TENDÊNCIA MUNDIAL DAS ÁREAS PROTEGIDAS É UNIR BIOLÓGICO E SOCIAL

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2007

14 Feb 2007 - criação de áreas protegidas que permitem o uso sustentável dos recursos naturais tem sido uma das principais estratégias para responder ao desafio da conservação. Elas são classificadas pela UICN - União Mundial pela Conservação como categoria VI, cuja definição está em debate na “Oficina Internacional sobre a Categoria VI da UICN”, que começou hoje (14) na sede do WWF-Brasil, em Brasília, e vai até sexta-feira (16).

A UICN é uma das mais antigas e respeitadas uniões de instituições e pessoas do mundo inteiro interessadas na defesa do meio ambiente. Com pouco mais de 60 anos de existência, atualmente é formada por cerca de mil membros institucionais, governamentais e não-governamentais, de atuação local, nacional e/ou internacional. Possui ainda em torno de 10 mil voluntários, dos quais aproximadamente 1,5 mil são especialistas em áreas protegidas.

Há seis categorias de áreas protegidas definidas pela UICN em 1992 e aprovadas pela assembléia geral da rede em 1994. Como a natureza não conhece fronteiras político-administrativas, o debate entre os países sobre suas estratégias de conservação é fundamental. “As categorias da UICN funcionam como um nome científico, para uniformizar a linguagem com relação às discussões em torno das áreas protegidas em todo o mundo”, explicou a vice-presidente da Comissão Mundial de Áreas Protegidas da UICN, Sônia Rigueira.

Em 2004 foi iniciado um processo mundial de revisão dessas seis categorias, com o objetivo de aprofundar o debate conceitual sobre elas e detalhar melhor suas características. A oficina é umas das reuniões preparatórias que acontecem no mundo inteiro, antes da reunião geral que ocorrerá em maio, na Espanha. Nela, os especialistas devem consolidar suas propostas em um texto a ser submetido aos participantes do Congresso Mundial de Conservação, que acontece a cada quatro anos e que em 2008 também será realizado na Espanha.

O superintendente de Programas Regionais do WWF-Brasil, Cláudio Maretti, coordena o sub-grupo de trabalho responsável pelo processo de revisão da Categoria VI. Ele citou alguns pontos que precisam ser aprofundados nesse debate, entre eles: o limite máximo da unidade a ser destinada ao uso sustentável (há uma diretriz da IUCN de que 2/3 da área seja mantida em estado natural) e os direitos e as responsabilidades dos seus moradores e usuários.

“O Brasil vem historicamente contribuindo para os esforços internacionais de conceituação das áreas protegidas. Um dos marcos de construção da categoria VI foi justamente a aliança entre os movimentos sociais e os ambientalistas na Amazônia”, afirmou Maretti. “A categoria VI é a mais promissora, mas justamente por isso a mais desafiadora, porque une uso sustentável e conservação”, completou.

O assessor de Política Social da UICN, Gonzalo Oviedo, concordou com a avaliação de Maretti de que haverá um crescimento das áreas protegidas da categoria VI. “Para resolver os problemas técnicos é preciso, compreender os fenômenos sócio-políticos dos países. A tendência é realmente a de conjugar a questão biológica com a social”, declarou.

Atualmente há cerca de 44 mil áreas protegidas que ocupam 10% da superfície terrestre. Cerca de 23% dessa área é formado por unidades de conservação da categoria VI. No Brasil, há três tipos de áreas protegidas que se enquadram nela: as Reservas Extrativistas (Resex), as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e as Florestas (Nacionais, Estaduais e Municipais). Dados do Cadastro Nacional de Unidades de Conservação, de julho do ano passado, informam que havia no país 63 Florestas Nacionais, 39 Florestas Estaduais, 48 Reservas Extrativistas Federais, 24 Reservas Extrativistas Estaduais, uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável Federal e 13 Reservas de Desenvolvimento Sustentável Estaduais.

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Protocolo de Quioto: segunda fase deve ser mais rigorosa

16 Feb 2007 - O segundo aniversário do Protocolo de Quioto, em 16 de fevereiro de 2007, é um marco positivo quando o mundo inteiro está discutindo as mudanças climáticas. O tratado é o único no mundo que estipula reduções obrigatórias de emissões causadoras do efeito estufa e constitui também a base para uma ação global cada vez mais eficaz contra as mudanças climáticas nas próximas décadas. Mas a primeira fase do Protocolo de Quioto termina em 2012 e é necessário que a comunidade global se articule para dar prosseguimento ao acordo e se esforce para evitar o aumento da temperatura do planeta.

“Por isso, é importante que os países membros da convenção-quadro das Nações Unidas Sobre Mudanças do Clima cheguem a uma decisão ainda este ano sobre os principais pontos da segunda fase do tratado pós 2012, que são o estabelecimento de metas de redução mais rigorosas para os países desenvolvidos e a inclusão de contribuições na redução de emissões pelos países em desenvolvimento”, afirma Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.

“É fundamental que os países em desenvolvimento assumam metas voluntárias de redução de acordo com a característica de cada país e contribuam efetivamente para melhorar o clima do planeta”, explica Karen Suassuna, técnica em Mudanças Climáticas do WWF-Brasil. No caso da China e da Índia, o maior problema é a queima de combustíveis fósseis, sobretudo no setor de energia. Já no Brasil, as queimadas oriundas do desmatamento são responsáveis por 75% das emissões brasileiras, o que torna o país o 4º maior poluidor do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Indonésia.

As negociações feitas em torno da segunda fase de Quioto apontam para metas mais rigorosas para os países desenvolvidos, 30% de suas emissões devem ser reduzidas até 2020, considerando como base suas emissões no ano de 11000. “Só por meio deste grande esforço coletivo é que poderemos vislumbrar um aumento de temperatura média do planeta inferior a 2ºC, minimizando os impactos das mudanças do clima nesta e nas futuras gerações” completa Suassuna.

História do Protocolo de Quioto

O Protocolo de Quioto, assinado pela primeira vez há 10 anos, só começou a vigorar em 2005, quando 139 países o ratificaram demonstrando a real intenção da comunidade global de combater o aquecimento global. Hoje, 169 países mais a União Européia estão dentro do tratado. Infelizmente, alguns países que poluem muito, como os Estados Unidos, ainda não ratificaram o Protocolo de Quioto.

Segundo o acordo, os países industrializados que ratificaram o protocolo devem reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 5% abaixo dos níveis de 11000 até 2012. O compromisso conjunto de redução das emissões de gases de efeito estufa soma 5,2%. Cada país tem uma meta diferente dentro da meta global.

Participantes podem reduzir as emissões nacionalmente e/ou podem usar as vantagens dos chamados "mecanismos de flexibilização" (Comércio de Emissões, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e Implementação Conjunta), como também usar o carbono absorvido nos chamados "sumidouros", como florestas e terras agrícolas, para compensar suas necessidades de redução. Punições serão aplicadas aos países que não cumprirem suas metas.

Atualmente o Protocolo de Quioto não prevê qualquer meta obrigatória para países em desenvolvimento. No entanto, os países em desenvolvimento têm a obrigação de calcular seus inventários e desenvolver políticas e medidas que reduzam suas emissões.

 
 

Fonte: WWF-Brasil (www.wwf.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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