FUNAI DISCUTE DEMARCAÇÃO COM ÍNDIOS E INICIA TRABALHOS NA ÁREA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2007

01/03/2007 - Após longas discussões com os índios nos últimos meses para escolha da melhor estratégia para a demarcação da Terra Indígena Trombetas Mapuera, foram iniciados, em fevereiro, os trabalhos de campo para a implantação de marcos físicos no local. Trombetas Mapuera é contígua às terras indígenas Waimiri Atroari e Nhamunda Mapuera. Juntas, elas totalizam 7,5 milhões de hectares, que forma o quinto maior corredor de proteção etnoambiental do País. A população indígena nas três terras é de cerca de três mil habitantes, de 13 etnias diferentes, além de alguns grupos que vivem ainda autônomos nas matas virgens dentro da área. (Veja matéria na quinta edição da revista Brasil Indígena no site da Funai.)

Para cobrir a área de quase quatro milhões de hectares, os índios, juntos de integrantes da equipe e da empresa contratada, serão divididos em três grupos, que se deslocarão pelos principais rios da região, antes de entrarem na mata para fazerem as picadas nas linhas de fronteira seca. A expectativa é que a demarcação física seja concluída até o final de maio, quando começa o período de chuvas na região.

“Duas frentes já estão nos trabalhos, enquanto a terceira aguarda a cheia dos rios para começar a demarcação”, afirmaWagner Sena, coordenador técnico do PPTAL (Projeto de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal). A demarcação está sendo organizada e financiada pelo PPTAL, uma parceria da Funai junto ao PPG7, órgão interministerial supervisionado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Os recursos são disponibilizados pelo banco alemão KFW e a agência alemã de fomento GTZ, um dos principais apoiadores do PPG7.

“Indiretamente, a Alemanha é o parceiro financeiro em parte do PPG7, que envolve diversos ministérios. O PPTAL é um programa do governo brasileiro, gerido pelo Ministério da Justiça, por meio da Funai, para proteger as áreas e as populações indígenas da Amazônia”, explica Sena.

No início de fevereiro, em visita do presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, às aldeias Mapuera e Kasawa, os índios apresentaram novas sugestões para o plano. A empresa que ganhou a licitação, a Consulnorte, explicou às comunidades indígenas o trabalho que será feito e recebeu as sugestões, principalmente sobre a geografia da região, bastante acidentada. O antropólogo Rubem Caixeta, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, que coordenou o levantamento antropológico da terra indígena, acompanhou as discussões e prepara, junto dos índios, um documentário sobre todo o processo demarcatório da área.

“Vocês conseguiram vencer uma guerra muito dura para ter a terra, onde vocês sempre viveram, para vocês. Esse é um momento muito feliz, e vocês devem mesmo festejar”, disse Gomes. Dentro da tradição dos índios da região, como os Way Way e os Hixkaryana, nas duas aldeias em que foi, Gomes foi recebido com festa, ganhou muitos brindes e viu apresentações de música e danças. “Essa é a primeira vez que recebemos a visita de um presidente da Funai e estamos muito felizes. Agradecemos muito o apoio da Funai e do PPTAL e iremos colaborar e participar, tanto na demarcação quanto na vigilância e proteção da nossa terra”, disse o cacique geral dos Way Way, Eliseu Way Way.

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Pataxó Hã Hã Hãe ganham na Justiça direito de permanecer em suas terras
Fonte: Tribunal Regional Federal da 1ª Região

01/03/2007 - A presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Assuzete Magalhães, concedeu na sexta-feira (23), pedido à Fundação Nacional do Índio para suspender a reintegração na posse de terras no sul da Bahia, com auxílio de força policial, dos fazendeiros Erivaldo Bastos Gomes (Fazenda Ibirapitanga), Espólio de Tito Barreiro Machado (Fazenda Bonança) e Dourival Freitas Bastos (Fazenda Califórnia). A Comunidade Indígena Pataxó Hã Hã Hãe e os fazendeiros vêm disputando na Justiça aquelas terras.

De acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o deferimento pelo juízo da Vara Única de Vitória da Conquista/BA de reintegração imediata na posse, com auxílio de força policial, poderá gerar conflito com risco de morte para as partes envolvidas. O órgão informou que vem tentando, junto com o Ministério da Justiça, a Advocacia-Geral da União, o Ministério Público Federal e a Secretaria de Justiça Estadual, viabilizar uma negociação com a comunidade Pataxó Hã Hã Hãe para a retirada pacífica dos índios das propriedades.

A FUNAI conta que a área, atualmente invadida pelos índios da Comunidade Pataxó Hã Hã Hãe, integra a chamada área indígena Caramuru/Paraguaçu, cuja demarcação foi finalizada em 1938, após decreto presidencial; que os índios teriam sido expulsos daquelas terras pelos fazendeiros que obtiveram títulos nulos junto ao Governo do Estado da Bahia, ainda na década de 30, cuja validade está sendo discutida, inclusive, no Supremo Tribunal Federal.

Pede ainda pela nulidade das liminares por não ter sido ouvido o Ministério Público e por incompetência do Juízo de Vitória da Conquista, alegando que as fazendas se encontram de fato localizadas no município de Pau Brasil/BA, pertencente, portanto, à jurisdição do Juízo Federal de Itabuna/BA.

Quanto aos aspectos da competência e da necessidade de intervenção obrigatória do Ministério Público Federal, reconheceu a Desembargadora ser plausível a tese defendida, mas, segundo a decisão, são aspectos que deverão ser analisados nas instâncias ordinárias.

A Desembargadora Federal Presidente concedeu a suspensão por entender se fazer necessária, diante da real possibilidade de a reintegração de posse com auxílio de força policial resultar em grave lesão à ordem e à segurança públicas. A iminência de conflitos sangrentos na região, envolvendo índios e não-índios, autoriza a suspensão da liminar concedida em primeira instância, pois, se vierem a ocorrer, poderão acarretar prejuízos de impossível reparação, com sacrifício de vidas de integrantes das respectivas coletividades.

Contexto

Em 16 de fevereiro, quinze representantes do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe, liderados pela cacique Ilza Rodrigues, tiveram varias audiências em Brasília. Uma das audiências foi com a Presidente do TRF1, a Desembargadora Federal Assuzete Magalhães.

A terra do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe foi demarcada em 1937 pelo Serviço de Proteção ao Índio, que na época era o órgão indigenista oficial. A partir da década de 1940, o mesmo SPI começa o ilegal processo de arrendamento de terras indígenas que culmina, em 1976, com a titulação destas terras para os fazendeiros, realizada pelo Governo do Estado da Bahia. Em 1982, os Pataxó se organizam e começam a retomada de suas terras invadidas. No mesmo ano, a Funai pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação dos títulos que haviam sido emitidos pelo Estado da Bahia.

Funai publica estudo de identificação de Cachoeira Seca

01/03/2007 - A Fundação Nacional do Índio publicará nesta quarta-feira (28), no Diário Oficial da União, a aprovação dos estudos de identificação da Terra Indígena Cachoeira Seca, da comunidade indígena Arara, no Pará.

O presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, acolheu as conclusões do Relatório de Identificação, de autoria da antropóloga Maria Helena de Amorim Pinheiro, coordenadora do grupo técnico instituído pelo órgão para tratar do assunto.

Com uma superfície aproximada de 734.027 hectares, Cachoeira Seca possui sítios de caça, extrativismo e pesca de relevante importância para reprodução física e cultural da comunidade Arara, pertencente à família lingüista Karib.
Fotos: Funai

     

 

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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