PRESIDENTE DA FUNAI REÚNE-SE COM RAONI E LÍDERES INDÍGENAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2007

29 de janeiro - É preciso fortalecer a Funai. Essa foi a tônica da reunião entre o presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, com Raoni Metyktire e outros líderes Kayapó em Colíder (MT). A reunião foi realizada na sede da administração regional da Funai no município, chefiada por Megaron Txucarramãe, no último sábado (27).

O objetivo do encontro foi discutir com os índios o futuro e os desafios da Funai nos próximos quatro anos, bem como tratar dos meios efetivos para fortalecer o órgão indigenista. Além dos chefes benhadjourores (como os Kayapó chamam os "caciques") das aldeias Metyktire, Bau, Kapot, Mekrangotire, Pukany, Kubenkroke e Piaraçu, estavam presentes líderes das etnias Panará, Apiaká, Munduruku eTerena.

"Para melhor servir aos povos indígenas, é preciso que sejam feitas algumas reformulações na Funai", disse Gomes. "Temos de conseguir criar uma plano de carreira indigenista e abrir concurso público para a contratação de funcionários. Além disso, é necessário um aumento do orçamento. Sem esses pilares e sem o apoio dos índios para as mudanças, a próxima presidência da Funai terá muitas dificuldades administrativas".

O cacique Raoni foi enfático na defesa da Funai e expressou temor pelo futuro do órgão. "Nós, Kayapó, estamos preocupados com a Funai. Tem que dizer para os outros índios para todo mundo ficar junto, não pode ficar dividido. Temos que lutar juntos para fortalecer a Funai."

Outro tema da reunião foi gestão financeira dos recursos. Aperfeiçoar as contas administrativas foi o compromisso assumido por Megaron Txucarramãe. "Aos poucos, estamos ajeitando a casa, com muita dificuldade. Mas precisamos de mais funcionários capacitados que nos auxiliem. Somos muito poucos", afirmou Megaron.

Administrador regional indígena, Megaron busca meios alternativos para que as comunidades em sua jurisdição alcancem autonomia econômica. Alguns dos projetos conduzidos pelos Kayapó são produção de óleos de copaíba, de castanha do Brasil e da perfumada árvore Breu, além de borracha de seringueira, processamento de pequi e mel. "Já estamos dando os primeiros passos, mas precisamos de apoio estratégico", disse.

Os benhadjourores Yabuti Metyktire, Iodi Metyktire, Wankokre Kayapó e Bekwyiti Kayapó enfatizaram o problema de vigilância e proteção de seu território, que se estende também pelo Pará. "É preciso estrutura para proteger nossa terra", disse Yabuti.

O mesmo problema foi levantado pelo jovem Tekokian Panará. "Nossa área está cada vez mais ameaçada pela pressão dos fazendeiros. Precisamos de força para fazer frente a eles e proteger a nossa natureza."

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Funai reúne-se com associações e líderes da comunidade

31 de janeiro - O presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, reuniu-se com líderes Xicrin na sede da Administração Regional Executiva da Funai em Marabá (PA), na última segunda-feira (29). O objetivo do encontro foi esclarecer aos índios os trâmites da disputa jurídica entre a comunidade Xikrin e a Funai contra a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).

As divergências entre a CVRD e os Xicrin tiveram início em setembro de 2006, quando a companhia decidiu unilateralmente suspender os recursos que eram repassados mensalmente aos índios em razão da exploração de ferro da Mina Carajás (PA), em área que faz fronteira com a Terra Indígena Catete. A CVRD alegou que não estava obrigada legalmente a fazer o repasse. Para garantir o direito dos índios, a Funai entrou com ação na Justiça, quando obteve uma liminar para obrigar a CVRD a manter o repasse e, posteriormente, entrou com nova ação judicial perante a Justiça Federal, pleiteando que fosse declarada a responsabilidade legal da CVRD pela compensação ao impacto na área indígena pela exploração do minério.

Recentemente, a organização não-governamental Fundação Interamericana de Direitos Humanos, presidida pelo ex-vice-prefeito de São Paulo e ex-presidente da OEA, Hélio Bicudo, e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) acataram proposta apresentada pela CVRD e entraram com uma petição na Organização dos Estados Americanos (OEA), solicitando uma condenação do governo brasileiro no caso. Se a petição for acatada, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) poderá realizar uma audiência temática para analisar a situação.

Esse novo elemento na disputa jurídica deixou os índios confusos e com medo de não conseguirem cumprir seus compromissos financeiros. Desconfortáveis com a situação, eles relataram ao presidente da Funai as dificuldades que passam e como está o cotidiano nas aldeias. "Estou preocupado. Fico com muita preocupação com a comunidade, que está passando necessidade. Tem a escola, a farmácia, transporte", disse o cacique do Catete Bep-Karoti.

De acordo com a atual decisão da Justiça Federal, a liminar obriga a CVRD a depositar em juízo os valores correspondentes ao repasse, até que o processo tenha uma decisão final. Os índios, por meio da Funai, retiram os recursos necessários para cobrir as necessidades mais imediatas e urgentes na comunidade.

