INPA REALIZA EXPEDIÇÃO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2007

01/03/2007 - O Parque Estadual do Rio Negro – setor Sul, a 40 quilômetros de Manaus (AM), terá ainda neste ano um Plano de Gestão, para nortear as atividades contempladas por esta unidade de conservação ambiental, como, por exemplo, o ecoturismo.

Durante doze dias, de 3 a 15 deste mês, pesquisadores e técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e membros do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas (SDS) estiveram a bordo do barco Maíra I fazendo levantamentos da flora, fauna e socioeconomia na região do rio Cuieiras.

Fauna
Entre trinta pequenos mamíferos (roedores e marsupiais) coletados nas margens do rio Cuieiras, os pesquisadores do Inpa identificaram os gêneros Isothrix, Micoureus, Proechimys, Didelphis, Marmosops, Metachirus, Oecomys e Neacomys.

Os animais foram capturados por meio de 352 armadilhas em três trilhas (ou transectos) – duas localizadas em floresta de terra firme, nas margens esquerda e direita do rio, e uma em área de campina, paisagem caracterizada por vegetação de baixo porte e aberta e que ocorre sempre em solos arenosos e de baixa fertilidade.

"Nosso objetivo foi fazer um inventário rápido da fauna para determinar a diversidade de pequenos mamíferos e propor medidas de conservação e manejo que auxiliarão na gestão da área", comenta Eduardo Schimidt Eler, biólogo e mestrando em genética de pequenos mamíferos não-voadores no Inpa.

No barco Maíra I foi improvisado um pequeno laboratório de genética e de triagem do material biológico. Os pesquisadores verificaram os dados biométricos (peso e medidas corporais) e reprodutivos dos animais capturados nas armadilhas. Em seguida foram feitos o preparo de suspensão celular a partir da medula óssea retirada do fêmur dos mamíferos, a amostragem de tecido (um pedaço de músculo e outro de fígado) para estudos de seqüência de DNA, e a taxidermia, com a preparação da pele e a retirada do crânio para limpeza e posterior análise detalhada.

"As diferenças são muitos sutis entre os roedores, externamente eles são muito parecidos, o que torna necessária a utilização de técnicas de citogenética para identificar as espécies", explica a geneticista do Inpa, Maria Nazareth da Silva. "Nós esperávamos encontrar todos os gêneros que foram capturados no Cuieiras, pois são bem conhecidos na Amazônia. No entanto, ainda precisamos refinar o conhecimento sobre o número e a distribuição das espécies, pois na região deste rio as informações ainda são escassas sobre pequenos mamíferos", complementa.

O grupo de pesquisadores de herpetofauna, que inclui os répteis e os anfíbios, deparou-se, durante parte da expedição, com a escassez de chuvas, o que nos primeiros dias dificultou a captura de animais. Mesmo assim, diversas espécies foram encontradas e identificadas. Um total de 52 armadilhas foi disposto nas margens esquerda e direita do rio Cuieiras, sendo que diferentes paisagens foram amostradas, entre floresta de igapó, terra firme, e campina. Estudos comprovam que a região amazônica possui uma grande diversidade de anfíbios e répteis, chegando a mais de trezentas espécies de serpentes, 89 de lagartos e 163 de anfíbios.

A rã Leptodactylus riveroi, a falsa coral Drepanoides anomalus e o lagarto Kentropyx calcarata são alguns exemplos de espécies capturadas pelos pesquisadores do Inpa. "Na região do Cuieiras já foi realizado um trabalho sobre a composição da herpetofauna. Então, faremos uma comparação do que encontramos nesta expedição com as espécies catalogadas e os ambientes amostrados no passado", comenta o biólogo Vinicius de Carvalho.

Ele conta que foram encontradas algumas espécies de lagartos e serpentes que vivem embaixo da terra (chamadas fossoriais) e em meio às folhas e embaixo de cascas de árvores, troncos e cupinzeiros (semi-fossoriais), além de um lagarto semi-aquático e um jacaré-tinga (Caiman crocodylus), espécie ameaçada e que vive em igarapés, no interior da floresta.

Enquanto os pesquisadores de herpetofauna e pequenos mamíferos torciam para que chuvas caíssem sobre o Cuieiras, o grupo que ficou com a incumbência de estudar quelônios afirmava que o ideal é o período da seca para avistar e coletar esses animais. A expedição foi realizada durante período chuvoso, quando ocorre a cheia dos rios.

