ENTENDA O QUE É O “EFEITO ESTUFA” E COMO ELE PROVOCA O AQUECIMENTO GLOBAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2007

2 de Fevereiro de 2007 - Paulo Montoia - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Ao chegar à Terra, parte da energia do sol é aprisionada na atmosfera e isso a mantém "quentinha", a uma temperatura média de 30 graus. É esse efeito benéfico que os cientistas chamam de Efeito Estufa, expressão que tem um sentido mais claro no original em inglês greenhouse effect (Efeito de Estufa de Plantas). As explicações estão na página www.unfccc.org.

Sem o efeito estufa, não haveria vida na terra e nos oceanos, pelo menos com a riqueza, a diversidade e complexidade que conhecemos hoje. O problema é que, nas últimas décadas, os climatologistas perceberam que a temperatura média do planeta estava aumentando, ou seja, está acontecendo uma intensificação do efeito estufa.

Popularmente, portanto, se fala nos efeitos perniciosos do efeito estufa quando na verdade se está fazendo referência aos problemas trazidos pela intensificação desse efeito, não por ele em sim, que existe há milhões de anos e é fundamental para a existência de vida no planeta.

Nas últimas décadas, os cientistas passaram a estudar as causas desse sobreaquecimento, alertando a comunidade internacional. Esse movimento deu origem à Convenção das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas, aprovada e iniciada na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992, a Eco-92, ou Rio-92.

A temperatura média do planeta já subiu 6 graus no século 20 e as projeções indicam que subirá entre 1,4 grau e 5,8 graus até o ano 2100, se nada for feito para deter o processo, segundo informe oficial do portal de internet da Convenção. "Mesmo uma pequena elevação da temperatura faz-se acompanhar por mudanças climáticas nas camadas de nuvens, nas chuvas, padrões dos ventos e duração das estações do ano", destaca a Convenção no portal da internet.

Os gases do efeito estufa formam como que uma "redoma de vidro" sobre o planeta, deixando entrar a luz e aprisionando o calor. Originalmente, esses gases somavam apenas 1% do total da atmosfera. O principal deles é o dióxido de carbono (CO²), que tinha participação de 60% nessa soma. Ocorre que os principais energéticos utilizados pelo homem nos últimos séculos – madeira, carvão, petróleo e gás natural – liberam carbono (C) na atmosfera e contribuem para formar mais dióxido de carbono (também conhecido como gás carbônico ou CO²), que intensifica o efeito estufa.

O ciclo de absorção e liberação de carbono é um dos mais amplos e importantes do meio ambiente e envolve ar, terra e seres vivos, águas doces e oceanos. As plantas, por exemplo, absorvem carbono e o armazenam. Mas a liberação de carbono no ambiente, pelo homem, acontece numa velocidade maior do que a capacidade de absorção do ambiente. Segundo dados da Convenção das Nações Unidas sobre o assunto, os níveis de CO² na atmosfera estão crescendo 10% a cada 20 anos.

O Tratado de Quioto pretende reduzir as emissões de carbono, particularmente as geradas por atividades industriais e veículos de transporte. Objetiva também estimular todos os tipos de projetos que preservem ou ampliem a capacidade do ambiente de absorver o CO² ou outros gases causadores da intensificação do efeito estufa (ozônio – O³ – ou metano, CH4, por exemplo), por meio do mercado de créditos de carbono.

Outras informações sobre o efeito estufa podem ser encontradas na página oficial da convenção na internet, www.unfccc.org

História condenará poluidores de hoje, diz diretor das Nações Unidas

2 de Fevereiro de 2007 - Priscilla Mazenotti - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A partir do relatório divulgado hoje (2) pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), qualquer país ou empresa que continue a prejudicar o meio ambiente com a produção de gases de efeito estufa será condenado pela história, disse o o diretor-executivo do programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, Achim Steiner, em Paris, na França.

“Qualquer um que optar por continuar poluindo irá ser considerado mais tarde pelos livros de história como irresponsável”, disse ele durante a apresentação do relatório.