"Não interessa à Funai, nem aos índios, que a briga judicial com a Vale se prolongue. Mas a empresa não admite a sua responsabilidade jurídica sobre a exploração do minério nos limites da área indígena. Ela quer apenas ser vista como uma doadora benevolente", disse Gomes. "Temos que ir até o final para ganhar. Essa é a única garantia de proteger o direito de vocês."

Os índios aproveitaram a oportunidade para apresentar os projetos de sustentabilidade econômica que estão desenvolvendo nas aldeias. Atualmente, transformaram duas áreas que estavam desmatadas em fazendas, que, juntas, já contam com mais de 600 cabeças de gado. Explicaram também como andam as negociações com a mineradora Onça Puma, que em breve irá explorar níquel também em área que faz fronteira com a terra indígena. Na reunião, também foram explicadas aos índios as dificuldades que devem ser enfrentadas ao longo dos próximos quatro anos pela Funai, especialmente em relação a capacitação e contração de pessoal. Entre os líderes que participaram da reunião estavam Bep-Karoti, cacique da aldeia Catete, Karangre, cacique da aldeia Djudjeko e presidente da Associação Indígena Kakarekre, e Bep-Kaminhoroti, presidente da Associação Bep-Noi.

Em encontro com índios Kayapó, presidente da Funai inaugura Núcleo de Tucumã

31 de janeiro - “Quando eu recuperar a minha liberdade, vou voltar a lutar para ajudar os índios e a fortalecer a Funai. Eu não posso ir encontrar o senhor aí na cidade para participar dessa reunião, mas sei que meus tios e meus primos e o meu povo Kayapó irão receber bem o senhor.” Pelo rádio, o líder Kayapó Paulinho Payakã, da aldeia Rio Vermelho, onde vive em reclusão, saudou a presença do presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, em encontro com lideranças Kayapó na cidade de Tucumã (PA). Junto de suas mulheres e crianças, caciques e guerreiros organizaram uma bela recepção para a comitiva da Funai, com apresentação de cantos e danças.

O objetivo do encontro era a inauguração da sede do Núcleo da Apoio de Tucumã, uma reivindicação dos índios da região que pediam uma administração mais próxima de suas aldeias. Chefiado por Odenildo (CONFIRMAR SOBRENOME) , o núcleo serve atualmente a oito comunidades da região: Aukre, Kikretum, Rio Vermelho, Pukararankre, Kendjan, Kokraimoro, Kokoeydjan e Moikarako. Nelas, vivem cerca de 2.600 índios.

Em uma longa reunião com os chefes benhadjourores, Mércio Gomes explicou as necessidades atuais da Funai, bem como as dificuldades administrativas que o Núcleo de Tucumã deve enfrentar. Em breve, próximo à Terra Indígena Kayapó, a companhia Onça Puma dará início à mineração de níquel, o que irá trazer, além de possíveis problemas ambientais, um crescimento considerável nas cidades de Tucumã e Ourilândia. As negociações entre a empresa e os índios já estão em curso, e no futuro a região deverá ganhar mais importância econômica, o que trará mais impactos aos índios que freqüentam essas cidades.

Outro tema abordado foi o futuro da Funai nos próximos quarto anos, sobre o qual os índios se mostraram apreensivos. “A gente quer que continue assim, estável, calmo, mas que a Funai ganhe mais força”, disse o benhadjourore Nyty Kayapó, filho do lendário líder falecido Tutupombo. “Quando for possível, a gente gostaria de ir à Brasília para conversar com o novo Ministro, dar a ele o nosso apoio e ajudar a fortalecer a Funai”, completou Nyty. Além dele, também estavam, presentes os benhadjourores Pykotire, Ouro, Barabat, Clote, Kojoka, Mro’o e Mikim, além de cerca de 60 indígenas.

“Fico muito emocionado com a bela recepção de vocês e o carinho e o apoio que têm me dado”, disse Gomes. “É preciso a união do povo Kayapó, de todos vocês, para que a Funai tenha força, possa crescer e se reformular, conseguir um plano de carreira para seus funcionários e se preparar melhor para poder auxiliar os índios”, afirmou.

Funai retira invasores da terra Uru-eu-wau-wau

29 de janeiro - Cerca de mil grileiros foram expulsos da Terra Indígena Uru-eu-wau-wau, Rondônia, durante operação coordenada pela Funai entre os dias 17 e 23 de janeiro. O trabalho contou com o apoio do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), da Polícia Federal, da Polícia Militar e do Sistema de Proteção Ambiental da Amazônia (Sipam).

No acampamento improvisado pelos grileiros, foram apreendidas armas de fogo, veículos, além de foices e facões. Os invasores foram notificados pelo Ibama e devem pagar multas que variam entre R$1,5 mil e R$ 30 mil, por danos ao meio ambiente.

A Terra Indígena Uru-eu-wau-wau foi homologada em 1991 e abriga, em quase dois milhões de hectares, cerca de 1.200 índios, sendo apenas 200 deles contatados pela Funai.

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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