Estados Unidos e para o Japão, para qualquer país do mundo, se eles estão preparados, a resposta vai ser de que eles não estão. O Brasil está fazendo um esforço muito grande, na realidade de um país em desenvolvimento, com poucos recursos, com dificuldades do ponto de vista tecnológico em vários aspectos.

ABr: A que tipo de esforço a senhora se refere?
Marina: O Brasil acaba de dar uma grande contribuição: uma redução de 52% do desmatamento, o que significou uma redução de 128 milhões de toneladas de CO2 nos últimos dois anos. Isso representa uma redução de 15% de tudo que teria de ser diminuído pelos países ricos no período [segundo o Tratado de Quioto]. Logo, um país em desenvolvimento, com graves problemas sociais, que dá essa contribuição... Eu diria que nós estamos no caminho.

ABr: No ano passado, durante a 12ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudança do Clima, em Nairóbi, no Quênia, a senhora apresentou uma proposta de compensação financeira para os países em desenvolvimento que obtiveram redução no desmatamento das florestas tropicais. O que mais pode ser feito para que os países desenvolvidos diminuam a emissão de gás carbônico?
Marina: O que nós precisamos fazer é que essa agenda de compensação positiva pela redução, que apresentamos em Nairóbi, perpasse todas as possibilidades de redução de CO2. Oitenta por cento das emissões são oriundas do uso de combustíveis fósseis [como o petróleo, consumido principalmente por nações ricas] e 20% pelo uso da terra. Entra aí a parte de florestas, de agricultura, de tudo o que tem a ver com uso da terra. Se esses 20% chegassem a zerar, se ninguém fizesse mais nem um uso desse potencial, o que é impossível para a humanidade e para o planeta, mesmo assim não resolveria o problema. As florestas seriam destruídas do mesmo jeito pelo esquentamento global. Mas isso não significa que não tenhamos que encarar esse problema e que não precisemos ter uma agenda para a questão de outros vetores. A nossa contribuição é muito importante, inclusive porque ela reduz também as cotas dos países desenvolvidos no próximo período de compromisso.

ABr: Que papel cabe aos países em desenvolvimento nessa empreitada?
Marina: Nós não temos que reivindicar o direito de cometer os mesmos erros que os países desenvolvidos fizeram. Já estamos buscando energias renováveis. O Brasil, por exemplo, está no topo dessa contribuição em relação à energia: 81% da matriz elétrica brasileira é renovável. Nenhum país no mundo tem isso. Isso não significa que não tenhamos uma grande jornada pela frente. Não podemos baixar a guarda.

ABr: Ao lado da queda do desmatamento, que a senhora citou, nos últimos quatro anos se aprovaram marcos legais e de planejamento, como a Lei de Florestas Públicas e o Plano Nacional de Recursos Hídricos. O que esperar da área ambiental neste segundo governo do presidente Lula?
Marina: Eu não posso falar de cenários do mandato, porque o presidente ainda não definiu quem formará a sua equipe. O que eu posso dizer é que as conquistas do primeiro mandato, de uma política ambiental transversal, de colocar o meio ambiente como parte da equação do desenvolvimento, vão continuar.
*Colaborou Pedro Biondi.

     

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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