Em razão disso, as armadilhas compostas por tremmel nets (malhadeiras), hop traps (funis) e fike nets (funis intercalados por barreiras) não obtiveram sucesso na captura dos animais. Assim, o mergulho foi escolhido como principal método, idéia que partiu de um morador local, Raimundo Alencar Ribeiro, 26, da comunidade Nova Canaã. Segundo Rafael Beinhard, pesquisador do Inpa que trabalha desde 1999 com ecologia de quelônios, para que se obtenha sucesso com este método é preciso ser um bom mergulhador e saber onde os animais ficam escondidos nos igapós.

"Apesar de o rio estar cheio e os bichos estarem espalhados pelo igapó, conseguimos pegar muitas irapucas através do mergulho. Num único dia, em poucas horas, capturamos de 13 a 15 animais", afirma o pesquisador.

Beinhard explica que em toda a Amazônia brasileira existem apenas 17 espécies de quelônios, e que, normalmente, uma área amostrada apresenta entre cinco e oito espécies. No Cuieiras foram capturadas especialmente irapucas (Podocnemis erytrhrocephala), além de um cabeçudo (Peltocephalus dumerilianus), um lala (Rhinemys rufipes), um jabuti piranga (Geochelone carbonaria) e dois jabutis (Geochelone denticulata).

"É importante propor planos de manejo para as espécies que são muito abundantes, como as irapucas e os cabeçudos. Para tanto, precisamos entender a estrutura populacional dessas espécies, como, por exemplo, se existem mais indivíduos adultos ou juvenis, fêmeas ou machos", avalia o pesquisador do Inpa.
Assessoria de Comunicação do INPA
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Museu Goeldi apresenta resultados de pesquisas sobre atividades tradicionais da Amazônia

Meio Ambiente / Ecossistema - 01/03/2007 - O Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos (Lamaq) do Museu Paraense Emílio Goeldi apresenta hoje (1º) e no dia 6, em Belém (PA), os resultados de duas pesquisas realizadas por alunas de mestrado do curso de pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará. Orientados pela pesquisadora Lourdes Furtado, do Museu Goeldi, os estudos focalizam grupos e atividades tradicionais da Amazônia, como o roçado e a retirada de caranguejos no mangue.

Abertas ao público, as apresentações serão realizadas das 9h30 às 12h, na sala de reunião da Coordenação de Ciências Humanas do Museu Goeldi, localizada no Campus de Pesquisa. Amanhã (1º), a pesquisadora Mariléia Nobre fala sobre o modo de vida das famílias da vila de Caraparu, situada no município de Santa Isabel do Pará, enfocando desde o trabalho na roça e até a venda de produtos na beira da estrada.

No próximo dia 6, a pesquisadora Maria Regina Reis apresentará um estudo sobre a organização dos tiradores de caranguejos da Vila do Acarajó, pertencente ao município de Bragança (PA). A pesquisa identificou uma acelerada mudança da captura e venda dos caranguejos, caracterizada principalmente pela retirada indiscriminada de animais, inclusive, daqueles que ainda não atingiram a fase adulta. Segundo Maria Regina, os caranguejos pequenos são vendidos sem que o tamanho e a quantidade sejam questionados pelos comerciantes locais.

Para a pesquisadora, a retirada intensiva de caranguejos é realizada principalmente nos finais de semana, sendo organizada por comerciantes locais, que viabilizam a ida dos tiradores de caranguejo até o mangue, em caminhões, para retirada de grandes quantidades dos crustáceos.

"Essa verdadeira "corrida aos manguezais" tem trazido conseqüências negativas tanto do ponto de vista biológico da espécie quanto social, uma vez que prejudicam os grupos humanos que vivem no entorno dos manguezais e dependem, exclusivamente, desse ecossistema para sobreviver", critica.

Lamaq
O Laboratório Antropologia dos Meios Aquáticos (Lamaq) foi criado, em 2003, com o objetivo de gerar e difundir conhecimentos sobre as populações pesqueiras da Amazônia. O Laboratório integra o projeto "Populações Tradicionais Haliêuticas", mais conhecido como Renas, que investiga os impactos ambientais das populações humanas, além do uso e gestão da biodiversidade em comunidades ribeirinhas e costeiras da Amazônia brasileira.

Para saber mais sobre as atividades e pesquisas realizadas pelo Renas e Lamaq acesse o site http://www.museu-goeldi.br/renas/index.htm
Assessoria de Comunicação Social do Museu Goeldi

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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