O relatório mostra que até 2100 a temperatura na Terra vai aumentar quatro graus, caso não ocorra uma redução imediata da emissão de poluentes. O aquecimento global vai causar derretimento de geleiras e o conseqüente aumento do nível do mar, gerando tufões e os furacões menos freqüentes, porém mais intensos.

Segundo o relatório, o aquecimento global é causado, principalmente, pelo aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera. Os especialistas alertaram que o problema é causado pelo homem. “O dia 2 de fevereiro será lembrado como o dia em que o ponto de interrogação foi removido do debate sobre a probabilidade da ação humana refletir no aquecimento global. São provas inequívocas de que o homem está afetando o sistema climático do nosso planeta”, disse Steiner.

A cientista Susan Solomon, que apresentou o relatório em Paris, disse que “as concentrações globais de gases tem aumentado desde 10000. Não há dúvida de que o aumento desses gases são resultado da ação humana. Esses gases são definitivamente uma influência para o aquecimento do planeta”.

Esse é um exemplo único da ciência a serviço da sociedade”, disse, Dahe Qin, um dos cientistas que apresentou o relatório em Paris.

Secretário-geral da ONU cobra resposta "muito mais rápida" ao aquecimento global

2 de Fevereiro de 2007 - André Deak - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, elogiou o relatório sobre mudanças climáticas divulgado hoje (2) e cobrou resposta global "muito mais rápida" ao problema.

Em nota divulgada pela ONU, ele afirma que os países devem agir com mais determinação e congratula os cientistas, "que aprofundaram nosso entendimento das mudanças que estão afetando o meio ambiente do mundo e as causas humanas que estão na origem [das alterações climáticas]".

O relatório divulgado em Paris pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) afirma que a Terra vai se tornar mais quente até o ano de 2100, o que significa aumento do nível do mar e catástrofes naturais mais intensas.

“A emissão de gases de efeito estufa nas taxas atuais ou maiores têm 90% de chance de causar aquecimento global e alterações climáticas durante o século 21 maiores do que aquelas observadas no século 20”, diz o texto.

Estudo do Inpe traçou cenário de mudanças climáticas no Brasil para os próximos 50 anos

2 de Fevereiro de 2007 - Juliane Sacerdote e Yara Aquino - Da Agência Brasil - Brasília - O Brasil sofrerá sérias mudanças climáticas nos próximos 50 anos, se não forem tomadas medidas de preservação do meio ambiente, como a redução dos índices de desmatamento e de liberação de gases causadores do efeito estufa.É o que aponta o estudo "Cenário climático futuro: avaliações e considerações para a tomada de decisões", coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e lançado em dezembro do ano passado. O trabalho foi financiado pelo Ministério do Meio Ambiente e teve apoio do Banco Mundial.

O estudo leva em conta dois cenários: um pessimista e outro otimista. No primeiro, estima-se que o desmatamento e a poluição continuem na proporção em que ocorrem atualmente e que o Protocolo de Quioto não seja seguido. Nesse caso, nos próximos 50 anos, a temperatura na Amazônia poderia sofrer aquecimento entre 6 e 8 graus e redução da chuva em 20%.

O cenário otimista considera uma sociedade ecologicamente correta, onde seriam reduzidas a poluição e o desmatamento e seguido o Protocolo de Quioto. O aumento de temperatura na região amazônica não seria evitado, porém seria menor, entre 4 e 5 graus e a redução das chuvas ficaria entre 10% e 15%.

O Nordeste seria outra região gravemente afetada. De acordo com o estudo, o clima da região pode passar de semi-árido para árido, que se assemelha ao clima de deserto, sem chuvas. A alteração teria, inclusive, conseqüências sociais, como a migração da população local, aponta o estudo. Em outras regiões, como a Sul, deve haver mudanças na distribuição das chuvas durante o ano, o que pode resultar em problemas para a agricultura.

Em dezembro, o coordenador do estudo, José Antônio Marengo, explicou que para amenizar o cenário futuro é preciso evitar a queimada de biomassas, reduzir o desmatamento e oferecer incentivos governamentais para as empresas que poluem menos. Segundo Marengo, que é pesquisador do Inpe, a população também pode colaborar usando menos os veículos e consumindo menos água.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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